Sociedade

Uma vez Borralheira,
sempre Borralheira (9)

  DANIEL LIMA - 15/06/2022

GRANDE ABC – Está bem, vou contar então uma lorota do prefeito de Santo André, do prefeito atual, porque os antecessores também propagaram coisas semelhantes ao que defino como lorota, além de muitas promessas.  

DIADEMA – Fale logo, Grande ABC, porque adoro fofoca de gente que pensa que é mais do que é de fato. Gente que se acha, como dizem. E Santo André se acha. Sei lá se é porque é o “A” do ABCDMRPRGS. Esse negócio de primogênito nem sempre dá certo.  

GRANDE ABC – Que coisa horrorosa, Diadema. Pare de me transformar em sopa de letras que, para quem é de fora, e mesmo daqui, não quer dizer nada. Meu nome marquetológico é Grande ABC e está acabado. Faz de conta que sou mesmo Grande e que envolva o ABCDFGHIJK e tudo o mais.  

SÃO BERNARDO – Mal gosto alfabético de Diadema à parte, sou obrigado a mais uma vez, o que é raro, concordar com minha vizinha enxerida. Agora a abelhudice tem razão de ser. 

GRANDE ABC – Já imaginaram vocês todos acreditarem que um prefeito que é economista de formação, veja só, economista de formação, mas provavelmente jamais de vocação, dizer que o PIB da cidade vai crescer de um ano para outro nada menos que 10%? Isso mesmo, 10% de crescimento de um ano para outro sem que seja em função de alguma catástrofe anterior compensada em seguida?  

DIADEMA – Acho que nem assim é possível crescer tanto. Veja só os dados econômicos da pandemia. Caímos menos de 4% num ano e crescemos pouco mais que quatro no ano seguinte.  

SÃO CAETANO – Pior que isso, porque não melhorou de um ano para o outro, foi a Dilma Rousseff, dos vermelhos, que derrubou o PIB em quase 8% até ser impichada.  

ESTADO DE SÃO PAULO – Explique melhor o caso de Santo André, caro Grande ABC. Mas não faça rodeios, porque o tempo passa e seus anões ficam fugindo do que interessa. 

CIDADE DE SÃO PAULO – Conte logo, Grande ABC, porque isso não está na literatura econômica fora de períodos de exceção ou dos chineses, que também arrefeceram o crescimento nos últimos anos.  

GRANDE ABC – O prefeito de Santo André disse ano passado que a operação de uma central de distribuição de alimentos, frutas, legumes e tudo o mais, o chamado Novo Ceasa, lá na esburacada e congestionada Avenida do Estado, promoveria o crescimento fantástico do PIB nos termos que coloquei. Sabe lá o que são 10%?  

CIDADE DE SÃO PAULO – Sei bem, sei bem, porque sou bem maior, mais dinâmica, e nada, nada vezes nada seria capaz de incrementar tamanho fluxo de avanço de riquezas.  

GRANDE ABC – Espere que vou terminar de contar. Sabem o que são 10%? A média de crescimento real do PIB de Santo André com o atual prefeito, é de apenas 0,6% ao ano. Isso mesmo: zero vírgula seis por cento. Querem que repita? Pois o prefeito Paulinho Serra, que adora um marketing de pé-quebrado, virou manchete de jornal, de todos os jornais locais, ou quase todos, ao trombetear como um imperador que a cidade iria crescer 10% de um ano para outro.  

ESTADO DE SÃO PAULO – Acho que vou falar com o prefeito de Santo André para me repassar essa fórmula maravilhosa, essa fórmula mágica de crescimento do PIB, porque assim vou definir uma política para implantar pelo menos duas centenas de centros semelhantes por todo o meu território. Vou dar um salto quântico no meu PIB que anda caindo a cada ano. 

CIDADE DE SÃO PAULO – Como assim, Estado de São Paulo? Até outro dia o seu governador dizia que o PIB crescia e cresce mais que o PIB do Brasil? 

ESTADO DE SÃO PAULO – Não espalha, não espalha, mas isso é um truque que todo mundo que é esperto utiliza para fazer propaganda com fins eleitorais. Afinal, ninguém é de ferro. Crescer mais que o Brasil não quer dizer que estamos crescendo como Estado. A gente até cresce, mas não cresce. Entendeu? 

CIDADE DE SÃO PAULO – Então me conta que também quero usar isso na hora certa. 

SANTO ANDRÉ – Veja só: a Cidade de São Paulo acha que é Cinderela em tudo. Como pode não saber como se mexe os pauzinhos numéricos para levar aos eleitores a ideia de que o PIB é maior do que de fato o é? 

ESTADO DE SÃO PAULO – Acho que nesse ponto Santo André tem razão, caríssima Cidade de São Paulo. Não conhecer o truque do PIB é muita ingenuidade.  

CIDADE DE SÃO PAULO – Não me condenem. Assumi o cargo há pouco tempo, depois que o titular morreu. Estava preocupado com outras coisas, sabem como é esse negócio de ser vice, por isso não estou por dentro desse negócio de estatística voltada para o PIB. 

ESTADO DE SÃO PAULO – Então vou ser breve. Propago que o meu PIB cresce mais que a média do Brasil porque é verdade, mas uma meia-verdade. Tenho um perfil diversificado na área de serviços de alta tecnologia, principalmente financeiro, e isso ajuda a compensar as perdas industriais, que veem de longe. Ou seja: com a financeirização do PIB brasileiro há muito tempo, ganho tração a cada nova investida inflacionária e de negócios pouco produtivos. Só tenho que crescer mais mesmo.  

SÃO BERNARDO – Vejam como a vida é ingrata. Enquanto o Estado de São Paulo nada de braçadas com o mercado financeiro, com redes de hotelaria, de consultorias, de tudo que significa serviços, eu danço feio porque dependo em larga escala do setor automotivo. Aquilo que já contei da tal Doença Holandesa Automotiva me esquarteja. 

GRANDE ABC – Estamos perdendo o foco inicial dessa nova rodada de diálogos. Estava centrado no caso de Santo André, que também nestes dias tem passivos imensos em matéria de promessas e lorotas. É uma pena que aquele jornalista tenha abandonado o tablado de dimensionar as barbaridades que continuam a acontecer, mas ele não perde a musculatura crítica porque descobriu uma nova maneira de Santo André burlar a realidade dos fatos de uma cidade em franca decadência e incapaz de reagir. 

ESTADO DE SÃO PAULO – Qual é a nova tramoia de Santo André? 

DIADEMA – Não acredito que o Estado de São Paulo não saiba da inovação do prefeito e de assessores versados em ilusionismos? 

SÃO BERNARDO – Mas vai saber agora, porque duvido que o Grande ABC não solte a língua. 

MAUÁ – Desculpe minha vizinha grandiosa, útero de meu território físico, mas sou obrigado a solicitar ao Grande ABC que desembuche logo, que conte seus podres, Santo André. 

RIBEIRÃO PIRES – Repito integralmente as palavras de Mauá. 

RIO GRANDE DA SERRA – Também digo o mesmo. E espero não sofrer retaliações. Se não me indicarem outra vez para comandar o Clube dos Prefeitos, vou achar que é perseguição. Presidir o Clube dos Prefeitos é o máximo para mim e é Santo André quem tem me bancado. É claro que Santo André tem seus interesses, mas isso não conto. O importante é que se lembrem de mim, de que existo.  

GRANDE ABC – Meus amigos, Santo André agora sofisticou a malandragem de enganar o distinto público. Nada de promessas e lorotas que dão muito na cara porque amanhã tem sempre alguém para cobrar resultados. 

SÃO BERNARDO – Conta logo, conta logo. 

GRANDE ABC -- Desde que chegou uma turma da Cidade de São Paulo, a ordem unida em Santo André é participar de tudo quanto é indicador ou suposto concurso de suposta competência administrativa. É um tal de ganhar prêmio aqui, ganhar prêmio ali. Nunca se viu coisa igual. Não interessa se há competidores de verdade, muito menos quanto custa a inscrição, ou mesmo se as passagens das viagens são pagas pela própria cidade, o que manda é trazer prêmios. Bons contatos e relacionamentos com quem tem na ponta da língua o calendário de ofertas de prêmios valem ouro.  

SANTO ANDRÉ – Sabia que o Grande ABC daria com a língua nos dentes. Isso é coisa daquele jornalista que não larga do meu pé só porque tenho uma secretaria especializada em assuntos aleatórios, em indicadores e em prêmios. Conheço o povo e sei que ele gosta de ser enrolado. Gataborralheirismo é isso também. 

DIADEMA – Ninguém é de ferro quando se trata de lustrar o próprio ego com esse tipo de marketing, mas acho que Santo André exagera. São tantas manchetes de conquistas mais que duvidosas que não tem como não dar na cara que se trata muito mais de marketing eleitoral do que gestão prospectiva, reformista, essas coisas que todos sabem Santo André, mais do que ninguém, anda precisando. Posso falar isso com isenção porque aqui fizemos uma revolução socialista. Se bem que, cá entre nós, tudo está se complicando porque as burras da Prefeitura já não suportam mesmo tantos compromissos do passado. 

GRANDE ABC – Vamos voltar ao que interessa agora. Fale, Santo André. Exerça seu direito de defesa.  

SANTO ANDRÉ – É verdade que importei da Cidade de São Paulo um alquimista do marketing de resultados. Se a Cidade de São Paulo não deu bola para ele, se não o valorizou, não tive dúvida em trazê-lo para dar conta do recado. Precisava encantar as borralheiras que infestam meu território e o território da região. Todo mundo acredita que premiações têm grande valor, mesmo que não passem de cortina de fumaça. 

GRANDE ABC – Todo mundo uma ova. Ainda há gente com cérebro no lugar aqui na região. Está certo que é uma minoria combativa, mas que há gente séria que bota o olho em cada gestão municipal, não tenho dúvida.  

ESTADO DE SÃO PAULO – Realmente, devo admitir que vocês todos formam um mundo à parte nesse negócio de criatividade. 

CIDADE DE SÃO PAULO – Concordo, Estado de São Paulo. A necessidade provoca mesmo surtos de criatividade e imaginação. Os tempos de chumbo da política nacional provam isso. Quando não se tem ferramentas para lidar com o que chamaria de planejamento e execução de reformas, recorrer a mandraquismos é a melhor saída.  

ESTADO DE SÃO PAULO – Tenho uma curiosidade, Grande ABC. Se fosse feito um concurso com gente de massa encefálica para eleger o prefeito-maquiador da região, quem você acha que seria consagrado? Quem é o melhor cenarista. Aquele que mais faz uso de malabarismos para vender o peixe?  

GRANDE ABC – Isso é pergunta que se faça, caríssimo Estado de São Paulo? Está tão na cara, mas tão na cara, que não vou nem responder. O que posso dizer é que esse prefeito faz um mal terrível não só para sua cidade como para a região como um todo. Ele mistifica a realidade que está nas ruas e, com isso, cria um ambiente em que as pessoas menos preparadas acreditam que também são pessoas incompetentes, porque tudo pareceria, a terceiros, que a cidade e a região estão às mil maravilhas.  

CIDADE DE SÃO PAULO – É verdade, mas infelizmente não temos mecanismos legais para colocar ordem na casa dos sete anões. Democracia tem preço. A responsabilidade coletiva nem sempre é um atributo igualmente coletivo, porque há atravessadores que só veem os próprios interesses.  

ESTADO DE SÃO PAULO – Nesse ponto, voltamos ao que já discutimos no começo desse encontro, a tal equação de que Brasília somos todos vocês em forma de municípios. 

GRANDE ABC – Exatamente. Quando se permitem barbaridades de gestores públicos e a anuência acrítica da imprensa, forma-se um bolo indigesto de representatividade.  

SANTO ANDRÉ – Acho que vocês estão dando importância demais ao que é apenas uma questão lateral.  

GRANDE ABC – Muito diferente disso, Santo André. Muito diferente. O modus-operandi de gestores públicos numa região como a nossa, em franco processo de decadência, é muito relevante. Cada vez que aparece alguém no radar de inquietações para dizer que tudo está se resolvendo, que somos uma maravilha, o atraso é monumental. Somos uma colcha de retalhos suscetível demais a enganações. Perdemos o foco facilmente, como se pode ver aqui nessa mesa retangular que representa 45 milhões de pessoas.  

ESTADO DE SÃO PAULO – Concordo plenamente. Acho que esse pedaço específico do meu Estado precisa se acertar no que realmente é importante para ser atacado em forma de resolução. 

DIADEMA – Uma das questões, caro Estado de São Paulo, é exatamente seu desempenho estratégico. E faço essa observação sem qualquer conotação cromática, porque sou vermelho e você azul. Sempre achei que está faltando Estado na região como um todo. Há projetos que não saem do papel e quando saem acabam saindo diferentes do que se pretendia. 

ESTADO DE SÃO PAULO – Dé um exemplo, cara opositora. 

DIADEMA – Ora, ora, um exemplo? Há quanto tempo o Estado de São Paulo promete que vai chegar aqui com metrô, mas metrô de verdade, não o que tem preenchido nosso espaço, que são as linhas de trólebus e agora do BRT? Isso não é metrô. Isso é transporte de país pobre, de regiões periféricas. Metrô faz a diferença porque de fato induz certo grau de desenvolvimento econômico e qualidade de vida. 

GRANDE ABC – Lamento, Estado de São Paulo, mas estou com Diadema. Não vou transpor para as cores que nos diferenciam uma burrice que seria achar que tudo que Diadema faz é ruim. A intervenção de Diadema é perfeita. Somos sempre enganados. Metrô é metrô mesmo.  

SÃO BERNARDO – Concordo inteiramente. E vou mais longe. Digo sem indecisão que toda vez que a mídia cai na armadilha de dizer que teremos metrô quando se refere a BRT ou algo parecido, a mídia está nos condenando à perda de força política para lutar para valer mesmo por metrô de verdade. Quem durante muito tempo chamou monotrilho de metrô só atrapalhou. Ficamos sem os dois e nos entregaram o sistema BRT. Não gosto de criticar o Estado de São Paulo, que tem nos ajudado para valer nos últimos anos, mas a verdade precisa ser dita.  

MAUÁ – Acho que o Estado de São Paulo poderia fazer mais pela gente aqui da região.  

ESTADO DE SÃO PAULO – Mais uma cobrança? 

MAUÁ – Pode chamar do que quiser, caro Estado de São Paulo, mas entendo que nosso gargalo logístico é tão emaranhado que só mesmo com seu apoio seríamos capazes de cair na real de que a adoção de um plano estratégico à nossa recuperação econômica seria providencial. Não precisamos de privilégios, mas o Estado de São Paulo, através de uma secretaria voltada ao desenvolvimento econômico regional, válido para toda a fronteira, poderia organizar os agentes mais importantes para o Grande ABC recuperar parte da vitalidade perdida.  

DIADEMA – Quem diria que desse mato de Mauá sairia um coelho de boa proposta? 

MAUÁ – Não vou lhe responder à altura da provocação porque você é a única mulher da mesa e correria o risco de ser mal-interpretado. Quem sabe até me sobre alguma coisa de sexismo. Por isso estou pensando bem o que vou lhe dizer em resposta. 

CIDADE DE SÃO PAULO – Vamos lá, Mauá, dá uma cacetada na vizinha inferior de minhas terras. 

MAUÁ – Prefiro ser diplomático, até para não dizerem que tenho algum parentesco com silvícolas. O que vou dizer é o seguinte, Diadema: tenho apetrechamento intelectual para colaborar e muito com a região. A vizinhança em geral está mal-acostumada. Acho que só solto fumaça e fuligem por causa do Polo Petroquímico. É discriminação pura.  

GRANDE ABC – Não podemos nos perder depois da boa sugestão de Mauá. Acho também que alguém tem de tomar a iniciativa de botar a mão na massa de um planejamento regional nas minhas terras. Já que o divisionismo burro e autárquico dos sete municípios é um impeditivo alarmante, que tal o Estado de São Paulo dar um jeito nisso? Acho que com o comando do Estado de São Paulo os sete anões da região vão provar que não são mesmo borralheiras e, de imediato, vão aderir à iniciativa. 

SÃO BERNARDO – Corretíssimo, Grande ABC. 

DIADEMA – Prontíssimo, Grande ABC. 

SANTO ANDRÉ – Na mosca, Grande ABC. 

SÃO CAETANO – Melhor impossível, Grande ABC. 

MAUÁ – Definitivamente certo, Grande ABC., 

RIBEIRÃO PIRES – Extraordinariamente certeiro, Grande ABC. 

RIO GRANDE DA SERRA – Maravilhosamente correto, Grande ABC. 

GRANDE ABC –Já passou da hora de o Estado de São Paulo deixar de fingir que está com a gente, mas na hora do vamos ver está é preocupado com endereços de regiões menos hostis.  Quem não se lembra da Câmara Regional do Grande ABC? 

DIADEMA – Tenho uma vaga ideia, mas nada que me permita falar com alguma substância.  

SÃO BERNARDO – Ouvi dizer, mas não quero arriscar. Não tem nada a ver com pneu de caminhões que fabrico, certo? 

SANTO ANDRÉ – Pare de gozação, São Bernardo. Também não sei quase nada sobre isso, mas o que sei parece que é positivo. 

SÃO CAETANO – Câmara Regional do Grande ABC? Conheço o Consórcio dos Prefeitos e a Agência de Desenvolvimento Econômico.  

GRANDE ABC –A Câmara Regional foi lançada durante a gestão do prefeito Celso Daniel à frente do Clube dos Prefeitos, na metade dos anos 1990. Aliás, foi o Celso Daniel que organizou todo esse arcabouço. A Câmara Regional desapareceu do mapa por falta de participação dos agentes convidados. 

SÃO BERNARDO – Comecei a me lembrar disso. 

CIDADE DE SÃO PAULO – Acho que também tenho registrado algo disso na memória. 

ESTADO DE SÃO PAULO – Esqueci completamente do que se trata, Grande ABC. 

GRANDE ABC – É claro que sua memória é seletiva, Estado de São Paulo. Eram tempos do governador Mario Covas. Ele e seu secretariado se comprometeram a participar da Câmara Regional juntamente com agentes de variadas instituições da região, além de deputados e representações dos Legislativos locais. Claro que também com a presença dos prefeitos e de gente graduada da Economia, entre sindicatos de trabalhadores e empresários.  

CIDADE DE SÃO PAULO – E não deu em nada? 

GRANDE ABC – Em nada vezes nada. Todo mundo ficou eufórico, foram realizadas reuniões técnicas durante alguns meses, estabeleceu-se um projeto de ações em várias áreas e, infelizmente, nada foi adiante. Não deu liga. E tudo ficou ainda pior depois da morte do Mário Covas. Quando o Celso Daniel foi assassinado, já não restava nada.  

DIADEMA – Quer dizer que a Câmara Regional miou? 

GRANDE ABC – Mais que miou, Diadema. Roncou o sono profundo do desinteresse coletivo por uma causa porque nossas engrenagens sociais e políticas são fragmentadas e exclusivistas. 

ESTADO DE SÃO PAULO – Isso quer dizer, caro Grande ABC, que não tenho culpa no cartório sozinho? 

GRANDE ABC -- Verdade que não inteiramente, Estado de São Paulo. Temos aqui de reconhecer humildemente que somos sempre os maiores interessados e cabe aos sete anões a determinação de lutar pelo interesse da sociedade. Daí a proposta de um planejamento estratégico regional tendo o Estado de São Paulo com polo de convergência e hierarquia pelo menos num primeiro instante, de ajuntamento das peças, é essencial.  

ESTADO DE SÃO PAULO – Como você acha que posso contribuir, mesmo considerando que a vaca econômica do Grande ABC já foi para o brejo? 

GRANDE ABC – Foi mesmo, Estado de São Paulo, mas ainda dá para tentar salvá-la. 

ESTADO DE SÃO PAULO – Então me conte o que está na sua cabeça. 

GRANDE ABC – Daqui a pouco, daqui a pouco. Vamos tomar mais um cafezinho antes disso. Aqui na mesa de reunião mesmo. Precisamos ganhar tempo porque além do que pretendo sugerir para trazer o Estado de São Paulo frequentemente aqui na região, há outras pautas. Ou vocês esquecerem que iremos ainda tratar de redes sociais e mídias do Grande ABC?

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