Administração Pública

Proposta para Tarcísio. Lula
não atendeu e pagamos o pato

  DANIEL LIMA - 08/11/2022

Vou fazer chegar ao novo governador paulista,  Tarcísio de Freitas, que assume o Palácio dos Bandeirantes em janeiro, uma obviedade desprezada, mas inadiável.  

Ainda não decidi como chegarei ao novo governador. Talvez o faço como fiz com o presidente Lula da Silva, em 2004.  

Escrevi uma carta ao petista advertindo-o sobre o destino da então propalada Universidade Federal do Grande ABC. Infelizmente estava este jornalista mais que certo. O fracasso da UFABC é uma crônica anunciada. Se o Desenvolvimento Econômico da região depender dos acadêmicos da UFABC, o desfiladeiro vai continuar.  

CARTA A LULA  

Reproduzo abaixo a carta que enviei a Lula da Silva naquela oportunidade. Não sou a Mãe Dinah nem tenho pretensões a tal. Só fiz o básico: unir conhecimento, determinação e responsabilidade social.  

No caso do governador Tarcísio de Freitas, trata-se de algo que o fará saltar de imediato e contundentemente à frente de todos os tucanos que frequentaram aquela casa durante três décadas seguidas. Basta que ao tecnicismo positivista associe-se à oportunidade política.  

Pensei em revelar hoje a empreitada neste espaço, mas mudei de ideia. Devo ter um interlocutor ou alguns interlocutores, sei lá, para chegar de alguma forma ao governador. 

PRESENTE PRONTO  

Uma chegada não necessariamente física, material. O ideal mesmo seria formar uma comitiva de gente que entende do riscado econômico e político da região para oferecer um presente especial a Tarcísio de Freitas.  

Um presente prontíssimo a ser desembrulhado e levado a cabo.  

Conhecendo Tarcísio de Freitas como conheço, ou seja, pelo passado estatal sem manchas até prova em contrário, duvido que seus olhos não brilhariam.  

MUDANDO A SITUAÇÃO  

O que proporei ao governador do Estado não é ideia minha porque ideia minha não seria tão antiga e tão aviltada pela chamada Bancada do ABC que, durante décadas, jamais deu atenção ao escancaramento de um projeto que, levado com seriedade, em muito alteraria o rumo das coisas.  

Vou ter um cuidado máximo para não dar pista alguma sobre o que tenho no bolso do colete resolutivo.  

Estou na mesma situação do jornalismo verde-amarelo que não puxa o saco de determinadas pessoas e instituições e precisa tomar cuidados extremos para não ser banido do jogo da informação digital, radiofônica e televisiva. 

Por que vou entregar de bandeja o que pretendo ver o governador Tarcísio de Freitas aplicar para valer se tenho a possibilidade de contar com alguns parceiros de jornada para oferecer o presente presencialmente ou não de forma mais pragmática e comprometida? 

PARCELA DE COMPROMISSO  

Não ser o dono da bola da proposta embora tenha participado ativamente da disseminação da ideia que outras mídias da região jamais se ativeram porque outras mídias da região em larga escala gostam mesmo é do varejismo informativo não tolhe a iniciativa de ir adiante.  

Tenho minha parcela de compromisso com a iniciativa que jamais foi levada adiante porque se insiste em bater na mesma tecla furada de que a configuração escolhida seria mais apropriada à situação posta. 

Sei que é difícil para o leitor entender o que estou querendo dizer. Muito mais difícil do que decifrar jornalistas potencialmente censurados. Mas é esse caminho que resolvi trilhar.  

DESAFIO A TODOS  

Duvido que algum leitor ou autoridade pública do Grande ABC tenha a mínima ideia do que se trata.  

Vou ficar sim nesse jogo de gato e rato porque tenho o direito de sacanear os curiosos.  

Escolhi este texto para sacanear a todos. Se querem mesmo saber do que se trata é melhor esperar. O resto que se exploda. 

O que posso garantir é que se trata de um ovo de Colombo que já foi posto à mesa e nem assim mereceu de autoridades constituídas um mínimo de sensibilidade para entenderem que a aplicação da proposta proporcionaria ação reformista fabulosa para quem quer ver o Grande ABC e outros territórios paulistas em novo patamar de desenvolvimento econômico com ramificações sociais.  

CAPA DE REVISTA  

Estou tão sequioso em brincar com os leitores ao transformar esse texto em peça de suspense que me dou ao luxo de ir adiante.  

Uma das dezenas de capa da revista de papel LivreMercado, antecessora de CapitalSocial, tratou do assunto.  

Foi uma reportagem/análise robusta, profunda, incisivamente convidativa a seduzir ao menos uma liderança política da região.  

Infelizmente não se deu algo nesse sentido. Diria que se houvesse um prefeito atual da região disposto a entrar nesse barco que não é furado e chefiar a demanda junto ao governador do Estado, abriria o bico na hora.  

Contaria tudo no pau de arara de quem é Grande ABC Sociedade Ilimitada. 

LULALÁ E LULADEPOIS 

Estou pouco me lixando para quem interpretar esse texto como blefe ou qualquer coisa do gênero.  

Se me preocupasse com o que dizem terceiros não assumiria publicamente de forma implícita e depois de forma explicita que não votei no ex-presidente Lula da Silva.  

Não votei e não voto por razões que estão bem explicadas em muitos dos 63 conceitos que preparei aos leitores sobre a definição de votos no segundo turno.  

Tenho a péssima mania de não me alinhar àqueles que não confio depois de ter confiado porque se há uma coisa que não suporto e que me estilhaça a alma é insistir numa bobagem.  

Respeito todos os leitores, mas há um princípio em meu trabalho que não pode contrariar meus valores. O ex-presidente não poderia entrar no meu radar eleitoral depois que escrevi duas ou três centenas sobre a Operação Lava Jato. Basicamente é isso.  

LULA NADA  

Mas vamos voltar ao que interessa: nas próximas semanas é possível que se tenha à mão uma solução ao encaminhamento da iniciativa ao governador Tarcísio de Freitas.  

Duvido que ele não se apaixonaria pela proposta, sintonizada, aliás, com o que disse durante o processo eleitoral.  

Em 2010 encaminhei ao então presidente Lula da Silva duas cartas que tratavam do perfil mais adequado à Universidade Federal do Grande ABC.  

Uma proposta retirada de outra obviedade – a necessidade de o Grande ABC recuperar a trilha de desenvolvimento econômico.  

UFABC INÚTIL  

Todos sabem qual foi o destino. A UFABC, não difere da maioria de instituições do gênero no País, foi entregue a uma turma que apenas disfarça intenções de jogar um jogo regional voltado à reestruturação econômica.  

Uma balela que não cabe no figurino traçado previamente por gente sem intimidade com a realidade histórica da região.  

A UFABC é a antítese do que propus ao então presidente Lula da Silva. Também é essa uma das razões suplementares de não votar no petista.  

Meu voto sempre é regional, pela livre-iniciativa, aos pequenos negócios, à dieta do Estado e a algumas coisas mais que fazem a diferença ao longo do tempo.  

O que tenho para o governador Tarcísio de Freitas é o futuro mais organizado e competitivo.  

Se houver uma viva alma mais regionalista que eu no Grande ABC, que apareça como voluntária e trate de se juntar à iniciativa.  

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