PAULINHO SERRA É
UM ELEFANTE FERIDO
Paulinho Serra é um elefante ferido. Paulinho Serra seria um elefante morto? Caso seja abatido para valer, quem vai carregar o cadáver de Paulinho Serra? Tudo isso é figura de linguagem. E tem inspiração em fatos reais. Os imperialistas de Santo André estão mesmo ferindo a carcaça egocêntrica e rebelde do ex-prefeito Paulinho Serra. Essa é a realidade do momento.
Resta saber até que ponto os ataques continuarão. Abater o elefante eleitoral Paulinho Serra não será fácil. Talvez a intenção seja mesmo feri-lo o suficiente para que tome consciência de que a banda já não toca para ele como tocava quando ocupava o gabinete de prefeito de Santo André.
Mais que isso: que de elefante se torne senão um mico, porque seria demais, mas espécie de cordeirinho que saberia esperar a próxima vez que não será a vez que pretende que seja o ano da graça de 2029, quando retomaria a Prefeitura de Santo André.
De qualquer forma, deve haver consciência coletiva de que o elefante Paulinho Serra daria muito trabalho para, abatido, ser descartado para valer. O peso é enorme. Não há caçador com juízo no lugar que queira se livrar de um elefante que incomoda muita gente. Dois elefantes então, no caso a mulher de Paulinho Serra, Carolina Serra, deputada estadual, então seria demais.
CASAL DE ELEFAN TES
Mas o casal de elefantes eleitorais não está sob a salvaguarda do bom-senso. Já há quem lamente por ter levado o casal aos poderes que acumulam. Eles teriam se transformado em pretensas divindades. O poder subiu à cabeça sem se darem conta de que titularidade no cargo é uma coisa, expectativa de voltar logo em seguida ao cargo ocupado é outra coisa. Ainda mais quando se tem ocupante do cargo que não abriria mão da reeleição mais que certa.
Ou alguém duvida que o Império não faria de Gilvan Júnior biprefeito? Não existe política local em Santo André que não seja política situacionista. O ambiente de política nacional predomina nas redes sociais. Quem tem a bola sob controle tem o placar garantido.
Petistas estão escalados pelos imperialistas de Santo André a hostilizarem Paulinho Serra que, como se sabe, foi secretário do então prefeito Carlos Grana, sindicalista de um só mandato, entre 2013 e 2016, quando o terror chamado Dilma Rousseff destruiu o PT no Estado de São Paulo. Petistas em Santo André se dividem entre um grupo que se omite clamorosamente nas questões mais abrasivas e outro grupo que vê o Paço Municipal como meta a ser compartilhada, independente de quem o ocupe.
QUE TIPO DE OPOSIÇÃO?
A bateria de críticas dos petistas supostamente decididos a reagir já foi deflagrada, mas não se deve cair no buraco da ilusão. O Legislativo de Santo André que, como a quase totalidade dos Legislativos Municipais, não passa de puxadinho do Executivo, estaria sendo acionado para dar legalidade a uma iniciativa petista de cavoucar a herança maldita de Paulinho Serra.
O bate-boca já está na mídia e nas redes sociais. Já não se discute apenas a reação petista, de gente revoltada com críticas de Paulinho Serra ao partido e ao presidente Lula da Silva. O que se especula é até que ponto petistas e tucanos e adjacências partidárias estariam orientados a calibrar as críticas.
O que isso significaria? Significaria que iriam até determinado ponto porque se avançarem demais é possível que os imperialistas sejam atingidos. Seria uma estupidez criar problemas coletivos além dos alvos pretendidos, especialmente Paulinho Serra.
Certo mesmo e sobre isso não há dúvida é que Paulinho Serra caiu em desgraça no grupo abrangente de imperialistas. Um grupo que vai de mandachuvas e mandachuvinhas políticos até ramais do jornalismo. A movimentação de Paulinho Serra em direção à centralização de ambições rumo à Câmara dos Deputados desagradou a muita gente pelo excesso de impetuosidade. A mulher Carolina Serra foi na onda do marido e se deu mal.
ENTREVISTA FATAL
Carolina Serra deu uma entrevista à versão TV do Diário do Grande ABC. A certa altura do campeonato, o jogo que parecia de compadres, frequente no podcast do Diário do Grande ABC, virou caixa de maribondo.
Perguntaram a Carolina Serra sobre o futuro da politica em Santo André. Sobre especificamente o futuro do prefeito Gilvan Júnior, sucessor de Paulinho Serra e que, para muitos, apenas preencheria o calendário eleitoral obrigatório. Guardaria lugar para a volta imediata de Paulinho Serra ao cargo. Carolina Serra caiu na armadilha. Colocou Gilvan Júnior como subordinado a uma decisão que seria do grupo. No caso, o grupo de Paulinho Serra dos tempos de prefeito de oito anos de dois mandatos.
A manchete de página do Diário do Grande ABC de 6 de novembro, pós-podcast, foi contundente para quem entende que uma frase mal colocada na politica é uma sentença de ruptura: “Deputada Ana Carolina não crava apoio à reeleição de Gilvan em 2028”. Na linha auxiliar, a explicação: “Ex-primeira-dama de Santo André afirma que candidato será escolhido dentro de um grupo político”.
CRONOLOGIA CRUEL
O que veio em seguida foi um contragolpe educado mas mais que suficientemente desabonador do prefeito Gilvan Júnior. O prefeito que até outro dia não completava uma frase sem colocar Paulinho Serra como alvo de admiração e submissão, reagiu com fidalguia. Mas o estrago de Carolina Serra já estava feito. Aliás, ao reagir com fidalguia, Gilvan Júnior apenas exercitava a certeza de que passou a contar com o controle condicionado e partilhado do imperialismo em Santo André.
A manchete de página do Diário do Grande ABC do dia seguinte à declaração de Carolina Serra foi corrosiva: “Gilvan fala sobre 28: “”O que me move não é vaidade e nem disputa de poder””. A linha auxiliar: “Prefeito faz declaração um dia após deputada não cravar apoio para a reeleição do tucano”.
O DIA SEGUINTE
No dia seguinte, nova manchete explicitava o recuo da deputada estadual, mulher de Paulinho Serra: “Ana Carolina faz acena a Gilvan Ferreira e parabeniza o trabalho do “”nosso prefeito””.
Se antes já havia sinalização de que o elefante Paulinho Serra começava a conhecer internamente um antagonismo desagradável para quem nadou de braçadas durante oito anos, a partir do recuo de Carolina Serra, no dia seguinte à reação de Gilvan Júnior, estava definida a linha comportamental dos donos do Paço Municipal.
Ou seja: Paulinho Serra foi rebaixado de categoria supostamente preferencial e Carolina Serra também. Aliás, Carolina Serra já havia sido rebaixada, como reflexo da redução da importância de Paulinho Serra no grupo do Paço Municipal. Ela, Carolina, perdera a maior fonte de votos que a levaram à Assembleia Legislativa.
Profissionais ligados a Gilvan Júnior passaram a tomar conta do barraco de pastas vinculadas ao assistencialismo. Santo André conta com 120 entidades assistenciais. É gente pobre e miserável a dar com pau. Gente que tornou Carolina Serra imbatível nas eleições de 2024 em Santo André. Oitenta por cento dos votos da mulher de Paulinho Serra foram conquistados em Santo André. Moeda Verde foi a fonte de sedução. Os marqueteiros do casal de elefantes são bons de voto.
PEDINDO SOCORRO
Muita água de especulações, ações e contra-ataques vai correr sob a ponte de interesses eleitorais em Santo André. As disputas marcadas para o ano que vem já começaram faz tempo. A aposta dos mandantes do Paço Municipal é que Paulinho Serra cairia na real, tanto quanto a mulher de Paulinho Serra. Já houve movimentação nesse sentido ontem. Num novo podcast, de linha auxiliar do Paço Municipal, Paulinho Serra levantou a bandeira branca para Gilvan Júnior. Disse que o prefeito é quem vai liderar o processo eleitoral no ano que vem. O estrago já está feito. Agora é só buscar remendos. O falso brilhante da unidade dos imperialistas parece escancarado.
Paulinho Serra teria se dado conta de que precisaria baixar a bola de elefantísmo eleitoral para entender que sem o grupo ele e a mulher entrariam pelo cano. Como em qualquer império o que decide mesmo é a vontade dos mandachuvas, que instrumentalizam as forças de combate e de sedução, a Paulinho Serra e a Carolina Serra não restaria saída senão baixar a bola mesmo.
A ninguém que comanda os cordéis de poder público em combinação com interesses privados em Santo André interessaria abater a dupla de elefantes. Seria um custo muito elevado para quem investiu tanto na tomada de poder antes dividido com os petistas. Acredita-se que Paulinho Serra e Carolina Serra já se deram conta de que estão na marca da penalidade máxima. Que seria melhor se comportarem.
Os petistas, criticados por Paulinho Serra antes de os petistas saíram da zona de conforto de linha auxiliar do Paço Municipal, agora parecem mesmo decididos a ir ao combate aberto. A manipulação dos cordéis é uma manobra de advertência a Paulinho Serra e a Carolina Serra. Resta saber a intensidade e a profundidade que determinariam a configuração de oposicionismo para valer.
Santo André é uma imensidão de compadrios políticos. Os rebeldes ocasionais são anomalias nas configurações que, paradoxalmente, fortalecem o entreguismo. É um jogo de toma-la-da-cá que envergonharia o Centrão federal. Tudo diante de um eleitorado omisso durante cada quatro anos de gestão. A cidade desmorona economicamente, como temos mostrado com provas irrefutáveis. Mas é uma festa monumental dos imperialistas. Paulinho Serra e Carolina Serra já sentiram que só têm a perder com a dissidência. Estão encabrestados. E os algozes não os querem mortos, porque é complexo demais enterrar elefantes.
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