Economia

SANTO ANDRÉ DESABA NO
NOVO PIB DE CONSUMO

  DANIEL LIMA - 15/05/2025

Acaba de sair do forno o PIB de Consumo do Grande ABC desta temporada. Os dados são especialidade da Consultoria IPC, preferida de investidores e de órgãos públicos. O resultado é dos piores. Imagine um prato indigesto para quem, por exemplo, gosta mesmo de iludir o distinto público consumidor de informações. Imaginou? Essa  gente que pensa que controla o destino regional,   sempre quebra a cara do autoritarismo.

Com a liderança negativa de Santo André, que perdeu participação nacional de 11,54% em relação ao ano passado, o Grande ABC sofreu preocupante queda de 5,10%. Santo André liderar um desastre não é pouca coisa. Afinal, trata-se do ninho da coruja do triunfalismo desrespeitoso imposto à sociedade com finalidade exclusiva de poder político e eleitoral.

Visto sob ponto de vista mais amplo, de regionalidade, estamos insistindo na rota de ficar cada vez mais parecidos com a média nacional – como mostramos, aliás, nos últimos dias, com base nos dados de 1995 a 2024. Portanto, estamos cada vez ocupando uma camada congestionadíssima de baixa mobilidade social, quando não de recuo.

PIOR QUE PÓS-DILMA

Os números mostram que neste 2025 a população do Grande ABC vai contar com participação inferior à registrada pós-recessão de Dilma Rousseff no  bolo nacional do PIB de Consumo. Vou repetir a informação: estamos nesta temporada abaixo dos rescaldos da maior recessão da história regional, durante os dois últimos anos de Dilma Rousseff. A tênue recuperação regional nos últimos anos não teve fôlego para chegar a 2025 em situação de conforto. A média nacional segue a infligir derrotas à região. Uma região em que Desenvolvimento Econômico não é pauta prioritária dos prefeitos, passa ao largo da sociedade desorganizada e é desprezado pela mídia, não pode mesmo pretender algo diferente do que a derrocada continuada.

A participação do Grande ABC no PIB de Consumo Nacional no ano passado registrou 1,75706%. Agora, em 2025, será de 1,67196%. Faça as contas. Dá queda de 5,10%. Esse rebaixamento na participação relativa do Grande ABC no PIB de Consumo significa perda de R$ 6.950.4540 bilhões. Mais de dois terços do que São Caetano tem potencial de consumo para esta temporada.

SANTO ANDRÉ MAL

Para chegar a esse resultado, como ensina o pesquisador Marcos Pazzini, responsável técnico pela Consultoria IPC, basta multiplicar o índice geral do Grande ABC desta temporada pelo PIB Geral do Brasil também desta temporada (R$ 8.150 trilhões)  e comparar, com a mesma dinâmica matemática, com os dados referentes ao ano passado.

O PIB de Consumo do Grande ABC para esta temporada deveria alcançar R$ 143.235.358 bilhões caso mantivesse o índice da temporada passada, de 1,75706%. Como caiu para 1,67196%,, o resultado previsto para este ano é de R$ 136.284.831 bilhões. A diferença é o tamanho do prejuízo. 

Quando a temporada de Dilma Rousseff como presidente do País terminou em 2016, o Indice de Participação de Consumo do Grande ABC, o PIB de Consumo (como traduz este jornalista porque há semelhanças históricas de números em relação ao PIB Tradicional), o resultado era de 1,71984%.

No desempenho individual dos municípios do Grande ABC nos últimos 12 meses, Santo André é mesmo um desastre com a queda do índice do PIB de Consumo de 11,54%. No ano passado o resultado alcançado foi de participação relativa de 0,56490%, enquanto para esta temporada não passará de 0,50647%. O PIB de Consumo de Santo André nesta temporada será de R$ 41.284.192.553 bilhões.

SÃO BERNARDO MELHOR

São Bernardo, mesmo com desempenho negativo entre as duas temporadas, apresenta números muito melhores que Santo André. A queda foi de apenas 1,28%, ou 10 vezes menos que o vizinho que até meados dos anos 1970 era a Capital Econômica do Grande ABC. Na temporada passada, São Bernardo registrava participação de 0,52254% no PIB de Consumo Nacional. Nesta temporada será de 0,51587%. Serão R$ 42.049.470.090 bilhões.

São Caetano perdeu 8,52% de participação no PIB de Consumo Nacional nesta temporada, sempre comparando com a temporada passada. O que era 0,12667% passou para 0,11764. Em valores monetários, o PIB de São Caetano para esta temporada será de R% 9.588.844.786 bilhões.

Diadema e Mauá, municípios de populações semelhantes (e população é critério de relevância no PIB de Consumo) tiveram resultados distintos. No caso de Diadema a queda participativa no PIB de Consumo Nacional chegou a 1,71%, enquanto em Mauá registrou 3,04%. No ano passado o PIB de Consumo de Diadema era de 0,20575% no PIB de Consumo Nacional. Para esta temporada será de 0,20407%. Já em Mauá, o PIB de Consumo em 2024 registrou 0,24712% e nesta temporada será de 0,223983. A população de Diadema tem para consumir este ano R$ 16.634.242.904 bilhões. Em Mauá o potencial de gastos é de R$ 19.548.733.760 bilhões. 

DOIS MENORES

Completando a lista dos municípios do Grande ABC, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra apresentam resultados antagônicos. Ribeirão Pires alcançou o único crescimento da região entre as duas temporadas, com 1,41% de avanço ante o PIB de Consumo Nacional. Já Rio Grande da Serra foi um tormento, com queda de 9,41%. Abaixo, portanto, de Santo André e de São Caetano. Nada surpreendente, entretanto. Afinal, Rio Grande da Serra tem PIB de Consumo típico de cidade pequena, o que leva à possibilidade de apontar oscilações constantes. O PIB de Consumo de Ribeirão Pires para esta temporada é 0,06758% do PIB de Consumo Nacional, ante 0,06664% do ano passado. No caso de Rio Grande da Serra, o PIB de Consumo desta temporada significará apenas 0,020050% do PIB de Consumo Nacional, ante 0,02243% do ano passado. Em valores monetários, Ribeirão Pires conta com PIB de Consumo de R$ 5.508415.911  bilhões, enquanto Rio Grande da Serra chega a R$ 1.670.931.904 bilhão. 

NOVOS ESTUDOS

Esses resultados fazem parte de um conjunto de informações sobre o PIB de Consumo do Grande ABC nesta temporada. Há outros indicadores que serão analisados nos próximos dias. Inclusive a renovação de avaliações levando-se em conta o que exploramos nos últimos dias de forma inédita. Faremos novos estudos sobre os agora 30 anos completos a partir da base de dados registrados em 1995, com o lançamento do Plano Real.

Diferentemente em muitos aspectos nos quais o Plano Real se consagrou como o mais bem-sucedido programa de combate à inflação e também de variáveis macroeconômicas, no caso do Grande ABC os benefícios foram semelhantes, mas brotaram explosivos que levaram os sete municípios a profundas alterações socioeconômicas. Essas consequenciais estão claramente tipificadas no comportamento do PIB de Consumo, como causa evidente dos estragos do PIB Tradicional. A economia do Grande ABC sofreu duríssimos golpes tendo como origem o Plano Real, além de outros percalços. Inclusive a construção do Rodoanel Mario Covas, bálsamo à acessibilidade viária temperado de armadilha econômico. Há profusão de dado nesta revista digital sobre esse presente de grego econômico.

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