Política

Três versões de um
debate esclarecedor

  DANIEL LIMA - 16/09/2024

Três mídias da região cobriram com identidade editorial o debate da última sexta-feira entre os principais candidatos à Prefeitura de Santo André, promovido pelo portal G1. Foi o primeiro encontro desses concorrentes tendo em vista a gestão da cidade brasileira que mais sofreu com as dores da desindustrialização nos últimos 40 anos.

Qualquer informação sobre o debate em questão que não leve em contra o histórico econômico de Santo André sempre parecerá algo fora do tempo e do espaço. A demanda por novas realidades não pode ser sequestrada e tampouco desprezada. Qualquer carga de informação, portanto, deve apanhar o desempenho econômico e social de Santo André como peça-chave. Pense nisso sobre a sequência deste texto.

O que faço em seguida é a reprodução do material jornalístico dessas publicações. Mais que isso.  Antes disso, vou ser um Ombudsman tangencial de mim mesmo, porque um dos textos é de minha autoria. E também Ombudsman tangencial do Repórter Diário e do Diário do Grande ABC.

Nesse caso, já estou sendo Ombudsman do que vai se seguir. Ombudsman num sentido bastante restrito, por dizer assim. Não descerei a minúcias dos textos publicados. Vou apenas encaminhar uma recomendação de esclarecimento aos leitores.

Reproduzo o material jornalístico num mesmo pacote ao invés de manter no acervo desta publicação digital apenas a análise desta publicação digital. Entendo que os leitores e eleitores terão  oportunidade especial de mensurar o que foi editado.  

De fato, o que temos são três modelos não só de fazer jornalismo como também de compreensão do momento que estamos vivendo. Caberá aos leitores que também são eleitores o julgamento desses textos, considerando-se, a título de lembrança, a relevância de compreenderam o acompanhamento da gestão do prefeito Paulinho Serra e o lançamento da candidatura do Paço Municipal. 

Como se sabe, porque nada ficou escondido, Gilvan Júnior foi escolhido  em meio a uma barafunda político-partidária gerada por confusão dos diabos. Ou alguém se esqueceu que o Paço em descompasso com a lógica da harmonia decidiu criar a expectativa de que nove representantes do governo municipal teriam condições de herdar a gestão e o prestígio popular do prefeito Paulinho Serra?

A escolha de Gilvan Júnior causou alvoroço. Era, no conjunto de fatores, um dos mais descartáveis entre outros motivos porque a experiência nos interiores da Administração de Paulinho Serra não contava com paralelismo de participação política. Gilvan Júnior jamais passou pela prova provada de uma eleição sequer.

Vamos ao que interessa com o que se segue. A análise que produzi, e que abre o material que se segue, voltou-se a uma observação panorâmica do debate. Procurei incorporar referenciais macropolíticos e macroeconômicos, quando não sociais, que cercam a disputa eleitoral.

Já Wilson Moço, do Repórter Diário, fez um voo rasante, descendo às minúcias do que foi debatido, deixando-se de lado fatos antecedentes e mesmo o histórico de decadência econômica de Santo André que o prefeito Paulinho Serra não só não interrompeu, como o incrementou. Basta lembrar que nos primeiros anos do prefeito, Santo André caiu 39 posições no Ranking de PIB por habitante no Estado de São Paulo.

Wilson Moço reproduziu o ambiente de conteúdo de debate com fidelidade. Diria que ele completou o texto de visão mais macro deste jornalista. E que isso significa um agregado de valor tanto para mim quanto para ele. Se as duas matérias fossem editadas num mesmo veículo, os leitores só teriam a ganhar. Por isso a reboquei a este espaço.

Já Natasha Werneck tratou de fazer o que se esperava que fizesse, por conta do apoio irrestrito do Diário do Grande ABC à gestão de Paulinho Serra. Quem tiver a ousadia de desvincular a reportagem do Diário do Grande ABC da linha de pensamento editorial do jornal do empresário Ronan Maria Pinto cometerá o mesmo erro se descolar a análise deste jornalista da dolorosa contrariedade que a Administração de Paulinho Serra provoca em quem não abre mão da realidade econômica, social, política e sociológica de Santo André cumulativamente destrutiva há muito tempo.

 E no caso de Wilson Moço, do Repórter Diário,  devem-se ressaltar detalhes que esclarecem tanto a posição deste jornalista quanto a aversão do Diário do Grande ABC em eliminar qualquer tipo de proteção a uma gestão muito aquém da demanda econômica e social. Um desempenho nada ou pouco diferente dos antecessores, pós-Celso Daniel. Vamos então às três versões de um debate esclarecedor. 

 

GILVAN SOFRE COM

DUREZA DO DEBATE

 DANIEL LIMA - 14/09/2024

O melhor do debate de ontem à tarde do G-1 com os principais candidatos à Prefeitura de Santo André é que, entre outras projeções que não podem ser descartadas, abriram-se  portas e janelas que sugerem indicar o desalojamento dos atuais ocupantes do Paço de Santo André. E isso se deve, entre outros fatores, à retirada do candidato  oficial, Gilvan Júnior, da zona de conforto. Acabou a imunidade crítica. Finalmente o contraditório ganhou oportunidade pública. Gilvan Júnior descobriu que navegar em águas plácidas é uma coisa. Numa tormenta, é outra.

Gilvan Júnior  teve de enfrentar questionamentos em profusão. E saiu chamuscado. Todos contra Gilvan, eis o lema de Luiz Zacarias, Bete Siraque e Eduardo Leite. Forças lulistas, bolsonaristas e alckmistas esqueceram as diferenças que as separam. Todos se juntaram contra o representante do prefeito Paulinho Serra. Gilvan Serra seria a identidade política mais adequada ao que se observou ontem. 

Desde que inventaram debate eleitoral, o líder nas pesquisas sofre mais esfregões. E sofre ainda mais quando o líder nas pesquisas conta com muralha protecionista da mídia. Santo André de Gilvan Júnior, filho político dileto do grupo do prefeito Paulinho Serra, é o paraíso na Terra. Nem de longe flerta com a decadência de quatro décadas. 

CONTRAPONTOS

Gilvan Júnior teve de enfrentar contrapontos dos adversários. Acabou a farra de que nada o atingiria porque estaria tudo sob controle num regime imperialista que Santo André experimenta há oito anos. O marketing de Paulinho Serra é um dos pilares da popularidade que ostenta.

A corrente pra-frente-Santo André foi rompida. Tanto que à primeira pergunta, na área de Segurança Pública, Gilvan Júnior a interpretou como agressão à imagem de Santo André. Utilizou o termo “denegriu” para criminalizar o autor do questionamento. A petista Bete Siraque, com elegância, o advertiu no último bloco sobre a conotação racista do verbete utilizado pelo candidato em duas intervenções.

Gilvan Júnior se sentiu incomodado pela primeira vez num evento público. Até então só recebera lantejoulas da mídia. Menos pior que não capitulou.  Democracia não se faz com capitulações, mas com antagonismos,  resiliência e compromisso social.

Entretanto, não há como minimizar os estragos. As águas críticas que passaram ontem por Gilvan Junior tornaram Gilvan Júnior diferente das águas críticas que jamais passaram antes do debate. Gilvan Junior não será mais o mesmo de antes. 

FIM DO CONFORTO

A retirada de Gilvan Junior de  um ambiente sob controle expôs virtudes e deficiências. As feras que o feriram o fizeram com capricho, mesmo sem partir para a ignorância e agressividade. Gilvan Júnior não pode reclamar de maus-tratos, embora pretendesse dar essa tipificação em algumas respostas.

O fato é que simplesmente acabou o segredo sobre a personalidade pública de Gilvan Júnior. A nota de zero a dez não passaria de cinco. A falta de carisma é compensada pelo palavreado típico de quem passou a juventude cuidando de clientes e mercadorias no varejo familiar.

Gilvan Júnior é um menino educado, carrega um sarcasmo elegante, mas ainda está longe de convencer os mais exigentes de que é um gênio  da Administração Pública e que, portanto, as diferentes funções que ocupou nos últimos oito anos seriam as provas provadas disso.  

Há alguns pontos-chave que não podem deixar de constar de uma lista de prioridades na análise do debate de ontem, entre outras razões porque são a base à compreensão de que Gilvan Júnior terá dificuldades maiores que as previstas para matar o jogo eleitoral no primeiro turno e, mais que isso, sustentar favoritismo no turno final. Vejam o que temos.

1. TODOS CONTRA GILVAN.

2. ATAQUES AS BASES FRÁGEIS.

3. ESTOCADAS INCOMODAS.

4. SENSIBILIDADE DEMAIS.  

Vamos então a breve avaliação do debate levando-se em conta justamente a vitrine acima. 

1. TODOS CONTRA GILVAN 

Em nenhum momento do debate os candidatos de oposição deixaram Gilvan Júnior fora de artilharia. Mais que concentrarem fogo no candidato do Paço Municipal, Eduardo Leite, Bete Siraque e Luiz Zacarias se autoprotegeram. Não dirigiram uma questão sequer aos respectivos aliados táticos. Mais que isso: trataram de botar em campo escadas de perguntas e respostas que reforçassem a estratégia de impactar o candidato do Paço. Eventuais questões não esclarecidas ou mal explicadas em intervenções anteriores por conta de conflito entre informação e o cronômetro, sempre tiveram esticamento em participação posterior, mesmo que a temática fosse outra.  

2. ATAQUES AS BASES FRÁGEIS 

Saúde, Educação e Segurança Pública em Santo André, de qualidade comprovadamente aquém das expectativas, como na quase totalidade dos municípios, foram persistentemente explicitadas. Gilvan Júnior fez o possível para impedir que se incendiasse o que a Administração de Paulinho Serra vende e empacota como uma das maravilhas do mundo.

Não existe humildade e reconhecimento de que Santo André tem sérios problemas em áreas vitais. O equívoco do governo Paulinho Serra que Gilvan Júnior mimetiza é tentar fazer crer que Santo André é um endereço perfeito para morar e empreender. Os adversários bem-postados no debate do G-1 não deram tréguas. Expuseram dados suficientes para neutralizar a pretensa qualidade dos serviços nessas áreas.

É verdade que Eduardo Leite, Luiz Zacarias e Bete Siraque poderiam comprovar mais ainda. Há em comum entre os adversários do Paço Municipal uma dificuldade de acentuar crítica com dados oficiais. Mas Santo André vai tão mal em Segurança, Educação e Saúde que os oponentes nem precisam caprichar.  O Ranking de Competitividade dos Municípios Brasileiros, recentemente divulgado, coloca Santo André muito aquém do PIB per capita. Apenas na área de saneamento básico, assim como os demais municípios da região, retira Santo André do fracasso. 

3. ESTOCADAS INCOMODAS 

Em nenhum momento o debate descambou para a agressividade verbal, para a esculhambação que se viu ainda recentemente num dos encontros entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. A temperatura morna das primeiras rodadas cedeu espaço a incursões mais sutilmente ácidas, recheadas de fair-play e também de fina ironia.

Luiz Zacarias usou várias vezes o diminutivo Gilvanzinho e “papai Paulinho” para se referir às relações entre o candidato do Paço e o titular do Paço. Zacarias não fez nada diferente do que o próprio candidato Gilvan Júnior sugere. E o que Gilvan Júnior sugere? Uma dependência discursiva do prefeito. Parte da personalidade individual de Gilvan Júnior é engolfada pelos trejeitos verbais de Paulinho Serra. E também até mesmo na articulação de respostas e ponderações. Gilvan Júnior é uma caricatura do prefeito. Talvez tenha se policiado para evitar o uso do verbete “pertencimento”, apropriado por Paulinho  Serra do léxico social de Celso Daniel.  

4. SENSIBILIDADE DEMAIS

Embora a temperatura da disputa no G-1 não tenha chegado a elevação que pudesse ser chamada de efervescência, Gilvan Júnior revelou-se sensível a determinadas intervenções dos adversários. E, lembrando Paulinho Serra, adotou postura de vitimismo. Mas soube disfarçar o peso de que todos os concorrentes o tinham como alvo único. A ordem única dos opositores, horas antes informados de que a pesquisa do Instituto Paraná foi traduzida pela Diário do Grande ABC como uma avenida larga à definição da disputa em turno único, serviu de senha informal à oposição. Nada poderia ter sido mais explosivo ao ajuntamento dos adversários.  

 

Debate entre candidatos a prefeito de Santo André

tem Gilvan Júnior como alvo dos adversários

 Wilson Moço 

O debate realizado na tarde desta sexta-feira (13/09), e transmitido ao vivo pelo G1, do grupo Globo, que reuniu os quatro principais concorrentes ao Paço de Santo André na eleição de outubro, foi marcado pela troca de alfinetadas entre os candidatos Luiz Zacarias (PL), atual vice-prefeito, e Gilvan Júnior (PSDB), nome escolhido pelo grupo governista à sucessão de Paulo Serra (PSDB) e líder em pesquisas. Mas ao longo da duração do encontro, de uma hora e 30 minutos, ficou claro que Gilvan era o alvo preferido dos outros dois postulantes ao cargo, Bete Siraque (PT) e Eduardo Leite (PSB), que aproveitaram parte do tempo destinado às suas perguntas e respostas para, de algum modo, tentar colocar o tucano nas cordas.

Não foram raras as vezes em que Zacarias usou de forma irônica a expressão ‘papai Paulinho Serra’ para, talvez, tentar desestabilizar Gilvan, inclusive quando o adversário não estava envolvido diretamente no debate. De certo modo, o candidato governista pareceu sentir o golpe quando, perto do fim do encontro, resolveu dar o troco e disse “papai Zacarias’ ao apontar que o filho do liberal, o vereador Lucas Zacarias, teria ‘invadido’ uma unidade de saúde. “Como vereador, é obrigação dele fiscalizar, porque se a população chega em uma unidade e não tem gestor, não tem responsável, alguém precisa fazer alguma coisa”, respondeu Luiz Zacarias, visivelmente alterado.

Enquanto os adversários apresentavam suas propostas para temas como saúde, segurança, desenvolvimento econômico, mobilidade e moradia, permeados por outros eixos, e atacavam o tucano, Gilvan usava as realizações do governo, no qual passou por diversas secretarias, para se defender e ir ao ataque. Como no primeiro bloco, quando o tema foi segurança e dirigiu pergunta para Bete Siraque, lembrando investimentos feitos na Guarda Municipal, por exemplo.

“Não sei de que Santo André o senhor está falando, porque os altos índices de criminalidade aumentaram na cidade, conforme os dados do governo do Estado. Também não sei qual foi o investimento do governo”, respondeu a petista.

Na réplica, Gilvan foi irônico. “Aqui existe a Santo André em que vivo e que você, morador, vive e sabe o que nossa administração fez. Essa outra de que a candidata fala, não sei qual cidade é.” O troco da petista veio na tréplica: Candidato, vai andar na rua, converse com a população e diga aos moradores que contestar isso é coisa de oposição.”

A tática dos adversários de colocar Gilvan contra a parede, sobretudo com críticas à administração da qual fez parte, ficou evidente em um dos blocos que o tema era livre e Bete Siraque, nome do PT na disputa, escolheu o ex-colega de partido Eduardo Leite para falar sobre mobilidade. “O trânsito é caótico, a discussão sobre mobilidade foi deixada de lado pelo atual governo. Eu defendo tarifa zero para o transporte. Qual sua proposta”, perguntou.

“A cidade tem problema sério de mobilidade urbana por descaso dessa administração. Precisamos investir para melhorar. Mas tem algo mais sério para resolver, que é a saúde pública”, respondeu, e abriu brecha para Bete: “Oito anos de descaso com a segurança, com a saúde e também com aquela pessoa que precisa pegar o transporte, que tem de esperar nos pontos de ônibus, sob risco de ser assaltada”, emendou a petista.

No último bloco de perguntas, quando o tema sorteado foi saúde, Gilvan Júnior escolheu Zacarias para responder, mas antes aproveitou para alfinetar os adversários. “Antes da minha pergunta, só queria dizer que alguns candidatos vêm aqui só para me atacar. Enfim, Zacarias, no nosso governo instalamos o Poupatempo da Saúde, vamos entregar o Hospital da Vila Luzita… E o que o senhor pretende fazer?”, questionou. 

 

Gilvan defende gestão Serra de

ataques da oposição em debate  

 Natasha Werneck, Diário do Grande ABC 

No debate entre os candidatos à Prefeitura de Santo André, realizado ontem pelo g1, os oposicionistas Bete Siraque (PT), Luiz Zacarias (PL) e Eduardo Leite (PSB) dedicaram-se a atacar de forma estéril a gestão do prefeito Paulo Serra (PSDB). Coube a Gilvan Junior (PSDB), escolhido pelo chefe do Executivo para representar o grupo governista na eleição, apresentar propostas e sair em defesa do tucano.

Ao longo do debate, Gilvan defendeu a continuidade da gestão de Paulo Serra, posicionando-se como o candidato que dará sequência aos projetos iniciados pelo prefeito, especialmente nas áreas de infraestrutura e desenvolvimento econômico. Por outro lado, seus adversários questionaram a eficácia de várias políticas da atual gestão, buscando explorar promessas não cumpridas. 

No primeiro bloco, dedicado à discussão sobre Segurança Pública, Eduardo Leite criticou a atual administração, mencionando suposto aumento da violência nos últimos anos e a contratação recente de apenas 73 guardas-civis. Em resposta, Gilvan destacou o crescimento do efetivo da GCM (Guarda Civil Municipal) e a modernização do sistema de monitoramento do município, com o aumento no número de câmeras do COI (Centro de Operações Integradas), garantindo que a segurança tem avançado.

“Dizer que a cidade é uma das mais violentas sem citar dados e números é ‘denegrir’ nossa cidade. Hoje temos uma GCM atuante, o número de furtos e o de roubos de veículos caiu 17%. Essa é a verdade de Santo André”, rebateu Gilvan. 

Outro momento de destaque foi o confronto entre Gilvan e Bete Siraque, que afirmou que a população vive com medo devido ao aumento da criminalidade. Gilvan criticou a oposição por disseminar uma realidade distorcida. “Existe a Santo André que eu e você que está em casa vivemos, e a Santo André da oposição. Pelo que a gente vê é outra realidade. Santo André é a quinta melhor cidade do País para criar seus filhos.” 

Na Saúde, Zacarias apontou a falta de serviços básicos em Santo André. “Não tem oncologia. Todas as pessoas que chegam com câncer não têm como serem atendidas”, disse o atual vice-prefeito. “Zacarias não tem conhecimento sobre especialistas na cidade. Existe, sim, oncologista no Hospital Municipal. Inclusive, vou citar um deles, o Dr. Saulo, que tem atendido muito bem as pessoas”, respondeu, ressaltando ainda que, além do serviço de radioterapia existente no município, agora também será oferecida a quimioterapia no Hospital da Vila Luzita. 

Gilvan alfinetou a gestão petista de Carlos Grana, que antecedeu Paulo Serra, citando a dívida herdada pelo tucano, de R$ 5 bilhões em precatórios e R$ 300 milhões em débitos de curto prazo. “Quando a gente iniciou a gestão, a cidade não tinha manutenção. O 13° dos médicos não tinha sido pago, tivemos de pagar em fevereiro. Hoje, a gente tem R$ 1,7 bilhão (em precatórios). Essa dívida de mais de 30 anos, a gente está pagando até hoje”, disse, após receber acusação de ter feito “contingenciamento mais de 30% do orçamento da Saúde”, feita por Bete Siraque.

A candidata petista ainda apontou que o mercado de trabalho de Santo André registra a menor renda salarial média do Grande ABC. O tucano respondeu destacando que a gestão Serra criou “um bom ambiente de negócios” na cidade. “Antes, para tirar um alvará de funcionamento eram (necessários) 180 dias. Hoje sai em sete dias, o que traz muitas empresas a Santo André. Por isso, a cidade tem liderado o Caged (geração de emprego com carteira assinada)”, destacou. 

Ofensas

Zacarias baixou o nível do debate ao chamar o adversário tucano de “incompetente”. “Não coloque coisas que você não fez e das quais não participou simplesmente porque defende o governo do ‘papaizinho’ Paulo Serra, que o colocou debaixo do braço. Uma pessoa que não tem a mínima condição para girar uma cidade como Santo André”, afirmou. Gilvan rebateu: “Lamento que o debate tenha ido para o ataque pessoal. Em respeito ao espectador, não vou responder a esses ataques e baixarias.” 

O governista ainda foi citado pelos adversários nos momentos em que Bete, Zacarias e Leite faziam perguntas entre si. “Peço desculpa a você que está em casa porque teve candidato que veio para atacar e não para discutir os problemas da cidade”, ressaltou Gilvan.

“Você, Eduardo, sabe o que a gente fez. 

[ZACARIAS][BETE]Sabe que o governo tem aprovação de 80%. Vocês, da oposição, fazem parte desses 20% que criticam, denigrem Santo André e isso não leva a nada. Só prejudicam a cidade que a gente trabalhou muito para reconstruir”, disse, ao citar o levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas, divulgada ontem pelo Diário. 

Gilvan ainda rebateu uma declaração de Zacarias, que previu: “Gilvan não vai assumir a Prefeitura, vai ser um de nós três”. “Está claro que a oposição está junta para tentar tirar o governo Paulo Serra. A gente vai continuar, Zacarias, porque as pesquisas confirmam, como a que foi divulgada hoje (ontem), que estamos com 40% (das intenções de voto). Desculpe-me, mas votar no Zacarias é ajudar o PT a ir para o 2º turno porque ele está em terceiro, quarto nas pesquisas”, afirmou, citando levantamento divulgado ontem pelo Diário, que mostra Gilvan 27 pontos à frente dos vice-líderes Bete e Zacarias (pesquisa registrada no TSE sob código SP-08684/2024). 

A resposta fez Leite chamar Gilvan de “arrogante”. “Apresenta números como se já tivesse vencido as eleições. Calma, Gilvan, tem muito chão pela frente”, disse. O prefeiturável do PSDB se defendeu: “Sempre tive muita humildade. Só informei os dados publicados no noticiário. Se você não gostou da notícia, desculpe-me, não tenho nada com isso.” 

Eduardo Leite acusou a gestão de gastar R$ 1,2 bilhão com a Saúde, sem entregar serviços de qualidade. O tucano retrucou: “Como o senhor nunca administrou nada, é advogado e nunca teve um escritório, foi assessor do (ex-deputado) Vanderlei Siraque, marido da Bete Siraque, te passaram a planilha errada. Em 2022, de R$ 670 milhões em Fonte 1 (dinheiro do Tesouro) conseguimos com o Poupatempo da Saúde reduzir para R$ 594 milhões os recursos investidos em Santo André”, afirmou.

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