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Política

DANIEL LIMA - 23/09/2024

Se não perdi a conta,  já assisti sete vezes ao filme Noviça Rebelde, considerado (há muita concorrência e controvérsias)  o maior da histórica cinematográfica. O documentário sobre Pelé assisti três vezes. A vitória do Corinthians sobre o Chelsea, pelo menos três vezes. O Trem da Meia Noite, igualmente. Um Sonho de Liberdade, também. Shows musicais de meus ídolos, algo semelhante. Assistir a três debates e a uma sabatina com os candidatos a prefeito em São Bernardo é de lascar. Pois assisti.

Tudo se repetiu. Um repeteco infernal. Melhor estar vivo e vê-los, claro. Mas minha regionalite, enfermidade incurável, poderia me dar uma folga.  O tempo custa caro e quando a gente descobre que o desperdiçou, só pode mesmo lamentar.

Depois de acompanhar a uma sabatina com os três candidatos à Prefeitura de São Bernardo e também a três debates (Veja, Rede Gospel e agora o G1) decidi a bem da saúde mental que seria melhor não me prender demais ao conteúdo. Trata-se de reprise em todas as notas verbais dos concorrentes. Eles fizeram um milésimo da mesma argumentação. São aparentemente guerreiros em defesa de São Bernardo, mas estão presos à falta de consistências que possam traduzir propostas em realidade. 

RUSGAS DIPLOMÁTICAS

Qualquer que seja a posição que desfile o nome dos três candidatos, a ordem dos fatores não alterará o produto final. Se for por ordem alfabética, por ordem de idade, por ordem de sorteio do debate no G1, qualquer que seja, repito, teremos o mesmo enredo.

O petista Luiz  Fernando Teixeira, deputado estadual, o deputado federal Alex Manente e o ex-vice-prefeito e ex-deputado federal Marcelo Lima até que tentaram dar uma sacudidela num evento morno, mas as estocadas foram  diplomáticas. Chamaria de rusgas diplomáticas.

A impressão que transmitiram é que sabiam até que ponto poderiam ir ante a inevitável contrariedade adversária. Por isso não incorreram em agudezas que gerariam atritos mais fortes. O espirito de Pablo Marçal passou longe dali.

Caso não sofresse mesmo de regionalite, não teria insistido em acompanhar a exibição do evento. Teria desistido depois dos dois primeiros blocos. Essa turma de perguntadores da mídia paulistana é ruim de questionamentos porque não conhece a realidade da região, guiam o script por mídias que não vão a fundo às questões e, com isso, transferem aos debatedores diversas faces de verdades e realidades que não tem muitas faces além de uma única face. Entenderam? O embaralhamento foi proposital.

CADÊ A PROFUNDIDADE?

Trocando em miúdos, e sendo sincero sem limites: quando os perguntadores não têm competência para perguntar, o que esperar dos respondedores que só respondem de acordo com suas conveniências. Resultado? Uma porção de bobagens aqui, escamoteios ali, fingimentos mais adiante, demagogia e tudo o mais. Sobram poucas coisas úteis e factíveis.

Não que o debate tenha sido de todo inútil. Nada disso. Pode ter sido ótimo para quem só assistiu ao G1, ou seja, não se viu metido numa repetição infernal. Mas o conjunto da obra midiática foi frágil. Quem procurar entender o que se passa com São Bernardo ficará a ver navios. Substantivamente, não tivemos profundidade.

Um exemplo envolvendo Alex Manente? O deputado federal repetiu quatro vezes que São Bernardo é o 14º PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. Para começo de conversa, não é o 14º, e sim o 16º PIB. Para fim de conversa, nem 16º PIB é de fato, porque a grandeza de endereço municipal, estadual, federal e internacional se mede pelo PIB per capita. É uma métrica internacional. O Brasil está entre os 10 maiores PIBs brutos do mundo, mas no PIB per capita não passa da posição 75. Somos uma nação empobrecida. Alex Manente deveria saber disso, mas não sabe. Muito menos sabe qual era o posicionamento do PIB per capita de São Bernardo na virada do século. Se soubesse, saberia o quanto São Bernardo se empobreceu e não desfilaria frases triunfalistas.

PERDA DE EMPREGO

Um exemplo agora para Luiz Fernando  Teixeira? O deputado estadual petista deveria se informar melhor sobre os dados econômicos que sangraram São Bernardo durante a gestão do também petista Luiz Marinho, entre 2009 a 2016. Luiz Fernando disse que Marinho gerou muitos empregos. Uma tremenda bobagem. Foram dezenas de milhares de empregos formais que desapareceram de São Bernardo naquele período. Não necessariamente por causa de Luiz Marinho, mas de uma superiora no organograma petista, a presidente Dilma Rousseff, que provocou a maior recessão da história do Grande ABC. O PIB per capita de São Bernardo caiu 30% no período.

Um exemplo para Marcelo Lima? O ex-deputado federal cassado por conta de preciosidades, de filigranas da Justiça Eleitoral, a mesma Justiça Eleitoral que maltratou a legislação, de acordo com interesses político-partidários, repito, Marcelo Lima não deveria desfilar propostas que criariam novas secretarias sem ter conhecimento das condições orçamentárias de  uma São Bernardo destruída naquele período mencionado e que só se recuperou nos últimos anos durante a gestão de Orlando Morando mas, mesmo assim, sem alcançar  sequer a condição econômico-financeira de 2014, ano anterior às duas fatídicas temporadas dilmistas.

A tradução de tudo isso é que há uma duplicidade de incompetências a gerar o modelo enfadonho de debates e sabatinas envolvendo prefeitos da região, e de maneira geral de outras localidades: as questões encaminhadas aos candidatos são salvo conduto à ejaculação de sofismas e manipulações, quando não a aberrações para quem levar informação a sério.

Por conta dessa situação que, repito, ganhou seguidas edições sem que uma boa alma interviesse e botasse fim ao festival de besteiras, proselitismos e fantasias, não vou perder meu tempo com a análise do debate no G1.

Nem mesmo do ponto de vista estratégico, envolvendo os três candidatos, houve mudança.

Luiz Fernando Teixeira continua isolado pelos dois adversários, repetindo como repetiu um discurso de antagonismo exacerbado que poderia, supostamente, lhe custar dificuldade de construir pontes num eventual segundo turno.

Alex Manente segue numa linha de oposição duríssima ao mesmo PT a quem muito serviu e se serviu durante toda carreira de quase 20 anos de parlamentar, a partir da vereança em São Bernardo.

Marcelo Lima esgueira-se na defesa da Administração de Orlando Morando,  muito bem avaliada, sem fechar uma vereda de crítica em áreas críticas, principalmente de saúde, como a demarcar um horizonte de melhora de gestão. Claro, Marcelo Lima se apresenta como legítimo indicado de Orlando Morando, embora reconheça que tenha sido barrado do baile porque supostamente não carrega o sobrenome do prefeito. 

VALE DO SILÍCIO  

Os valores tático-estratégicos são mais valiosos para mim do que penduricalhos e varejismos de programas de governo que invariavelmente não são levados a sério pelos vencedores. Até porque os varejismos, mesmo quando bem aplicados, não resolvem o grande drama de São Bernardo e da região, de reduzir a velocidade de um futuro de Desenvolvimento Econômico  indesejado de novas perdas industriais.

Estava esquecendo de mencionar que um destaque fantasioso do debate no G1 é extraordinário como fonte de inspiração que cabe em qualquer filme de ficção. A São Bernardo ultrajada economicamente ao longo de décadas pelo sindicalismo, pela inoperância de várias administrações públicas, pelo governo Fernando Henrique Cardoso, pela chegado do Rodoanel Mário Covas, por uma logística interna somente agora minimizada em grande escala com obras monumentais, essa São Bernardo sem planejamento estratégico seria a nova meca de tecnologia e ciência da região e do País, com a implantação do Vale de Silício garantido por Alex Manente. 

Entenderam as razões que me levaram a pensar em lembrar quantas vezes assisti à Noviça Rebelde, ao Expresso da Meia Noite, ao documentário do Rei Pelé, ao titulo mundial do Corinthians contra o Chelsea, e a tantos shows musicais de primeira linha, inclusive aquela célebre noitada da TV Record, do Festival da Música Popular Brasileira? 

FLÁVIA  AUSENTE

Estava esquecendo de comentar sobre a renitência de Flávia Morando em participar de novo debate. Há muita reclamação com dose cavalar de razão dos adversários, mas me pergunto o que Flávia Morando, boa de palanque segundo vejo nas redes sociais, somaria de experiência diante do que acabo de expor? Teria sido ela um fator de mudança dos insumos? Duvido.

O esquadrinhamento bitolado dos debates produzido por despreparados à mudança do roteiro, teria prevalecido. No fundo, os debates serviram a muitas conclusões, uma das quais irrebatível: os candidatos se mantiveram numa cúpula de quase intocabilidade pelo público. Um novo formato provocaria mais suscetibilidade à capacidade de enfrentarem os desafios que desconhecem ou fingem desconhecer.

Querem um exemplo, de uma entre muitas perguntas que poderiam ser feitas pela produção do debate? Vamos lá, então:

O SENHOR TEM CONHECIMENTO DE QUE SÃO BERNARDO PERDEU 30% DE PIB PER CAPITA ENTRE OS ANOS 2015 E 2016 POR CONTA DA MAIOR RECESSÃO DA HISTÓRIA? QUE SOLUÇÃO O SENHOR TERIA PARA REDUZIR OS PREJUÍZOS QUE AINDA PREVALECEM, APESAR DO CRESCIMENTO DO PIB DA CIDADE NOS ÚLTIMOS ANOS? 

DIÁRIO E REPORTER

Na sequência, seguem as reportagens do Diário do Grande ABC e do Reporter Diário, publicadas no dia seguinte ao debate no G1. 

 

Alex, Marcelo e Luiz Fernando

fazem debate quente sem Flávia

 Natasha Werneck, Diário do Grande ABC

Os candidatos à Prefeitura de São Bernardo se reuniram ontem para mais um debate, o terceiro das eleições de 2024, desta vez promovido pelo g1. Novamente, a ausência de Flávia Morando (União Brasil) marcou o encontro. Convidada, a sobrinha do prefeito Orlando Morando (PSDB) recusou o convite do portal de notícias da Globo. Sua cadeira ficou vazia e a ausência foi criticada pelos adversários Alex Manente (Cidadania), Marcelo Lima (Podemos) e Luiz Fernando Teixeira (PT), que fizeram um debate com apresentação de propostas, troca de farpas e acusações entre si. 

Mediado por José Roberto Burnier, o encontro começou com a informação de que “a candidata Flávia Morando foi convidada, mas não compareceu. A cadeira dela está vazia e assim vai ficar durante todo o debate”. O mediador ainda permitiu que os demais prefeituráveis fizessem uma pergunta que direcionariam à candidata caso ela tivesse comparecido.

Marcelo Lima iniciou sua participação criticando a ausência de Flávia nos três debates, afirmando que a atitude desrespeita os eleitores da cidade. “Por que você está fazendo isso com a população de São Bernardo?”, questionou. Alex Manente, por sua vez, lamentou não conhecer pessoalmente a governista. “Acho importante conhecer aqueles que se colocam como candidatos na nossa cidade para poder entender quais as perspectivas que essa pessoa tem para nosso futuro”, disse. Luiz Fernando abordou a suposta falta de experiência administrativa de Flávia. “O prefeito Orlando Morando disse que a senhora tem a experiência de tocar os supermercados da família, mas a senhora só entrou na empresa no dia 16 de maio, ou seja, nunca tocou a empresa. Que experiência tem para tocar São Bernardo?”, refletiu. 

DIVERGÊNCIAS 

Com a ausência da governista, o debate seguiu focado nas divergências entre os três candidatos presentes. Marcelo Lima destacou as iniciativas de mobilidade urbana de sua gestão como secretário e vice-prefeito, ressaltando a promessa de oferecer tarifa zero no transporte aos domingos. “Nos domingos e feriados, o trabalhador e a trabalhadora, ou o desempregado, poderão circular, aquecer a economia, levar o filho ao shopping, ir à igreja”, disse. Alex Manente rebateu, dizendo que, embora importante, a medida não é o que o trabalhador mais precisa. “Não é o essencial para quem precisa de transporte no dia a dia”, disse, ressaltando que a cidade tem de reduzir a tarifa do transporte.

Luiz Fernando atacou Alex e o associou à gestão João Doria, lembrando que o então governador desistiu de projetos importantes, como o da Linha 18-Bronze do Metrô, que ligaria a Capital ao Grande ABC. “Tivemos o metrô contratado. Faltava só o Estado entrar com a desapropriação. No governo Doria, o atual prefeito e os apoiadores, como você, retiraram o Metrô. O que o senhor tem a dizer a respeito?”, questionou o petista. Alex negou apoio ao ex-governador. “Apoiei Márcio França. Mais uma vez o PT mente e acha que vai passar impune”, disse o deputado. 

Em outro momento acalorado, Luiz Fernando acusou Alex de corrupção. “Ele recebeu em duplicidade uma viagem aos Estados Unidos com a esposa, e só devolveu o dinheiro após ser denunciado”, disse. Alex, por sua vez, negou irregularidades. “Estive no Vale do Silício a convite e minha esposa, pedagoga, participou de um grande encontro sobre políticas públicas para a educação”, afirmou. 

Marcelo Lima também teve de se defender de acusações de Luiz Fernando sobre sua cassação de mandato. “O senhor foi cassado e, mesmo como vice-prefeito, Morando não o escolheu. O que explica isso?”. Marcelo respondeu que o processo ainda está em andamento. “Tive um problema no TSE, mas a Procuradoria Geral da República deu parecer favorável a mim. A Justiça será feita”, afirmou. 

Em contrapartida, Luiz Fernando foi associado à gestão de Luiz Marinho (PT, 2009 a 2016). “Estamos comparando o passado, presente e futuro. Eu participei do presente, e o candidato [Q (K]participou daquele grupo que governou São Bernardo por oito anos. Todas as obras que terminei diretamente trabalhando como secretário e como vice-prefeito o grupo do qual o senhor participou, na gestão passada, deixou obras inacabadas”, afirmou Marcelo Lima. 

Alex Manente também questionou o petista em diversos momentos sobre sua associação com o governo Marinho. “Queria entender sua relação com a cidade. Como você fez sua participação no governo do prefeito Luiz Marinho, do PT?”, perguntou o deputado federal. “Nunca fiz parte do governo Marinho, trabalhei na campanha, mas nunca tive nomeação alguma. No período, era presidente do São Bernardo Futebol Clube”, respondeu Luiz Fernando. “O candidato não se define. Ele nega o governo do PT em São Bernardo”, criticou Alex.

O deputado federal também criticou a proposta do oponente do Podemos de criar a Secretaria da Mulher. “Sou a favor da defesa da mulher e a GCM (Guarda Civil Municipal) tem de ampliar, até porque já possui essa patrulha Maria da Penha. Sou contra criar cargos para que se faça política pública. É possível fazer isso sem criar novos cargos, novos custos. Temos de fazer a otimização da máquina para entregar o serviço de qualidade”, apontou. 

Marcelo Lima se isentou de culpa em relação à crise na Saúde da cidade. “Eu saí da Prefeitura e me tornei deputado federal. Neste momento, não participei da gestão da Saúde, até porque não teria como participar da gestão no dia a dia”, afirmou. “Quando o governo vai bem, você fez sua parte. Quando o governo vai mal, você não participou”, cutucou Alex. Da mesma forma, o ex-vice-prefeito também devolveu as farpas. “O senhor está há 18 anos como deputado. Você, morador de São Bernardo, conhece algo que o deputado Alex tenha feito na prática que transformou ou mudou a vida de vocês?”, questionou. 

Os candidatos também tiveram divergências em relação à proposta de Marcelo Lima em criar um cartão na Saúde para priorizar o atendimento aos moradores da cidade. “Na minha opinião, tem um processo de inconstitucionalidade. Qualquer pessoa que chegar, a Prefeitura é obrigada a atender em qualquer lugar do país”, ressaltou Alex. “O cartão de Saúde é (para ser usado) na UBS (Unidade Básica de Saúde), na prevenção, para dar atendimento prioritário a quem vive em São Bernardo. A UPA vai ficar 24 horas aberta para qualquer pessoa que precise do socorro”, rebateu Marcelo. “Infelizmente, é essa mesma fala do secretário da Saúde (Geraldo Reple) na Câmara quando foi convocado a responder sobre as mortes ocorridas no Hospital da Mulher”, relembrou o deputado federal, ao citar o caso noticiado pelo Diário em abril deste ano.

 

Sem Flávia Morando, candidatos à  

Prefeitura de São Bernardo trocam farpas  

 Wilson Moço, Repórter Diário 

O debate realizado e transmitido ao vivo na tarde desta sexta-feira (20/09) pelo G1, do Grupo Globo, reuniu três dos principais candidatos a prefeito de São Bernardo – Flávia Morando (União Brasil) não participou -, que aproveitaram o tempo que lhes cabia para apresentar algumas de suas propostas e, ao mesmo tempo, colocar os oponentes contra a parede. Alex Manente (Cidadania), Luiz Fernando Teixeira (PT) e Marcelo Lima (Podemos) não pouparam troca de farpas e tentativas de colar um ou outro a problemas de gestão na cidade nos últimos 16 anos e de proximidade com o bolsonarismo e petismo.

Apesar do antagonismo próprio dos debates que envolve candidatos ao Executivo, o encontro que colocou os três frente a frente ficou longe de provocar um clima hostil, como o já registrado entre alguns candidatos que disputam a prefeitura da Capital. A aparente cordialidade que dominou as cerca de uma hora e trinta de debate não impediu que cada um, a seu modo, fosse ao ataque. A atuação de cada um na vida pública e a relação com as gestões da cidade nos últimos 16 anos, primeiramente com Luiz Marinho, do PT de Luiz Fernando, e agora com o prefeito Orlando Morando (PSDB), que teve Marcelo Lima como vice e secretário, foram exploradas.

“Por isso que é bom esse debate, para o eleitor poder comparar. O candidato (Luiz Fernando) participou de oito anos da gestão passada, que deixou muitas obras inacabadas que ajudei a terminar como secretário”, atacou Marcelo. “Fica claro que ele esconde a verdade, que mente quando diz que participei do governo Marinho, como também não é verdade que ele participou das obras que afirma ter concluído, pois ele era secretário de Serviços Urbanos, não de Obras”, rebateu Luiz Fernando.

Com a ausência de Flávia Morando, Alex Manente e Marcelo Lima voltaram suas baterias sobretudo para Luiz Fernando, principalmente com críticas às gestões de Luiz Marinho à frente da Prefeitura por oito anos, de forma a tentar colar a imagem do candidato ao ex-prefeito e hoje ministro no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Luiz Marinho. Em uma das perguntas dirigidas ao petista, Manente lembrou antes de sua trajetória. “Fui o vereador mais bem votado de São Bernardo, o deputado (estadual) mais jovem da cidade. Gostaria de entender como é sua história política, sua atuação como deputado e sua relação com Marinho.”

“Toda vida cuidei muito das pessoas. Na política o que tenho feito não é fazer obra, minha preocupação é com a educação das nossas crianças, da saúde. Marinho é um grande amigo, mas nunca fiz parte do governo dele”, retrucou o petista. “Ele nega relação com o governo do PT, partido que a população não quer mais que volte a comandar nossa cidade. São Bernardo está deixando de ser uma cidade produtora para ser uma cidade dormitório”, rebateu Manente, incluindo no pacote os quase oito anos de governo de Orlando Morando.

O recurso usado pelos dois oponentes não ficou de fora da estratégia de Luiz Fernando no quarto bloco, quando o tema era de livre escolha do candidato que fazia a pergunta. “O seu governo (de Morando) dobrou a dívida da nossa cidade, que hoje já é a segunda maior do Brasil. Onde o senhor vai arrumar dinheiro para fazer tudo o que promete (no plano de governo)?” Isso porque, ao longo do debate, Marcelo Lima elencou, entre outras propostas, estender o horário de creches para o período noturno, implementar o que chama de corujão da saúde (24 horas), tarifa zero no fim de semana e faculdade municipal de gestão.

“Com a experiência que tenho, tenho certeza de que será respeitada (a cidade) pelo tamanho que tem. Não quero acreditar que um presidente ou governador governe para um partido político, e São Bernardo está acima de partidos políticos, tem de ser respeitada pela sua importância”, discorreu. “É justamente isso que vamos ter de decidir no dia 6 de outubro. Será que tem experiência, consegue trazer aquilo que a cidade precisa?”, considerou. 



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