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Imprensa

DANIEL LIMA - 21/10/2024

Estamos ingressando na reta de chegada das 36 edições da newsletter OmbudsmanDiário, ferramenta que utilizei para levar a diretores, acionistas e editores do Diário do Grande ABC o que pretendia aplicar, em seguida, como diretor de Redação daquela publicação que se aproximava do 50º aniversário de circulação.

O que se segue de imediato  é a edição de número 31 --- foram 36 no total --, escrita em 8 de julho de 2004.Uma edição robusta. Observem o quanto distribui de elogios e de catiripapos editoriais. Não estava ali para uma política de boa vizinhança à custa do sacrifício da informação. 

A edição 32 de OmbudsmanDiário, de 12 d julho de 2004,  foi a mais densa em quantidade entre as 36 que preparei. Foram 24,5 mil caracteres, ou 4.854 palavras.

Apresentamos também a edição 33 da newsletter OmbudsmanDiário. O texto, produzido em 13 de julho, revela o quanto o Diário do Grande ABC exigia cuidados para que correspondesse à expectativa dos leitores. 

 EDIÇÃO NÚMERO 31

A edição desta quinta-feira está sustentada principalmente na manchete de primeira página sobre o Polo Petroquímico de Capuava, sobre a qual faço considerações na sequência. Não teremos edição desta newsletter amanhã, por causa do feriado. Voltarei na segunda-feira com avaliação das edições de sexta, sábado e domingo. 

É provável que já na próxima semana esta newsletter deixe o gueto de diretores, acionistas e chefes de redação. Deverá também ser emitida aos demais componentes da Redação. É indispensável que se interiorize em toda a companhia os pressupostos deste trabalho para que haja aprofundamento de conceitos. Mesmo contando com informações de que há um mercado paralelo de distribuição deste trabalho, com cópias endereçadas a destinatários que não constam deste original, acredito que esse não é o melhor caminho para dar nossa contribuição ao produto. 

Continuo intensamente preocupado com o que levamos aos leitores. Entre outras razões porque existe um fenômeno extremamente nocivo que decorre da frágil estrutura organizacional da redação, estiolada pelo banco de horas, entre outras aberrações. Trata-se do fato de que são poucos os profissionais de redação que participam, em média, das edições do jornal. Traduzindo: quem lê o jornal acredita que o quadro de colaboradores é extraordinariamente enxuto, quando, na realidade, me parece diferente. O problema todo é que burocratizaram de tal maneira a linha de produção, com atividades-meio suplantando atividades-fim, que se torna impossível dar dinâmica moderna. O autor dessa proeza estrutural deveria ser degolado, porque coloca toda a companhia, mais especificamente a redação, sob suspeição. 

POLO PETROQUÍMICO (I)

Finalmente o jornal consegue transpor para as páginas internas a importância da manchete principal de primeira página, que trata dos valores que serão investidos no Polo Petroquímico de Capuava. É bom abrir o jornal com a expectativa de que as informações serão mais densas e encontrar o que encontramos. 

POLO PETROQUÍMICO (II)

Faço reparos apenas a alguns textos da matéria sobre os investimentos no Polo Petroquímico. Há momentos em que se sobressai uma excessiva preocupação com informações técnicas que não interessam ao leitor do jornal, como os cálculos apresentados sobre o que se extrai de cada tonelada de nafta. Além disso -- e isso é um vício de quase todos os jornalistas do jornal --, usam-se aspas demais, entregam-se demais as informações para terceiros, quando o correto seria introduzir aspas apenas em questões relevantes, que caracterizem a informação como algo assumidamente de responsabilidade do entrevistado. 

POLO PETROQUÍMICO (III)

Uma informação relevante -- até porque é o eixo de tudo o que está no horizonte do Polo Petroquímico de Capuava -- deixou de ser veiculada pelo jornal: a reunião de ontem é consequência de desdobramento do encontro em Brasília que, com o comando do presidente Lula da Silva, determinou que tanto a Universidade Federal como o aumento da capacidade de produção da PQU se revestiam de prioridades regionais. Para tanto -- e a matéria apenas resvala na questão --, até mesmo o diretor comercial da Petrobras foi afastado. Aliás, na entrevista que concedeu recentemente ao jornal, na qual fez proselitismo eleitoral, o deputado federal Luizinho Carlos da Silva afirmou, em determinado trecho, que o governo deu um chega-pra-lá no diretor comercial da Petrobras que se interpunha à determinação do presidente. Longe de vetor político, esse bastidor é importante para justificar a razão de, depois de 10 anos, o Polo Petroquímico finalmente decolar. 

POLO PETROQUÍMICO (IV)

A chamada de primeira página exalta a contratação de três mil trabalhadores, quando deveria ser comedida. São três mil postos temporários, durante a fase de investimentos. Essa informação não poderia ser omitida. Tanto quanto uma outra, que não consta da matéria: qual a potencialidade de geração de emprego na cadeia de produção do setor químico-petroquímico na esteira do reforço de produção? A Reportagem de Capa de LivreMercado de junho mostra, com base em 2001, qual é a compleição estrutural do setor de plásticos no Grande ABC. Daí, principalmente, ter optado pela defesa de cursos voltados para a área, pelo menos nos primeiros cursos, na Universidade Federal do Grande ABC. O tamanho do mercado de trabalho do setor de plástico não poderia ficar de fora da matéria. Tanto quanto as perspectivas de evolução. São poucos os novos empregos na primeira e na segunda camadas do setor. 

ELEIÇÔES MUNICIPAIS (I)

Deu-se espaço demais a especulações sobre um personagem menor da política de São Bernardo: o jornal abriu a página 2 de Política Grande ABC com uma matéria ("Câmara de S. Bernardo denuncia uso de Emeb para fins eleitorais") toda construída sobre o pântano de condicionalidades. O assunto por si só deveria se restringir a notinha de Cena Política, nada mais. A isso se pode dar o nome de desperdício de espaço, geralmente fruto de escassez de pauta. O que é um acinte em ano eleitoral. 

ELEIÇÕES MUNICIPAIS (II)

Continuo esperando, ansioso, pela matéria interpretativa sobre as eleições em São Caetano, depois que novos e fortes candidatos entraram no páreo. Ouvir os quatro concorrentes e suas respectivas versões sobre as perspectivas eleitorais, eis uma grande matéria. Será que há algum impedimento diretivo ou editorial nesse sentido? 

ELEIÇÕES MUNICIPAIS (III)

Utilizada como nota de Cena Política, a informação pode render uma excelente pauta, inclusive manchete principal de primeira página. Trata-se do fato de que o governo Geraldo Alckmin fechou 2003 com o mais baixo percentual de investimentos no Grande ABC em relação ao restante do Estado. A matéria poderia navegar pelas águas do político, do econômico e do administrativo. Os valores apontados na nota são muito inferiores à participação relativa do Grande ABC no bolo de produção de riqueza no Estado. Não creio que há impedimento à aplicação dessa pauta. 

ELEIÇÕES MUNICIPAIS (IV)

Sigo esperando matéria substantiva sobre o Legislativo de São Caetano, um dos mais dispendiosos do Estado de São Paulo (na divisão de gastos pela população atendida) e que, graças ao TSE e ao Senado, perdeu 10 vagas nas próximas eleições. Será que teremos mesmo redução de custos ou os remanescentes (e novos eleitos) vão dividir um orçamento generosamente repassado pelo Executivo? 

ELEIÇÕES MUNICIPAIS (V)

Na Cena Política, uma frase estabelece juízo de valor totalmente improcedente para o caso da redução do número de vereadores em São Caetano: "A cidade perdeu dez vagas no Legislativo e foi a mais prejudicada entre os 645 municípios paulistas". Nada mais absurdo, nada mais absurdo. Entre outros motivos porque, ainda recentemente, e finalmente, o jornal revelou, com base nos dados do Instituto de Estudos Metropolitanos, que São Caetano é altamente perdulária nos gastos legislativos. 

CHAMADA VIÚVA

A edição de terça-feira dedicou até chamada de primeira página ao último episódio de Friends, a série norte-americana de tanto sucesso. Correlacionei o destaque à omissão de tratamento pelo menos semelhante ao último capítulo de Celebridade. Pois bem: o jornal não deu uma linha sobre o assunto nas edições seguintes. Enquanto isso, o Estadão de hoje publica matéria sobre o assunto, depois de acompanhar um grupo de jovens estudantes levados a dois endereços da Capital para assistir às últimas cenas. 

CAMPEONATO BRASILEIRO (I)

É um alívio a notícia de que Romerito continuará no Santo André e, dessa forma, desloca-se do exército de jogadores campeões da Copa do Brasil que despertam o interesse de outros clubes. Por isso mesmo o jornal deveria relacionar quais são os jogadores que estão na mira de terceiros. São vários. 

CAMPEONATO BRASILEIRO (II)

A perspectiva de fuga de rebaixamento do Santo André é abordada pelo jornal na edição de hoje, mas o melhor referencial que deverá ser utilizado sistematicamente nesse que é um assunto prioritário do clube está na verificação do acúmulo de pontos do 19º colocado das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, linha de corte de rebaixamento. A classificação final da Série B do ano passado também é um bom referencial, mas utilizar duas planilhas atuais e, daí, mergulhar em numerologias parece a melhor opção. Até porque mais à mão. O jornal deve insistir no assunto e torná-lo ponto mobilizador da torcida. A situação da equipe é gravíssima, porque ganhar mais de 60% dos pontos em disputa é uma tarefa leonina. Ou ramalhina. Um novo desafio para quem já conseguiu surpreender tanto. 

CAMPEONATO BRASILEIRO (III)

Com o empate de ontem à noite em Belém do Pará, o São Caetano coleciona três jogos seguidos sem vitória no Campeonato Brasileiro. O que pergunto é o seguinte: já ocorreu algo semelhante anteriormente? Não seria esse um mote precioso para o próximo jogo da equipe? 

CAMPEONATO BRASILEIRO (IV)

Uma matéria especial, sem especulações maiores, poderia mostrar o quanto o São Caetano já se desfez de jogadores desde que subiu para o estrelato do futebol brasileiro. Provavelmente é a equipe brasileira que mais negocia liberação de jogadores e que, incrível, consegue sustentar-se entre os primeiros. 

CABOS ROUBADOS

O caderno Setecidades recupera-se bem com a matéria "Ladrões levam cabos de bomba da Sabesp pela 3ª vez em 4 dias". Felizmente, para a editoria, houve reincidência do furto. As boas fotos de Claudinei Plaza valorizam o texto e contextualizam a matéria. Mostra que o jornal foi a campo. 

BILHETE ÚNICO

O jornal volta a escrever sobre o bilhete único em Mauá, mas, das duas uma: sou burro demais ou ainda não foi possível repassar aos leitores a diferença entre o sistema aplicado na cidade e o que a matéria diz ser semelhante na Capital. Insisto em sugerir que se ouça um especialista no assunto e que ele destrinche não só o aspecto técnico da novidade, mas também o financeiro para as empresas. 

TRIGÊMEOS 

Interessantíssimos os dois flagrantes de Informediário dos dois grupos de trigêmeos aniversariantes. Só faltou um texto criativo, coligando-os. 

PAIS E FILHOS

Bem construída a matéria de Cultura & Lazer "Filmes impróprios? Pais liberam", que trata da portaria do Ministério da Justiça que define as novas regras para classificação etária de obras audiovisuais de cinema, vídeo e DVD. 

PARANAPIACABA NA PARADA

Cultura & Lazer continua valorizando Paranapiacaba e seu Festival de Inverno. Na medida em que o jornal ressalta o evento, mais desperta o interesse dos leitores. Ou não será por essas e por outras que a Globo divulga tanto sua programação? 

PAULICÉIA DESVAIRADA

Ao me referir esta semana à inspiração do título de capa da revista LivreMercado deste julho, "Metrópole Desvairada", cometi a bobagem de trocar o autor da obra "Paulicéia Desvariada", o escritor Mário de Andrade. Na verdade, meu erro foi de subconsciente, porque a expressão "paulicéia desvairada" foi massificada por Plínio Marcos, um rebelde autor de teatro. Lamento que apenas um jornalista com o qual me encontrei casualmente hoje tenha se manifestado sobre o erro. Faltou, dentro do jornal, um ombudsman para o ombudsman. 

 EDIÇÃO NÚMERO 32

Nem todo o material que selecionei das edições de sexta, sábado e domingo do Diário do Grande ABC, da Folha de S. Paulo e do Estadão faz parte desta edição. Alguns deixei para amanhã, juntamente aos assuntos que trafegarão pelos geralmente escassos jornais desta segunda-feira. Preferi deixar alguns pontos para a próxima edição porque já temos quilométrica newsletter nesta segunda-feira.

Creio que os leitores devem imaginar o quanto tenho me dedicado a essa função que, em princípio, me parecia menos extenuante. Sinto-me na mesma situação de um analista de futebol que vai aos jogos com a obrigação de desvendar os mistérios de cada um dos 90 minutos de bola rolando. Algo muito diferente de quem vai aos jogos apenas como torcedor.

Assim estava eu até recentemente: lia atentamente os jornais sem preocupação específica de ficar coletando referências, erros, acertos, buracos, avanços. Como ombudsman sou forçado a ser crítico o tempo todo, a cada linha consumida como leitor.

Meu entusiasmo corre na mesma mão de direção das efetivas respostas da corporação. Entenda-se como corporação a soma de acionistas, diretores, redação e leitores. Quando tiver certeza de que eventualmente há descompasso insuperável entre meu empenho e as tentativas de melhoria do produto, pego meu boné e dou no pé. Detesto enxugar gelo.

Completamos 19 edições desta newsletter especificamente de análise do jornal. Não estamos considerando o Planejamento Estratégico Editorial. Até agora, produzimos 207.056 caracteres em 20 edições diárias, o que dá a média de 10.352 caracteres por edição. 

PRIMEIRA PÁGINA (I)

A manchete de primeira página da edição de sexta-feira ("Polo Petroquímico terá termoelétrica") força a barra por causa da manchete principal do dia anterior sobre assunto semelhante. Levando-se em conta que a decisão de investimento não é algo sacramentadamente garantido, creio que o jornal se excedeu no desejo de construir um novo Grande ABC.

PRIMEIRA PÁGINA (II)

A chamada do decisivo jogo do Santo André na Série B do Campeonato Brasileiro -- todo jogo do Santo André será decisivo, depois de perder 12 pontos no tapetão -- mereceria colocação de primeira página muito melhor na sexta-feira. Infelizmente, entrou a reboque de um jogo inexpressivo da Seleção Brasileira. O melhor teria sido a inversão: a chamada do Santo André que jogou em casa e em segundo plano o jogo da Seleção. Até mesmo a foto poderia ser de preparativos do Santo André. Jornalismo regional não pode ser seduzido pela globalização.

Há momentos em que a regionalidade deve falar mais alto. Com substância. A edição precisa levar em conta, também, o acréscimo de expectativa que se destila num jogo de futebol. Já escrevi sobre isso nesta newsletter. Uma foto e uma boa chamada de capa para um jogo de um time recentemente incensado pela população levariam mais torcedores ao estádio. Podem acreditar.

PRIMEIRA PÁGINA (III)

O título de primeira página de sexta-feira sobre o Festival de Inverno de Paranapiacaba, sobreposto à foto, ficou um horror.

PRIMEIRA PÁGINA (IV)

Um exagero a manchete principal da primeira página da edição de sábado. Alçar o Festival de Inverno de Paranapiacaba ao topo da página é um exagero. Qualquer outra manchete seria melhor. Manchete de primeira página deve ser reservada a algo extremamente impactante, instigante, revelador, provocante, audacioso. O Festival de Inverno é cronologicamente aguardado. Só teria sentido subir ao topo se agregasse alguma informação extremamente importante.

PRIMEIRA PÁGINA (V)

Como vou deixar para a edição de amanhã a matéria que deu origem à manchete principal de primeira página da edição de domingo, transfiro o comentário também para depois.

EDITORIAL (I)

O editorial de sábado "Sociedade Civil na Universidade" comete série de pecados. Leva para o campo do democratismo o que é essencialmente uma ação de especialistas em competitividade regional. "Chegou a hora de se incorporar o vigor da sociedade civil na criação da UFABC, levando a discussão para as sociedades de bairro, clubes de serviço, entidades de classe e empresários" (...) "Enquanto não houver essa mobilização, as intervenções em defesa da universidade serão pontuais, o que não transfere ao projeto uma justa dimensão regional" (...) "A população precisa assumir a responsabilidade de participar ativamente na busca dessa conquista para o Grande ABC, que será um marco histórico em diversos sentidos" (...) "Nesse sentido, a abertura das discussões à sociedade civil dará maior solidez e objetividade à definição do perfil que a região exige na atual fase de desenvolvimento" (...) "Os candidatos às eleições municipais deste ano não podem ser omissos no debate, mas essa participação deve necessariamente ter caráter suprapartidário".

Tudo isso que está entre aspas faz parte do editorial. Um jogo de palavras sem qualquer relação com senso de diagnóstico, de planejamento, de ação. Uma parafernália léxica que estaria perfeita na autoria de algum candidato a alguma coisa. Menos à consecução de um projeto que recomenda racionalidade, conhecimento e responsabilidade.

EDITORIAL (II)

O editorial do Diário de sábado sob o título "Polo social", que faz crítica ao distanciamento social das empresas do Polo Petroquímico de Capuava, escorregou no tomate. Se há um setor no Grande ABC cujos representantes moveram-se em direção à comunidade nos últimos anos é exatamente o de Capuava. Esse desconhecimento é dose cavalar, porque até suplementos o Polo Petroquímico encartou no Diário sobre ações econômicas e sociais. Sem contar que vários representantes daquelas unidades estão inseridos em organizações regionais. Jorge Rosa, executivo da Petroquímica União, é diretor-geral da Agência de Desenvolvimento Econômico. Nívio Roque, da Polietilenos, está nos quadros da Acisa.

A barbaridade do editorial não está restrita a atirar o Polo Petroquímico na vala comum dos insensíveis. Quando o editorial escreve que "O ideal é que sejam alimentados vínculos afetivos permanentes, como se constata em relação a outras instituições identificadas com a região, como é o caso das montadoras", o sacrilégio é imensurável, porque as montadoras, estas sim, são absolutamente arredias e desinteressadas na sorte institucional do Grande ABC. Aliás, já escrevi muito a respeito disso.

Quem não conta com agregado de informações sobre o Grande ABC deveria ter mais cuidado com incursões históricas. O deslize enobrece os agentes comodistas e deslustra a biografia dos protagonistas comprometidos com a sorte da região.

FESTIVAL DE PARANAPIACABA

O Diário fez ótima apresentação da abertura do Festival de Paranapiacaba na edição de sexta-feira. Talvez tenha sido pelo volume e pelas abordagens que se seduziu o espaço nobre de primeira página.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS (I)

O Diário publicou boa matéria na edição de sábado ("Candidatos apostam em showmícios") sobre a contratação de cantores e cantoras para animar comícios. Todos do PT. E os outros partidos, como ficam? Por que só o PT consegue encantar a classe musical?

ELEIÇÕES MUNICIPAIS (II)

Embora não seja inédita -- muito diferente disso --, a pauta sobre as candidatas aos Executivos do Grande ABC vale pela sempre providencial aferição da presença feminina nos quadros partidários.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS (III)

No caso específico de Santo André, a candidatura de Ivete Garcia a vice de João Avamileno reúne ingrediente que o Diário preferiu ignorar desde a homologação da decisão: Ivete abre as portas do Paço, em caso de vitória, a seu tutor político, o deputado federal Luizinho Carlos da Silva. Ou seja: em caso de vitória de Avamileno, Luizinho terá plantado os dois pés no Paço Municipal, mesmo estando em Brasília. Não é por outra razão, aliás, que ele tanto exalta sua liderança na criação da Universidade Federal do Grande ABC -- pelo visto, a senha para a campanha a prefeito daqui a quatro anos. Um direito dele, sem dúvida. Mas não custa situar o leitor.

CASO CELSO DANIEL (I)

A Folha de sexta-feira publicou em Tendências/Debates um artigo ("Inquérito policial sem polícia") bastante esclarecedor sobre a participação do Ministério Público nas investigações criminais. Assinado por Saulo Ramos, ex-consultor-geral da República e ex-ministro da Justiça do governo Sarney, o artigo reforça a garantia de que o MP usurpou espaços da polícia judiciária.

CASO CELSO DANIEL (II)

O Estadão de domingo aborda outra vez a questão do Ministério Público, desta feita com resgate histórico. O jornal paulistano se manifestou contrário à constitucionalidade de o MP ficar fora de investigações, mas nem por isso sequestra uma pauta indispensável. Só o Diário não acordou.

POLO PETROQUÍMICO (I)

O Diário ressuscitou na edição de sábado, na esteira da edição anterior de investimentos no Polo Petroquímico, assunto que parecia destinado ao esquecimento, sob o título "Investimento no Polo deverá resgatar projeto de térmica". A notícia da construção de uma usina termoelétrica no Polo Petroquímico transmite a sensação de que houve uma forçada de barra.

A matéria ouve também vários protagonistas a respeito dos investimentos voltados ao aumento da produção do Polo e retira importante informação sobre o uso de polietileno linear, correlacionando a ausência do insumo à suposta obsolescência industrial no setor. No que é rebatido pelo executivo Nívio Roque, da Polietilenos União.

POLO PETROQUÍMICO (II)

A matéria publicada sábado pelo Diário ("Investimento no Polo corrige injustiça, afirma sindicalista") é uma boa repercussão sobre assunto que interessa demais ao Grande ABC. Poderia ter sido mais bem tratada graficamente, com foto do protagonista.

CONSELHO DO LEITOR (I)

Maria Olindina faz referência na coluna de domingo do Conselho do Leitor do Diário ao artigo "Grande ABC Troiano", do Contexto assinado pelo jornalista Daniel Lima. Membro do Conselho do Leitor, Maria Olindina tem toda razão quando afirma que precisou ler o artigo várias vezes para entender a mensagem. Quando entendeu, disse ela, sentiu-se plenamente satisfeita. Aquele texto foi propositadamente enigmático para quem não tem por hábito acompanhar meus escritos sistemicamente históricos.

Quem pegou o trem andando, como ela, sentiu mesmo dificuldade de compreender à primeira leitura. Fui realmente sutil e delicado, contrariando meu próprio estilo, porque, infelizmente, se escrevesse de outra forma, sem acrobacias semânticas, o Diário e seus protegidos não escapariam da turma de troianos que se juntaram aos helenos. Preferi a dificuldade de compreensão à exumação pública de uma jornada infeliz do jornal, que patrocinou e acobertou um festival de bobagens econômicas e institucionais que permearam a vida regional nos últimos 10 anos.

CONSELHO DO LEITOR (II)

O editor-chefe Antonio Ximenes errou ao se expressar na coluna Conselho do Leitor de domingo. Ele afirma, sobre a manchete do Diário de quarta-feira passada referente à contratação de 561 trabalhadores pela General Motors: "Tivemos uma informação sofisticada, qualificada de fonte segura, para podermos caminhar nessa direção, que foi a direção de cravarmos a contratação de 561 trabalhadores pela GM. Foi muito bom porque nós tivemos coragem".

Na mesma data, a Folha publicou a informação no pé de matéria sob o título "Exportação de carro bate recorde e cresce 53%". Para não haver dúvida sobre o caso, transcrevo o texto da Folha, à página B7: "A GM vai contratar 420 funcionários para a unidade de São Caetano e efetivar 141 empregados terceirizados, segundo informou o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade (filiado à Força Sindical) -- a empresa não comentou as informações da entidade. É a segunda montadora a anunciar contratações nesta semana. Na segunda-feira, a DaimlerChrysler informou que está contratando mais 108 trabalhadores para São Bernardo por prazo determinado de um ano".

Sou bastante cético quanto ao conceito tradicional de furo de reportagem, porque entendo que o furo conceitual é muito mais valioso. Agora, quando se trata de furo nágua, francamente, nada a acrescentar.

BILHETE ÚNICO

Na edição de sexta-feira o Diário voltou ao assunto "bilhete único" cobrindo a aplicação da novidade em Mauá. Mas ainda não ouviu um especialista no assunto não só para retirar dúvidas, como para traçar as diferenças em relação ao modelo em uso na Capital.

BAILARINO NA PRAÇA 

Deu no Informediário de sexta-feira que o filho do consagrado bailarino Ruslan Gawriljuk está em férias em Santo André com sua mulher. Ambos são bailarinos de sucesso internacional. Cultura & Lazer não pode deixar de destacar a dupla. Gente do Grande ABC que faz sucesso internacional será sempre ótimo reforço à autoestima regional.

UNIVERSIEDADE DO EMPREENDEDOR

A Gazeta Mercantil de quinta-feira publicou matéria de que está em fase de conclusão o projeto da Universidade do Empreendedor. O material seria entregue ao presidente do BNDES. A assessoria do deputado federal Vicentinho Paulo da Silva informou àquele jornal que o BNDES trataria de financiar o projeto. Não li nada no Diário a respeito do assunto. O cuidado que se deve tomar é evidente -- Vicentinho é candidato à Prefeitura de São Bernardo e é de seu interesse, como de todos os candidatos, propagar propostas.

UNIVERSIDADES ESTADUAIS

O Estadão de sábado publicou um editorial ("A greve nas universidades estaduais") que vale a pena ser acompanhado principalmente por quem tem a responsabilidade de pautar, editar e escrever sobre questões educacionais.

PEQUENAS EMPRESAS 

O Estadão de sábado publicou matéria ("Pedidos de crédito ao BNDES crescem 144%") que poderia se regionalizada. Deveríamos ouvir especificamente a Agência de Desenvolvimento Econômico sobre o fato de que o total de desembolsos do primeiro semestre às pequenas, médias e microempresas somou R$ 5,6 bilhões, 46% acima dos números do mesmo período do ano passado. Será que conseguiremos aferir o volume de pedidos nos sete municípios do Grande ABC e confrontá-los com o montante nacional, destrinchando o porte das empresas beneficiadas?

SHOPPING CENTER (I)

O Estadão de sábado publicou matéria ("Shoppings: a classe média vai ao paraíso") que mostra entre outras observações pertinentes uma forma diferenciada de se referir a um final de semana prolongado sem recorrer a fórmulas antigas, viciadas. O texto assinado por Aluízio Falcão é um primor. Indispensável a leitura para quem é de Setecidades.

SHOPPING CENTER (II)

Muito fraca e superficial a matéria do Diário de sábado "Shopping e parques da região concentram famílias no feriado", entre outros motivos porque, além de a pauta estar envelhecida, foi confusamente destrinchada.

DIA DA PIZZA

A impressão que o Diário deu na edição de sábado ao publicar "Pizza no ABC: sirva-se à vontade" é de que a pauta foi tão apressadamente sugerida quanto o texto aplicado. Algo só para cumprir tabela.

EIXO TAMANDUATEHY

Demorou, demorou, mas o Diário voltou ao assunto, na edição de sábado, sobre o projeto de lei que pretende alterar o plano de ocupação do chamado Eixo Tamanduatehy, uma das heranças futurísticas de Celso Daniel. Desta vez a matéria conseguiu explicar que, no caso específico do Eixo, a administração de Santo André pretende permitir a construção de condomínios habitacionais horizontais. Acho que valeria ir mais fundo ao assunto, para saber o potencial desse novo espaço imobiliário que se abriria no Município. E, principalmente, quais as características pretendidas. Empreendedores imobiliários poderiam ser ouvidos.

É uma pena que um assunto dessa importância só retorne às páginas do Diário porque a informação atrela-se ao cronograma do Legislativo. O Diário segue amarrado demais às pautas oficiais.

TOYOTA EXAGERADA

A matéria de sábado do Diário "Toyota: melhor semestre da história no país" comete o exagero de afirmar que a multinacional japonesa tem uma fábrica no Grande ABC, sem, entretanto, dimensioná-la à realidade prática. "A Toyota, que tem fábrica em São Bernardo, teve o melhor primeiro semestre de sua história", escreve o Diário na abertura da matéria. Só ao final do texto esclarece a situação, ao dizer que a fábrica da Toyota que produz os modelos Corolla está em Indaiatuba. Em São Bernardo resta apenas uma unidade de peças de reposição e de alguns itens da família Corolla. A isso batizei há tempos de triunfalismo.

LEGISLATIVO (I) 

Artigo assinado por Fernando Rodrigues na Folha de sábado sobre o Congresso Nacional ("O ritmo do Congresso") precisa ser lido com atenção -- principalmente para quem faz parte da Editoria de Política.

LEGISLATIVO (II)

O texto de Fernando Rodrigues nos remete a uma investigação sobre o comportamento dos legislativos municipais neste primeiro trimestre. Quantos projetos substantivos foram aprovados?

LEGISLATIVO (III)

Por falar em legislativos do Grande ABC, continuo esperando posição sobre o que acontecerá com o orçamento de São Caetano, principalmente, e dos demais municípios, subsidiariamente, após o corte do número de vereadores. Será que essa pauta não interessa ao Diário, embora seja fundamental aos contribuintes?

CRIMINALIDADE (I)

Deu na Folha de sábado que o número de presos dobrou nos últimos oito anos no Brasil, sete dos quais sob o governo tortuoso de Fernando Henrique Cardoso.

CRIMINALIDADE (II)

Qual será a realidade da população carcerária do Grande ABC hoje? Será possível resgatar dados históricos?

CRIMINALIDADE (III)

Continuo aguardando que o Diário providencie balanços mensais da criminalidade no Grande ABC. Jornais diários de Campinas, Sorocaba e Baixada Santista deram na semana passada matérias sobre o assunto com base em dados da Secretaria Estadual da Segurança. Como escrevi ainda outro dia, o Diário tratava essas estatísticas com zelo até recentemente quando, infelizmente, houve desmonte da equipe da editoria.

CAMPEONATO BRASILEIRO (I)

A Folha de sábado fez a apresentação do jogo entre Corinthians e Paraná ("Confusão tática move Corinthians") que dá show de bola no concorrente Estadão ("Corinthians quer presentear torcida com vitória"). É a diferença entre uma Ferrari e um Fusca. A Editoria de Esportes do Diário deve espelhar-se nas ações inovadoras da Folha na área esportiva.

CAMPEONATO BRASILEIRO (II)

A mesma Folha fez a apresentação do jogo entre Santos e São Paulo, também no sábado, sob o título "Clássico vê rivais na bola e inimigos nos negócios", mais um show de bola sobre o Estadão. Existe por parte da Folha, insisto, grande preocupação em dar à apresentação dos jogos característica distinta do que a mídia, de maneira geral, apresenta. Para isso, utiliza-se muito bem de banco de dados e de informações que vão além da superficialidade. Nesse ponto, o Diário também está muito distante do ideal.

CAMPEONATO BRASILEIRO (III)

A apresentação do jogo de sábado entre São Caetano e Fluminense, disputado no Rio de Janeiro ("Azulão luta contra crise no Rio"), está muito aquém do interesse do leitor e do nexo. Diz a abertura da matéria do Diário: "O São Caetano tem se tornado o amigo do rebaixamento. O time do Grande ABC não saiu de um empate sem gols na última rodada no Mangueirão contra o Paysandu, que está na lanterna do Campeonato Brasileiro, com 10 pontos, e próximo de disputar a Segundona em 2005. A equipe sofre nas mãos dos times de menor expressão e, depois de perder do Botafogo, até então na lanterna, na penúltima rodada, não conseguiu bater os paraenses. Agora o desafio é o Fluminense, com 18 pontos, um a menos que o Azulão, que se distanciou da liderança".

Um amontado de informações contraditórias. Afinal, que tem o Fluminense de "sem expressão" e de "ameaçado pelo rebaixamento", se além da tradição histórica estava a apenas um ponto do São Caetano? A apresentação da matéria poderia remeter o leitor para o fato de o São Caetano não ganhar há, então, cinco jogos. Me parece que é um fato raro na história do clube no campeonato. Agora são seis jogos, já que a equipe perdeu no Rio. Será que o jornal conseguirá resgatar a história e tirar a dúvida: houve outra sequência de resultados tão ruins desde que o Azulão apareceu nos céus do Brasil?

CAMPEONATO BRASILEIRO (IV)

O Diário publicou sábado matéria sobre a vitória do Santo André diante do América de Minas, pela Série B do Campeonato Brasileiro, com pelo menos duas falhas: primeiro, não deu ênfase a um fato decisivo à característica épica do resultado -- o fato de o Santo André ter sido reduzido a 10 jogadores quando perdia por 2 a 1, no segundo tempo; segundo, ao fato de o adversário jogar espécie de final de Copa do Mundo contra o campeão da Copa do Brasil.

Traduzindo: o que se viu no Bruno Daniel foi um América mineiro correndo e disputando cada palmo de gramado como se fosse o jogo da vida de cada jogador, já que o Santo André ganhou notoriedade depois de superar o Flamengo na semana anterior.

Sobre o fato de ter-se reduzido a 10 jogadores, a informação consta marginalmente do texto. Sobre o empenho dos mineiros, vale a pena ouvir o técnico e os jogadores sobre o assunto. Fui aos vestiários ao final do jogo e todos se referiam à característica do adversário. Os próximos adversários deverão repetir a dose.

O fato é que a matéria foi tratada burocraticamente. Poderia acrescentar um condimento tão óbvio quanto desnecessário que deveria ancorar todas as matérias da equipe no campeonato: o Santo André disputa cada jogo que lhe resta na Série B como se fosse um acesso à Série B. Isso mesmo, Série B. O presidente Jairo Livolis definiu com absoluta precisão o que se passa com a equipe e que esquadrinha como mote motivacional ao grupo: "Falei com os jogadores que a CBF nos rebaixou para a Série C e que temos de subir para a Série B".

Ou seja: o Santo André está consciente de que não existe outra saída: ultrapassa os previstos 36% de aproveitamento de pontos ou será rebaixado. O Diário ainda não conseguiu traduzir a preocupação dos torcedores e dos dirigentes nesse sentido. Um box, publicado diariamente e bem explicativo, poderia servir de suporte para direcionar a torcida no apoio à grande empreitada salvacionista. O rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro seria um desastre mercadológico para o Santo André. A Série C não oferece nada aos competidores. É o quarto de despejo da CBF.

CAMPEONATO BRASILEIRO (V) 

O Diário burocratizou a cobertura do Santo André que está fazendo das tripas coração para evitar o desmanche que sua diretoria anunciou. A matéria de domingo "Santo André garante Sandro Gaúcho" sintetiza a superficialidade. O interessante desse trabalho é mostrar os bastidores para segurar os principais jogadores. Uma entrevista com o presidente, com o vice-presidente, com vagar, com esclarecimentos, mostrará facetas importantíssimas, as quais conheço como jornalista que frequenta vestiários, que fala com dirigentes todos os dias, mesmo sem ser da área.

A operação para manter Sandro Gaúcho foi uma verdadeira blitz. Envolveu do presidente ao técnico, do supervisor aos amigos mais próximos. Bem trabalhado, o assunto sobe para o topo da página e retira o jornalismo esportivo da obviedade.

CAMPEONATO BRASILEIRO (VI)

O Diário publicou sexta-feira matéria solicitada nesta newsletter, sobre a venda de jogadores do São Caetano ao longo dos últimos anos. A pauta poderia ter sido trabalhada com mais calma, com mais pesquisa, para que as informações não fossem reticentes em vários pontos. Sinto que os setoristas das duas principais equipes da região encontram problemas em manter atualizados dados sobre seus respectivos quadros. A Folha dá um show de bola nessa seara. Com mais vagar e mais informações, a matéria poderia ser editada com valor editorial-gráfico muito mais acentuado.

Cada vez mais futebol e negócios se fundirão. Por isso, quanto mais os dois setores forem qualificadamente unidos, melhor para os leitores.

INVESTIMENTOS NA REGIÃO (I)

O jornal poderia ter produzido e editado conjuntamente, ou seja, sob o mesmo guarda-chuva, os investimentos do governo federal e do governo estadual, na edição de domingo, em vez de separadamente. O temário seria levado, automaticamente, à manchete principal de primeira página.

INVESTIMENTOS NA REGIÃO (II)

Tanto no caso dos investimentos federais quanto dos investimentos estaduais os textos são muito mais expositivos do que interpretativos. Ainda não conseguimos atingir o nível da Folha e do Estadão. Preferimos repassar a terceiros posicionamentos que poderiam ser melhor instrumentalizados pelo próprio jornal. Abdicamos da ancoragem. Preferimos a claque.

INVESTIMENTOS NA REGIÃO (III)

Dados sistêmicos -- e que, portanto, não ficariam limitados a emendas de parlamentares -- dariam mais consistência aos valores que os governos estadual e federal endereçam ao Grande ABC. Para isso é preciso contar com banco de dados, uma vulnerabilidade do jornal em todas as editorias -- há 300 anos.

INVESTIMENTOS NA REGIÃO (IV)

A carta assinada por Emerson Figueiredo, secretário-adjunto de Comunicação do Governo do Estado, e que consta da Palavra do Leitor, poderia ter sido deslocada como informação para a matéria que trata do respectivo assunto, na mesma edição de domingo.

RODOANEL NO ESTADÃO

Por falta de especialistas em infraestrutura, a matéria sobre Rodoanel publicada no Diário de domingo tem como matriz a Agência Estado. Espero que haja desdobramento e regionalização do assunto. A Ecovias não parece estar seduzida pela privatização pretendida por um governo do Estado sem recursos financeiros. Tenho afirmado que o Rodoanel vai-se transformar em novela para o Grande ABC.

SOBE E DESCE

Tarso Genro subiu e Nagashi Furukawa desceu no quadro de Cena Política, de domingo. Nada mais correto, pelas circunstâncias regionais que os envolveram. Um, da Universidade Federal do Grande ABC, sempre falando com rigor; outro, comandante de uma segurança pública que é caótica no Grande ABC.

LULACÁ, URGENTE!

O minicomentário de abertura de Cena Política de domingo, sob o título "Meio discurso", que compara o governo Lula e o governo FHC no Grande ABC, é síntese de uma realidade: o filósofo perde feio para o sindicalista. Qualquer coisa que Lulacá, Urgente! fizer, será sempre mais que o desastre provocado pela política econômica de FHC. O jornal não pode ter receio de afirmar isso porque não se trata de partidarismo, mas de realidade, pura realidade.

UNIVERSIDADE PÚBLICA (I)

Diário publicou domingo na capa de Setecidades "Universidade chega ao Congresso". A informação é muito importante, sem dúvida, mas o texto não consegue resgatar minimamente a incipiente travessia regional desse projeto, desde o anúncio em 18 de maio. O comando regional entregue à prefeita Maria Inês Soares tem-se comprovado desastroso.

UNIVERSIDADE PÚBLICA (II)

Na edição de sábado o Diário publicou "Deputado propõe emendas a projeto da universidade" depois de ouvir o deputado federal Ivan Valente. O parlamentar condena o ensino semipresencial e defende cursos de saúde. "Insisto que a universidade deve prever a totalidade dos campos de conhecimento" -- disse Valente, do alto de evidente falta de vivência sobre as agruras econômicas do Grande ABC.

Seria interessante se a matéria tivesse abordado a ojeriza do deputado à integração universidade-mercado que consta de seu site -- exceto se ele retirou a bobagem do ar.

Uma leitura sobre a integração academia-empresas em São Carlos, em matéria publicada domingo pelo Estadão, poderia ser interessante para quem participa do projeto UFABC.

LOGÍSTICA, QUE LOGÍSTICA?

O Valor Econômico de sexta-feira publicou "Volkswagen usa porto do Rio para exportar" que é um chutaço na ideia de que o Porto de Santos é aliado do Grande ABC em logística exportadora. A empresa deixa claro que busca alternativas para melhorar a competitividade. Esse assunto interessa demais ao nosso futuro. Ainda mais quando o tratamento que se dá ao Rodoanel e ao Ferroanel é de salvação da pátria. Pobres fazedores de marola da região. Já escrevi sobre esse mito no CapitalSocial Online.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Folha de sexta-feira publicou "Empréstimos salvam Marta de novo déficit" que, mesmo sem ser um primor de qualidade, deveria inspirar pautas mais contemporâneas de Setecidades ou Política Grande ABC, ou seja, uma abordagem mais profunda sobre as contas das prefeituras da região. O ideal é que se trace um raio-x de cada Prefeitura. Como estão as finanças públicas nos sete municípios da região neste final de mandato de vários dos prefeitos?

OMBUDSMANFOLHA

O ombudsman da Folha ocupou ontem sua coluna para destacar o que definiu no título como "Imprensa, gênero masculino". Conviria aos editores do Diário lerem o material que descreve o predomínio masculino nas páginas de jornais. Só faltou escrever que, paradoxalmente, as redações estão cada vez mais embelezadas pelo sexo antigamente frágil.

METROPOLIZAÇÃO

O colunista da Folha Gilberto Dimenstein escreveu na edição de ontem "Perto da incompetência, corrupção é um mal menor", artigo sobre a importância da metropolização gerencial. Dimenstein é um dos poucos profissionais da mídia que se preocupam com os problemas metropolitanos, especialidade de LivreMercado.

PELÉ ETERNO

A Folha de ontem publicou interessante "Pelé Eterno marca contra no cinema", que situa o fracasso de bilheteria do filme do maior jogador de futebol de todos os tempos. Entendo que é possível regionalizar o assunto. Quem está vendo Pelé Eterno no Grande ABC? Quantos já viram? Pelé pode não vender bilheteria de cinema, mas dá Ibope. Inclusive quando fracassa.  

 EDIÇÃO NÚMERO 33

Na medida em que aperfeiçoamos o olhar sobre as páginas do Diário e dos jornais que nos chegam à mão de manhã, mais nos damos conta de que um mundo de avaliações se abre para desafiar nosso senso crítico. Seria algo como começar a andar e na sequência dos passos, com a cabeça nas nuvens, nos darmos conta de que fomos mais longe do que imaginávamos. 

De forma concreta, o exercício de avaliar o jornal é como começar uma empreitada de qualidade de vida obedecendo regime de preparação física prescrita por um desses especialistas badalados, como Nuno Cobra, ex-personal training de Ayrton Senna. A gente começa, vai em frente e não quer parar mais.

A diferença -- e isso é importante como ressalva -- é que a corrida aperfeiçoa o fôlego e apura a agilidade da mente, enquanto a perscrutação editorial nem sempre apresenta desdobramentos igualmente evolutivos. Mas isso tem de ser compreendido porque escrever é arte muito mais complexa, muito mais desafiadora, muito mais desgastante, muito mais inquietante, muito mais transbordante do que moldar um corpo em rigorosa dieta alimentar e física.

Como se tivesse me preparado para a função de ombudsman, premonitoriamente me condiciono fisicamente há mais de duas décadas com minhas corridinhas noturnas. Nos últimos tempos resolvi dar um aperto nas corridas, porque preciso apurar as críticas. Coisas da vida. 

PRIMEIRA PÁGINA (I)

Não teria optado pela manchete de primeira página de domingo ("Empresas são abertas sem crédito") principalmente pelos motivos que explico em nota específica. Quando o conjunto de informações não satisfaz aos leitores, não tem sentido elevar a matéria à condição de destaque da edição.

PRIMEIRA PÁGINA (II)

A chamada de domingo "Estado quer Ecovias em obra do Rodoanel" poderia ter tido maior destaque, mesmo considerando a matéria de agência. O assunto é regional.

PRIMEIRA PÁGTINA (III)

Devido a problemas estruturais que analisei ontem, "Caem investimentos estaduais no ABC" não poderia mesmo merecer chamada de primeira página mais discreta do que a que está no jornal de domingo. A matéria, somada à dos investimentos federais, poderia ainda ter rendido manchete principal.

PRIMEIRA PÁGINA (IV)

Sem maiores comentários as fotos de primeira página de domingo sobre a zona de prostituição em Santo André. Leiam nota específica.

PRIMEIRA PÁGINA (V)

A discreta chamada do Festival de Inverno de Paranapiacaba na edição de domingo prova que a manchete principal de primeira página na edição de sábado foi um exagero.

PRIMEIRA PÁGINA (VI)

A manchete de primeira página "Grande ABC tem 1.899 candidatos a vereador", da edição de segunda-feira, é uma crônica antecipada do que encontraríamos internamente: um desmesurado espaço com a relação dos candidatos. Leia nota específica. Quanto à hierarquia da chamada, um baita exagero.

PRIMEIRA PÁGINA (VII)

A manchete de primeira página desta terça-feira "Ministro Luiz Fernando Furlan projeta crescimento de 5% no ano" poderia ser outra se o direcionamento da entrevista fosse mais consolidado a aspectos regionais, mas, mesmo assim, está adequadamente apropriada à realidade editorial do dia.

PRIMEIRA PÁGINA (VIII)

A super-rodada desta noite da Série A do Campeonato Brasileiro mereceria uma chamada mais impactante, inclusive com foto de treinamento do São Caetano, que enfrenta o São Paulo no Estádio Anacleto Campanella.

EDITORIAL  

O editorial de segunda-feira "Turismo na região" está muito bem construído (entre outros motivos porque resgata fatos históricos de arquivo) até o seguinte parágrafo: "Relíquias como os afrescos de Emeric Marcier, na capela da Santa Casa de Mauá, os estúdios da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo (...)". Francamente, estúdios da Vera Cruz é força de expressão. Não temos nada lá, como se sabe.

MEMÓRIA ANDREENSE

A página inteira que Memória dedicou ao Santo André domingo mostra um Ademir Medici sempre preocupado com o contexto, unindo o passado e o presente em simbiose jornalisticamente perfeita. Ao resgatar a história do Santo André e ao reconstruir os bastidores que determinaram a criação e aprovação do hino do Ramalhão, Ademir Medici mata de curiosidade muita gente que não sabe nada da trajetória do clube, mata a sede de quem sabe um pouco e pensava que sabia muito e entusiasma quem sabe muito e precisava ser alimentado de informação para fortalecer a paixão em azul e branco.

Merecia uma chamada de primeira página. Como tantos outros fatos que costumeiramente o jornalista retira da penumbra do tempo e nos esfrega nas ventas como ao dizer: "Amem o Grande ABC com substância, com fundamentação, sem proselitismos".

PROSTITUIÇÃO AVACALHADA

A reportagem da edição de domingo "Crimes na Industrial estão na mira", referindo-se à zona de prostituição em Santo André, na D. Pedro II e na Industrial, principalmente, foi a consagração do mau gosto. O assunto é delicado e precisa ser tratado com certa sutileza, não com o escancaramento espetaculoso que chegou ao requinte de afixar em destaque uma tabela de preço do sexo. Enquanto sugiro uma tabela semelhante com os pontos de que o Santo André precisa para fugir do rebaixamento imposto pela CBF, quem faz uso da proposta é o pessoal responsável pelas bonecas da Industrial.

Nota-se que a temática criminalidade é apenas pretexto para transformar as páginas do jornal em vitrine de sensacionalismo. Recentemente a revista LivreMercado tratou desse assunto, mas orientamos o autor a potencializar os cuidados para não invadir o latifúndio sempre convidativo à avacalhação. O subtítulo de uma das páginas do Diário de domingo ("Programa a R$ 5 é feito em ruínas de fábricas") é condenatório à roupagem de segurança pública que se pretende vender, ao mesmo tempo em que solapa o respeito ao leitor.

Acredito que a reportagem causou tantos problemas que o jornal resolveu não seguir em frente com novas abordagens, embora tenha prometido aos leitores. Nada que o bom senso não fale mais alto. Longe de mim qualquer sentido moralista nessas observações. Existe grande diferença entre competência jornalística e moralismo. O assunto, repito, é por demais sensível para ser explicitado sem arte.

NERUDA 100

Na edição de segunda-feira o jornal dividiu em dois pedaços distintos informações sobre as comemorações de 100 anos de Pablo Neruda. Uma, "Chile comemora os 100 anos de Neruda", em Cultura & Lazer, e outra, uma nota em Informediário. O texto poderia ser único, unindo o regional ao internacional.

SINFONIA AFINADA

A matéria de sábado "Sinfônica andreense brilha no Capivari", em Cultura & Lazer, valoriza a Orquestra Sinfônica de Santo André e seu regente titular Flavio Florence, em Campos do Jordão.

ENTREVISTA (I)

Está muito boa a entrevista da edição de hoje com o ministro Luiz Fernando Furlan. Embora a manchete de página (e que foi levada também à primeira página) tenha embocadura, preferiria ter regionalizado o foco do trabalho, puxando para a possibilidade de o ministro vir ao Grande ABC debater questões relacionadas às pequenas e médias empresas. 

A repórter foi preparada para a entrevista. Se o núcleo do questionamento fosse objeto de prioridade absoluta, é possível, entretanto, que mais informações poderiam consubstanciar a regionalização da manchete. Faltaram dados agregados sobre o comportamento da economia no Grande ABC nos últimos anos para extrair respostas provavelmente inéditas do ministro.

De qualquer maneira, dado à característica de superficialidade que tem marcado esse tipo de trabalho no Diário, é de se louvar a atuação da repórter. Haveremos de chegar lá.

ENTREVISTA (II)

O título "Brasil: 152 dias para abrir empresa", da entrevista publicada domingo com o economista Eduardo Giannetti, está muito aquém do conteúdo. Entre outros motivos porque já está mais que batido o emperramento burocrático para abertura de empresas. O problema da entrevista é que faltou um centro temático que sustentasse o trabalho. Entendo que numa oportunidade como essa, de ouvir acadêmico tão brilhante, deveria ser objeto de preocupação editorial a definição de determinado assunto com intrínseca ramificação regional. 

No mesmo domingo o mesmo entrevistado apareceu nas páginas do Estadão numa entrevista focada no comércio internacional do Brasil, especificamente Mercosul e Alca. Entendo que essa objetividade temática torna a leitura mais produtiva.

ENTREVISTA (III)

A entrevista de domingo com o secretário da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Paulo Eugênio Pereira Júnior, é um primor de enviesamento. Faltou à repórter maior questionamento a determinadas ejaculações verbais do secretário. Para isso, é indispensável conhecimento agregado ou retaguarda editorial. Escreverei um Capital Social Online especificamente sobre as respostas do executivo, que é economista e não empresário, como saiu. Ele se sentiu todo à vontade com o levantamento de bola acrítico da entrevistadora.

RODOANEL 

Diário repercute o material publicado ontem por meio de agência sobre o cronograma e outras especificidades do trecho sul do Rodoanel, que supostamente beneficiaria o Grande ABC. A matéria "Ecovias mais próxima do Rodoanel" está bem-feita, mas acredito que está nas entrelinhas o enigma sobre a forma de financiamento do trecho sob influência da Ecovias, concessionária do sistema Anchieta/Imigrantes, não desvendado pelo jornal.

Querem saber? Pois acho que o jornal deveria investir hoje mesmo na abordagem que vou repassar, porque pode, inclusive, conforme o balanço do dia, virar manchete principal de primeira página. O que está recôndito nas informações repassadas hoje é que o Estado deverá estender o prazo de 20 anos de concessão de exploração da Ecovias na Anchieta-Imigrantes em troca do investimento da concessionária no trecho sob sua influência.

Estou apostando o que quiserem que desvendei o mistério. É provável que essa seja a única alternativa para resolver o problema sem que postos de pedágios tirem o couro dos usuários do Rodoanel. Afinal, o Estado e a União estão sem recursos para a obra. Que tal ouvir a Ecovias e o secretário de Transportes? Perguntem-lhe sobre o esticamento da concessão da Anchieta-Imigrantes em troca de um trecho do Rodoanel.

TELEFONE (I)

A Folha deu um baile no Diário e no Estadão, ontem, ao publicar com exclusividade a notícia da liminar que suspende a cobrança de taxa de assinatura mensal dos clientes da Telefônica. E volta a driblar os dois jornais hoje: enquanto Diário e Estadão divulgam a notícia de ontem da Folha, a Folha sai com matéria informando que a suspensão está restrita à Comarca de Catanduva. O Diário publica que tentou ouvir o juiz de Catanduva. Infelizmente, a Folha conseguiu pegar o homem.

TELEFONE (II)

A diferença do Diário em relação aos outros dois jornais é que dedicou mais espaço ao assunto, inclusive ouvindo o deputado José Dilson, um dos responsáveis pela ação.

ELEIÇÕES FIESPIANAS

Mimetizando políticos profissionais, a direção da Fiesp está anunciando nos jornais de hoje um programa de cooperativas de crédito para financiar pequenas e médias empresas. O Grande ABC, fracasso histórico de atuação do Ciesp, braço empresarial da Fiesp, entra na jogada com uma das unidades. A matéria do Diário e dos outros jornais se mantém distante da vinculação da medida ao calendário da disputa à presidência daquela casa da Avenida Paulista, programada para agosto.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS (I)

Sob o título "Título do Santo André embala propagandas", o Diário repercute a disputa pelo naco eleitoral da Copa do Brasil conquistada pelo Ramalhão. A matéria aparece com pelo menos duas semanas de atraso. Tanto que os outdoors estão com o prazo de validade quase vencido. De qualquer modo, o texto está bom. O problema do timming tirou o impacto.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS (II)

A matéria do jornal de hoje "Aciam entrega lista de propostas a candidatos" é superficial. Manteve-se burocraticamente na cobertura do evento realizado ontem à noite. Faltou contextualização. A Aciam é a primeira entidade empresarial da região a tomar a iniciativa de chamar os candidatos a prefeitos e lhes apresentar uma pauta de ações com base em mobilização dos associados. A Acisa prefere o comodismo de chamar os candidatos para debates. E as demais entidades, o que fazem?

ELEIÇÕES MUNICIPAIS (III)

A distribuição de outdoors nos municípios do Grande ABC pelos cartórios eleitorais ocupou o topo da página 2 da edição desta terça-feira sob o título "Candidatos da região terão 474 pontos para propaganda eleitoral". O que deveria ser resumido em uma ou duas notinhas de Cena Política acabou ocupando três colunas de alto a baixo, com quadro da distribuição do material. Um exagero.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS (IV)

O que virou notinha de Cena Política de hoje, sobre o suporte que políticos conservadores darão ao candidato indicado por Luiz Tortorello em São Caetano às eleições de outubro, deveria ser a matéria do topo da página com mais informações sobre o assunto e contrapontos em relação aos apoiadores notáveis dos demais candidatos.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS (V)

Um desperdício a edição de ontem ter reservado tanto espaço para a lista de vereadores no Grande ABC. Coisa louca. O calhamaço só se justificaria se estivéssemos às vésperas das eleições e se fizesse parte de suplemento específico. Ainda mais que se trata de lista provisória.

CRIMINALIDADE

A Folha apresenta hoje matéria que sugeri ao Diário ontem: um desenho interpretativo da situação carcerária da Capital. Uma página inteira de muitas informações, gráficos e explicações. Gostaria imensamente de saber quantos encarcerados temos hoje no Grande ABC por distrito policial e qual é a situação que os envolve. Os leitores também.

CASO CELSO DANIEL 

O Estadão de hoje volta a colocar em destaque a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a inconstitucionalidade de o Ministério Público realizar investigações criminais. O Diário segue omisso na questão que tem influência decisiva no caso Celso Daniel. Será que há algum mistério a cercar o assunto na redação do jornal? Por que o suposto setorista do caso Celso Daniel não se manifesta? Estaria ele gozando, mais uma vez, férias do banco de horas? Francamente, como leitor do jornal fico indignado com tamanho desdém de um caso que, em última instância, rende muito Ibope.

IMORTAL DO GRANDE ABC

Um dos Imortais do Grande ABC do Prêmio Desempenho morreu ontem e foi absolutamente esquecido pelo Diário -- o empresário Itiro Hirano. Um dos fundadores da Nakata de Diadema, vendida há algum tempo ao grupo multinacional Dana, Itiro tem biografia de sucesso. Não é o primeiro Imortal do Grande ABC desprezado pelo jornal.

PARANAPIACABA (I)

A edição desta terça-feira repercute avaliações de um músico sobre o prazer de participar do Festival de Inverno de Paranapiacaba. O Diário não está deixando a peteca da Vila cair.

PARANAPIACABA (II)

A matéria "Público toma as ruas da Vila", de segunda-feira, sobre o primeiro final de semana do Festival de Inverno de Paranapiacaba, poderia ter unido à linguagem específica e diferenciada do autor mais informações pontuais.

REGIME DE EXCEÇÃO

Importante o destaque que Cultura & Lazer dá na edição desta terça-feira à exposição dos arquivos do Dops-SP.

TRÂNSITO (I)

Providencial a abordagem dos problemas de trânsito no cruzamento da Avenida Pereira Barreto com Rua Professor Licínio. A arte auxilia sobremodo a identificação geográfica.

TRÂNSITO (II)

Muito boa a matéria "Mauá sinaliza dez cruzamentos", na edição de sábado. O texto está tecnicamente bom, explicativo, com dados estatísticos. Quando a entrevista é bem-feita, o texto flui.

CAMPEONATO BRASILEIRO (I)

A apresentação do jogo de hoje entre São Caetano e São Paulo esqueceu do fundamental para justificar o título "Campanella assiste partida dos técnicos ameaçados". Não faz qualquer referência à série de jogos sem vitória do São Caetano. E continua o mistério: o São Caetano já viveu fase semelhante de maus resultados desde que disputa a Série A do Campeonato Brasileiro?

CAMPEONATO BRASILEIRO (II)

Os leitores gostariam imensamente de saber detalhes sobre a operação que garantiu a manutenção dos principais jogadores do Santo André, depois da conquista da Copa do Brasil. Será que o clube comprometeu suas finanças com as negociações? Quem mais contribuiu para convencer os jogadores a não trocarem de clube?

SETOR AUTOMOTIVO

Quem escreve sobre economia no Grande ABC tem obrigação de ler tudo sobre o setor automotivo. O Estadão de hoje publica matéria do The Wall Street Journal Americas que relata as dificuldades que as indústrias da Alemanha estão enfrentando para manter-se competitivas. O título "DaimlerChrysler intensifica briga com sindicatos alemães para cortar custos" é instigante.

CAPA ENIGMÁTICA

Parece um bumbum, mas está esquisita a ilustração fotográfica da capa do suplemento Dia-a-Dia de domingo. Sabe-se que se trata de uma bunda porque o texto entre aspas de um poema de Carlos Drummond de Andrade induz à conclusão, mas algo estranho ocorreu. Creio que excederam no corte. O suplemento Dia-a-Dia é uma leitura agradável.

EMPREENDEDORISMO

A matéria de domingo "Empreendedor abre negócio sem crédito privado e oficial" se mostrou Frankstein editorial, porque começa com um assunto -- a questão de crédito -- e depois salta e ganha corpo tendo como mote o empreendedorismo propriamente dito. A matéria "Sebrae cria programa de capacitação em parceria com a ONU", desdobramento do assunto, comprova que a ênfase da pauta está conectada à vocação ou à necessidade de criar empresas no Brasil. Ao navegar em águas diferentes, o texto acabou se perdendo.



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