Com três novas respostas que o empresário Milton Bigucci jamais daria, porque não respondeu à demanda, encerramos a Entrevista Especial seguramente esperada de omissão do perpétuo presidente da Acigabc, Clube dos Construtores do Grande ABC, e comandante do grupo MBigucci, conhecido pela fluvialidade de obras e de problemas de relacionamentos éticos, com a clientela e, mais ainda, com autoridades públicas. Seguem as respostas que Milton Bigucci jamais daria. Numa próxima edição, vamos agrupar toda a Entrevista Especial em edição única.
CAPITALSOCIAL – Recentemente, numa entrevista, o senhor disse que jornalista bom é jornalista que sempre elogia o entrevistado. O senhor também entende que cliente bom é somente cliente que o elogia ou leva em conta e toma medidas corretivas quando o cliente resolve apontar problemas?
REPORTAGEM – É claro que a política comercial adotada pelo comandante do grupo MBigucci não se estende à politica editorial de qualquer veículo de comunicação independente. Milton Bigucci detesta qualquer tipo de jornalismo que não seja o jornalismo que possa controlar. Recentemente, fez rasgados elogios a uma jornalista do Diário do Grande ABC que o entrevistou numa atmosfera de chá das cinco. Um colunismo social do jornalismo eletrônico, modalidade de jornalismo sem qualquer parentesco com o jornalismo crítico e analítico, o que não significa que deixe de ser respeitado. Cada macaco no respectivo perfil de abordagem. Mas Milton Bigucci seria incapaz de descolar uma coisa da outra porque para Milton Bigucci uma coisa é uma coisa e outra coisa é a mesma coisa. O padrão de avaliação do jornalismo de Milton Bigucci está longe de qualquer semelhança quando está do lado oposto ao da clientela insatisfeita.
CAPITALSOCIAL – Como o senhor entenderia a possibilidade de levar adiante uma sugestão que pretendesse incluir no organograma do Clube dos Construtores um quadradinho que representasse um grupo de clientes insatisfeitos com o atendimento da classe numa função em que teriam ações vinculadas a uma espécie de Código de Ética que, eles mesmos, os clientes, poderiam elaborar em eventos públicos, aberto a todos os interessados?
RESPOSTA – Alguém tem alguma dúvida de que Milton Bigucci esconjurou essa pergunta? Falar em algo como um Código de Ética no Clube dos Construtores controlado pela Família Bigucci é uma forma de traduzir aos leitores uma sentença de morte às pretensões hegemônicas e de versão única das péssimas condições em que opera aquela entidade, ou seja, sem qualquer compromisso com as famílias adquirentes de imóveis. É comum que gente como Milton Bigucci fale em democracia, mas não a pratica jamais porque democracia de verdade exige flexibilidade, doação, respeitabilidade, e não são esses os ingredientes que mais se destacam entre mercadores imobiliários.
CAPITALSOCIAL – Sugerimos há quase 10 anos que os Legislativos da região adotassem o que chamamos jornalisticamente de Reportagem Premiada. A inciativa consistiria em premiar reportagens jornalísticas que apontassem escândalos nos Executivos da região. Mais que apontassem, comprovassem delitos de agentes públicos. Por que o Clube dos Construtores, mesmo tanto tempo depois, não encampa essa medida com a composição de um conselho curador formado também por integrantes da sociedade que lutam por mais transparência e responsabilidade com o dinheiro do contribuinte?
RESPOSTA – Essa é outra proposta indecorosa para uma entidade que perpetuou ao longo de décadas um processo de unilateralidade nas relações institucionais especialmente com as administrações municipais. O histórico do Clube dos Construtores é feito de muita obscuridade e pior ainda nas individualidades que se movem em nome dessa mesma institucionalidade. Reportagem Premiada para o Clube dos Construtores é uma ofensa. Seria algo como o VAR para o futebol. O Clube dos Construtores prefere as trevas.