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Administração Pública

DANIEL LIMA - 08/04/2022

Mais de cinco anos depois de assumir a Administração de Santo André (exatamente 63 meses e oito dias) o prefeito Paulinho Serra detém -- como preposto e refém de grupos de pressão -- controle quase monolítico da mídia regional. O varejismo com que conduz o Município que mais sofreu as dores da desindustrialização nos últimos 40 anos esquadrinha a visão de curtíssimo prazo de quem só pensa em disputas eleitorais.  

Paulinho Serra é mesmo refém do grupo que o elegeu numa Santo André de oposição quase morta. O PT desmanchou-se pós escândalos nacionais e outras agremiações vivem a pão e água, quando não a reboque do Paço Municipal. Como a maioria das instituições. 

Trocando em miúdos: Santo André experimenta um modelo de regime autoritário contraditório ao blindar externamente e abusar intramuros do prefeito de plantão. Paulinho Serra é um autocrata que segue a cartilha de terceiros. A gestão de Santo André virou casa da sogra em que grupos organizados mandam.   

O que os leitores vão ver na sequência, numa Análise Especial dedicada aos 469 anos de fundação de Santo André, é uma síntese de parte de algumas das mais de 500 matérias que CapitalSocial editou desde que Paulinho Serra virou prefeito. Fizemos triagem em ordem cronológica.  

É impossível chegar a qualquer outra conclusão quando os pressupostos que balizam a ação jornalística é a gravidade de décadas da economia de Santo André: Paulinho Serra é errático, contraditório, manipulador e tudo o mais como principal agente político municipal.  

Ainda muito será analisado sobre a atuação de Paulinho Serra. O segundo mandato estende-se até dezembro de 2004. A expectativa de que a experiência dos primeiros anos de mandato o faria mais condizente com os desafios de Santo André e do Grande ABC restou frustrada.  

Paulinho Serra está preso a uma velharia conceitual do qual não só não faz questão alguma de se desvencilhar como se amarra ainda mais aos tentáculos ditados por terceiros.  

As lantejoulas que serão distribuídas neste Oito de Abril, e que começaram ontem à noite com uma festa eleitoral a pretexto de solidariedade, são apenas ingredientes de um marketing produzido pela velha guarda da política reforçada por forasteiros como o ex-prefeito da Capital, Gilberto Kassab, um dos muitos nacos de repartição dos poderes do Paço Municipal.  

Acompanhem alguns trechos de um total de 35 análises que CapitalSocial produziu sobre a atuação político-administrativa de Paulinho Serra desde janeiro de 2017, quando tomou posse.  

 

Ailton Lima impõe lorotas

à gestão de Paulinho Serra 

 DANIEL LIMA - 02/02/2017

 

Pretendia iniciar os registros e a contagem da segunda edição do Observatório de Promessas e Lorotas em duas ou três semanas, mas não dá mais para esperar. O secretário de Desenvolvimento Econômico de Santo André, Ailton Lima, está chutando a jaca de especulações e coloca a Administração do tucano Paulinho Serra em situação delicada. (...). O secretário de Desenvolvimento Econômico escolhido pelo prefeito Paulinho Serra não se deu conta de que pode proporcionar espetáculos midiáticos cada vez mais desclassificatórios caso imagine que suas declarações serão intocáveis junto à sociedade. Não é assim que se prepara o futuro. (...) . A primeira proposta (...) refere-se à iniciativa de atrair investimentos a Santo André com base na redução dos valores do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Primeiro é preciso levar em conta que isoladamente ou mesmo em conjunto com algumas outras medidas tópicas o IPTU não sustentaria a recuperação econômica de Santo André. Os valores supostamente descartados pelo Poder Público são baixíssimos demais em relação ao conjunto de medidas que os municípios de maneira geral oferecem para atrair empresas produtivas. Trata-se, portanto, de espalhafato sem densidade à reorganização e repotencialização da economia de Santo André. Mas há ponderação ainda mais grave: nenhum Município pode abrir mão de receitas tributárias sem correspondente compensação, sob pena de infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal. No caso de redução de valores do IPTU, a proposta do secretário Ailton Lima tem altíssimo potencial de infringir a legislação. Tanto é verdade que se fosse prática viável, teria virado lugar-comum entre os gestores públicos municipais. (...).  As outras duas lorotas (..) foram publicadas na edição de hoje do Diário do Grande ABC, sob o título “Sto. André prevê PPP para salvar parque tecnológico”. (...) Sobre a Parceria Público-Privada para o Polo Tecnológico de Santo André, nada mais ilusionista. Não é esse o modelo adotado pelo governo do Estado porque as respostas dos empresários são sempre reticentes ante tentativas de sensibilização. No caso específico de Santo André e da região, que há mais de uma década debatem o assunto, tudo parece ainda mais desestimulante. Estamos fora da rota de investimentos das companhias privadas por série de razões sobre as quais já escrevi dezenas de artigos. Em resumo, não temos competitividade sistêmica. (...) Já a constituição de uma rede hoteleira na Vila de Paranapiacaba é uma proposta que tanto pode ser chamada de estapafúrdia como de fantasiosa. Não tem viabilidade econômica. A Vila de Paranapiacaba é um cantinho importante na história regional mas sem musculatura para despertar turismo de massa que compense investimentos hoteleiros. Basta perguntar aos donos das modestas pensões da Vila o quanto sofrem com o pinga-pinga inexpressivo de turistas.  

 

O que fará Paulinho Serra

com esse presente de grego? 

 DANIEL LIMA - 29/03/2017

O prefeito Paulinho Serra precisa ser comedido e estratégico para não quebrar a cara como comandante da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC. Ao assumir o cargo, o titular do Paço de Santo André desfilou o sorriso dos inocentes ou dos ignorantes, no sentido lato do verbete. Nada mais precipitado. Está-se deixando levar pelo marketing. Para mostrar um rosto de felicidade tendo-se em conta que acaba de pegar um dos maiores abacaxis da região, só existe mesmo uma explicação: Paulinho Serra acredita em Papai Noel ou não tem a menor ideia do que a próxima esquina da regionalidade lhe reserva. Talvez exista uma vertente que o salvaria: Paulinho Serra saberia o caminho das pedras que os antecessores jamais ousaram perscrutar. Tenho sérias dúvidas sobre isso. Paulinho Serra não é versado em regionalidade. A Agência de Desenvolvimento Econômico é um dos legados de regionalismo planejado por Celso Daniel. O outro é o Clube dos Prefeitos. Essas peças gêmeas do tabuleiro regional jamais alcançaram resultados desejados, mesmo com Celso Daniel. O municipalismo enraizado numa região de território único até meados do século passado é contraditória doença contagiosa. As cidadelas municipais são mais importantes que o resto – e o resto é o principal, no caso a Província do Grande ABC.  O discurso de integração regional da quase totalidade dos prefeitos que já passaram pelas duas entidades jamais ultrapassou os limites de mensagens ao público externo. Internamente, o que prevaleceu foi uma disputa surda pelos benefícios político-partidários da entidade. Celso Daniel foi sabotado o tempo todo. (...) Li no Diário do Grande ABC – cuja memória de regionalidade é escassa e longe de qualquer protagonismo crítico – que Paulinho Serra pretende buscar na iniciativa privada os filões de recursos financeiros surrupiados pelo Clube dos Prefeitos. Vai se dar mal. As instituições que listou como possíveis financiadoras (associação empresariais e outras) andam numa pindaíba de dar dó. (...) . Diria Paulinho Serra que o cargo é um grande desafio à costura de um tecido puído e desprezado no desfile de necessidades da região. Paulinho Serra parece imaginar-se numa fashion week de regionalidade, quando, de fato, tanto a Agência de Desenvolvimento Econômico como o Clube dos Prefeitos não passam de uma passarela periférica de suposta modernidade nas relações entre capital, trabalho, sociedade e gestão pública.  

 

Plano de Metas diferente

a desafiar Paulinho Serra 

 DANIEL LIMA - 13/04/2017

 

O Plano de Metas que o prefeito de Santo André pretende protocolar no Legislativo com o compromisso de execução até o final do mandato em 2020 é uma cascata marquetológica cujo objetivo pode até não ser deliberadamente sofismador, mas está longe dos anseios e das necessidades da cidade que mais sofreu reveses econômicos nas três últimas décadas juntamente com São Caetano. O agravante de perdas é que o território vizinho teve crescimento demográfico contido, enquanto Santo André se expandiu em ritmo menos veloz que São Bernardo, Diadema e Mauá, é verdade, mas acima da capacidade de absorção de riquezas. Daí a perda de PIB per capita ter sido um passo natural. Não bastasse a perda de PIB Geral. Paulinho Serra segue a matriz cinderelesca de João Doria, prefeito da Capital, mas na versão gataborrelheiresca. O que pretende mesmo é maquiar o espírito da coisa. Ou seja: quando se fala em Plano de Metas o que se tem em mente é um conjunto especialmente importante de ações que dialoguem entre si e cujos resultados são maiores que a soma das partes. Quando se misturam varejos e alguns atacados esparsos, sem amalgama, o resultado numérico, quantitativo, pode até ser alcançado, mas a qualidade vai para o brejo do acumulo de complicações sistêmicas. (...) . O que Paulinho Serra pretende transformar em marketing em eventual campanha à reeleição é um conjunto de medidas que, sabedor de antemão que não lhe custará qualquer dor de cabeça, será mais ou menos fácil alcançar os resultados pretendidos. O Plano de Metas seletivo de Paulinho Serra está para a probabilidade de sucesso assim como uma cobrança de penalidade máxima que reserva ao finalizador a facilidade de dispensar a presença do goleiro como ameaça de defesa.  

 

Teste de Responsabilidade

Social para Paulinho Serra 

 DANIEL LIMA - 19/05/2017

 

Faço uma aposta com quem quiser, principalmente com o prefeito Paulinho Serra, de Santo André. Uma aposta que vale o que ele bem entender, menos vestir a camisa do seu time de coração (não uso nem do meu time de paixão) ou praticar à luz do sol atos que não pratico nem em lugares mais reservados.  A aposta é simples: quero que o prefeito marque um encontro com o promotor de Habitação responsável por uma das obras mais obscuras do mercado imobiliário de Santo André nos últimos anos. Mais que isso: que me carregue a tiracolo. Mais ainda: quero que seja transparentemente provado que não houve irregularidades na aprovação e na execução do empreendimento. Ou seja: não se trataria de uma visita de cortesia, diplomática, nada disso. Não sou profissional de bons modos quando o assunto é efervescente. Bons modos sempre levam a ajeitamentos. Fosse diferente, a força-tarefa da Lava Jata seria integrada por religiosos.  Será que o prefeito tucano topará a sugestão e, segundo terceiros bem-informados, enfrentará mandachuvas e mandachuvinhas que estariam por trás de eventuais trambicagens daquele empreendimento?. Vou mais longe: o prefeito tucano tem direito a levar um assessor de especialidade que bem entender (tomara que seja da área ambiental) enquanto também poderei carregar comigo um convidado – provavelmente o advogado Alexandre Marques Frias. Uma comitiva interessante que deve ser previamente informada ao promotor habitacional de Santo André, Fábio Franchi. Ele está com esse suposto abacaxi faz muito tempo e não me tem respondido à consulta que pretendo fazer. Transparência não parece ser algo a enaltecer no promotor Fábio Franchi.  (...). Quanto ao enveredar pelo empreendimento imobiliário, não existe mesmo alternativa. Ou o prefeito topa e corre todos os riscos inerentes às parcerias que o colocaram no principal cargo Executivo de Santo André, ou confessa que tem limites de gestão que passam necessariamente pela aprovação desses mesmos parceiros. Parceiros que costumam condicionar determinadas decisões a reciprocidades. (...) . O empreendimento imobiliário em questão é o Royal Nobre Residence, condomínio de classe média construído ao lado do Shopping ABC. Como já escrevi antes, o empreendimento constava da longa lista de irregularidades e tramoias do escândalo do Semasa, ainda longe de ser devidamente punido.  

 

Avenida dos Estados é uma

das apostas de Paulinho Serra 

 DANIEL LIMA - 02/10/2017

 

Quase dois meses depois de receber 25 questões centrais de Entrevista Especial, o prefeito Paulinho Serra, de Santo André, finalmente encaminhou respostas que interessam sobremodo à sociedade. A demora pouco interessa nessas alturas do campeonato. O importante é que o agente público revele o que pretende. Principalmente numa Santo André que acusa seríssimos golpes econômicos desde os anos 1980, quando se iniciou o processo mais acentuado de desindustrialização. Nesta longa Entrevista Especial, o tucano eleito em outubro do ano passado com a maior votação proporcional da história, largamente por conta dos estragos petistas da Operação Lava Jato, deixa explicitado que a Avenida dos Estados é um dos pontos com os quais espera contar para fazer Santo André voltar ao mapa de investimentos produtivos. São múltiplas as abordagens de CapitalSocial. A diversidade da pauta envolve infraestrutura, administração, regionalidade, institucionalidade e muito mais.   

 

Recuo de Paulinho Serra pode

ser o começo de novo governo 

 DANIEL LIMA - 31/01/2018

Tenho muito a escrever sobre a Administração de Paulinho Serra, inclusive mais detalhadamente em resposta ao enunciado do título deste artigo. Na edição de hoje vou me restringir à nota oficial assinada pelo prefeito de Santo André na sequência do turbilhão do anúncio de ontem à tarde dando conta de que os valores do IPTU desta temporada, e de tudo que o sustentou tecnicamente, como a Planta Genérica de Valores, estão suspensos. O restante da história os leitores já sabem. A nota oficial de Paulinho Serra precisa ser analisada. O conteúdo pode sinalizar vários caminhos. Talvez o mais útil à sociedade de Santo André seja o amadurecimento da gestão do tucano a partir de tudo o que ocorreu. É inegável que o deslize da equipe que administra Santo André não é pouca coisa. Pouco interessa especular sobre o grau de participação efetiva nas decisões que levaram Paulino Serra ao cadafalso do qual a humildade pesou para a reviravolta salvadora, embora de dimensões deletérias evidentes.  Paulinho Serra debelou um incêndio de grandiosas proporções, mas saiu chamuscado. O pior dos mundos seria desprezar todos os ensinamentos que deve ter absorvido. Por isso precisa de um tempo para colocar a cabeça em ordem e começar a administrar Santo André longe daqueles que o enganaram e fugiram da raia quando o cerco apertou. Os falsos parceiros são assim mesmo. Eles só querem usufruir. Criam cenários ilusionistas. Insistem em punir quem procura abrir os olhos com críticas e ponderações.  

Santo André empobrece, mas

IPTU é cada vez mais pesado 

 DANIEL LIMA - 01/08/2018

 

O montante arrecadado por Santo André no ano passado (e também nos anos anteriores) com o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) está muito acima da capacidade média dos principais municípios da região quando se comparam novos indicadores, além daqueles que, neste ano, deram lastro às críticas nesta revista digital. Na medida em que empobrece (e cansamos de provar isso), Santo André aumenta a carga do IPTU. Fosse perpetrado o golpe do prefeito Paulinho Serra nesta temporada, a situação seria ainda mais dramática. A corrida entre o IPTU e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), este a cargo do governo do Estado, mas que reflete um dos ramais de poderio econômico, é francamente favorável ao imposto municipal. Isso significa que as receitas públicas com o IPTU em Santo André estão muito acima dos repasses do imposto estadual. Ou seja: a capacidade de gerar ICMS em Santo André esgarçou-se ao longo dos anos, enquanto o IPTU avançava no quadro orçamentário da Prefeitura. (...). Quando se comparam as arrecadações de IPTU e de ICMS dos três principais municípios da região a partir de 2002, chegando-se a 2017, tem-se desenho claro do quanto Santo André está na dianteira em termos de agressividade do imposto municipal. Só por esse caminho comparativo já seria suficiente para entender que Santo André tem elevado demais a arrecadação do IPTU. (...). Entre 2002 e 2017, o IPTU de Santo André aumentou em termos nominais, sem considerar a inflação, 409,33%. Eram R$ 52.817.597 milhões de arrecadação e passou a R$ 269.017.392 milhões. O repasse do ICMS aumentou nominalmente apenas 141,39%.  De R$ 122.083.156 milhões, passou a R$ 294.698.679 milhões. Ou seja: em 2002 a arrecadação do IPTU representava 43,26% do repasse do ICMS. Quinze anos depois, a participação da receita com IPTU em confronto com o ICMS passou a 91,28%. Avanço de 48,02 pontos percentuais.   

 

Paulinho Serra começa errado

à frente do Clube dos Prefeitos 

 DANIEL LIMA - 10/01/2019

 

O Clube dos Prefeitos do Grande ABC tem novo titular. Agora o prefeito dos prefeitos é o prefeito de Santo André, Paulinho Serra. Tomara que ele tenha consciência de que vai suceder ao também tucano Orlando Morando tendo à mão uma instituição que respira por aparelhos. É preciso acentuar que respira mesmo por aparelhos, porque há quem ouse propagar que não existe paciente à beira da morte. Foi patético o flagrante que os jornais publicaram do encontro de anteontem para a homologação pública de Paulinho Serra. Ele estava ao lado de Orlando Morando e de Kiko Teixeira, prefeito de Ribeirão Pires. Também constava da cena do crime contra a regionalidade a prefeita interina de Mauá, Alaíde Damo. Prefeita interina candidatíssima à efetivação. (...). Paulinho Serra precisa de muito pouco para provar que Orlando Morando foi um desastre completo. Afinal, recebe uma instituição em frangalhos. Divididíssima, por exemplo. Tanto que três prefeitos se retiraram do colegiado por desavenças político-partidárias com o então titular. São Caetano, Rio Grande da Serra e Diadema devem retornar ao Clube dos Prefeitos. Seria uma maneira de retaliarem o antecessor de Paulinho Serra. (...). O que também me espantou nas primeiras declarações do prefeito Paulinho Serra é que precisará de 30 dias para apresentar um plano de ação. Levando-se em conta que até as sete andorinhas (seriam mesmo andorinhas?) estilizadas que enfeitam o prédio do Clube dos Prefeitos, em Santo André, sabiam havia muito tempo que seria Paulinho Serra o sucessor do dinamitador Orlando Morando, o prazo anunciado é um despautério. Tudo indica que só se manifestaria após o Carnaval, que é em março. Paulinho Serra deveria ter esticado o encontro de anteontem com o anúncio das primeiras medidas. Está certo que Paulinho Serra não tem vivência em regionalidade. Raramente, antes de virar prefeito, foi visto em encontros da organização ou em eventos que tratassem do tema. (...). Paulinho Serra até recentemente cultuava a imagem de Celso Daniel, mas, pelos últimos comentários a que tive acesso, até mesmo o principal agente de regionalidade da história começou a receber bordoadas críticas. Paulinho Serra perdeu o foco ao confundir gestão municipal com gestão regional. Celso Daniel foi competente nas duas áreas. (..). A ideia de Paulinho Serra, transformada em manchetíssima de primeira página do sempre generoso Diário do Grande ABC, dá conta da contratação de um secretário-geral com base em concurso público. Trata-se de algo tão inócuo, quando não dispendioso, quanto a constituição da Casa do Grande ABC em Brasília, liderada por Orlando Morando e cuja existência pífia não consta nem do site oficial da entidade. (...). A longa experiência no acompanhamento do Clube dos Prefeitos me autoriza a dizer que o receituário pretendido por Paulinho Serra a partir de um secretário-geral concursado que entenda de regionalidade não passa de marketing de primeiros socorros. (...). O ponto central é a contratação de uma consultoria especializada em competitividade, a quem seria delegada a responsabilidade de administrar o dia a dia. Os prefeitos, sempre ocupados com o próprio território, formariam espécie de Conselho de Administração.  

 

Paulinho Serra abre as portas

à competitividade municipal 

 DANIEL LIMA - 18/02/2019

 

O prefeito Paulinho Serra poderá ficar para a história da Administração Pública da região depois de aprovar na tarde-noite da última sexta-feira duas propostas deste jornalista: primeiro, contar com um grupo de assessoramento na área econômica desvinculado do organograma oficial e sem vínculo remuneratório; segundo, contratar uma consultoria de primeira linha especializada em competitividade entre municípios. Uma coisa está ligada à outra e as duas constituem uma inovação para retirar do imediatismo pouco produtivo dos gestores públicos em geral medidas que raramente ganham amplitude, longevidade e efetividade. Havia muitos anos insistia na imperiosidade de o Poder Público Municipal da região sair da mesmice e acordar para o jogo cada vez mais disputado entre municípios em busca de empreendimentos e riqueza. Paulinho Serra deu o primeiro passo. As duas propostas poderiam ter sido feitas ao mesmo Paulinho Serra, mas com vistas ao cargo que ocupa desde o mês passado, de prefeito dos prefeitos do Clube dos Prefeitos. Optei pela municipalização porque a integração regional está num patamar de ficção. A situação regional é tão complexa que a melhor maneira de chegar ao regionalismo maduro e, primeiro, fortalecer o municipalismo descuidado.  

 

Conselho Especial emperra na

burocracia do Poder Público 

 DANIEL LIMA - 31/07/2019

 

Sabem a proposta de criação do Conselho Especial de Assessoramento Econômico que apresentei ao prefeito Paulinho Serra como passo inicial de inovação na gestão pública e, com isso, de reviravolta na baixa competitividade econômica de Santo André? Acabou de acabar. Pelo menos nos moldes idealizados por este jornalista e adotado como premissa à composição de um grupo de voluntários, essa é uma decisão sem volta. A burocracia emperrou a iniciativa. De minha parte, estou me despedindo da iniciativa. Não tenho vocação a malhar em ferro frio de experiências frustradas, como a alternativa sugerida por assessores do tucano. Já vivi tempo suficiente para distinguir oportunidade de arapuca, reestruturação de enrolação. Embora faltem informações consistentes de assessores escalados por Paulinho Serra para desenhar o projeto de lei que seria enviado ao Legislativo, transpirou-se nas entrelinhas do material a impossibilidade de atendimento legal à iniciativa proposta. O que propus ao prefeito Paulinho Serra e o que retornou em forma de projeto de lei praticamente seis meses depois de acertar os ponteiros no primeiro encontro, em fevereiro, não tem nenhuma digital de semelhança. É uma monstruosidade. Desenhava-se uma ação reformista e o que se pretende plantar é uma velha e surrada medida que levaria à desqualificação dos participantes. O Conselho Especial proposto por este jornalista seria um órgão informal no organograma oficial da Prefeitura. Virou, segundo o projeto de lei, um órgão oficial atreladíssimo à Prefeitura. (...). O Conselho Especial proposto por este jornalista e cujos princípios foram levados aos demais participantes que aceitaram a empreitada congrega a premissa de foco exclusivo ou principalmente nas questões de competitividade econômica, o nó górdio da gestão pública no Grande ABC. Algo que sugere tanto trabalho que todos eles, prefeitos, preferem descartar ou minimizar. (...). Sete dos nove integrantes do Conselho Especial de Assessoramento Econômico da Prefeitura de Santo André já estavam escalados. As identidades permanecerão em sigilo, exceto a deste jornalista, por compulsoriedade. Eles representam segmentos importantes do Grande ABC, casos de um acadêmico com estudos comprometidos com o desvendar do empobrecimento da região, empresários de pequeno e médio porte e executivos de grandes empresas que atuam nos setores químico e petroquímico, além de na área de saúde privada.  

 

Quem disse que Santo André

lidera emprego na temporada? 

 DANIEL LIMA - 20/09/2019

 

O desempenho do emprego industrial com carteira assinada nesta temporada segue a rotina dos últimos anos em que a recessão colheu a indústria automotiva de frente: o Grande ABC vai de mal a pior, mas entre os escombros sobra pelo menos um exemplar de fôlego. Trata-se de Ribeirão Pires, com a contratação líquida (entre perdas e ganhos) de 300 trabalhadores no setor. Parece pouco? São nada menos que 4,45% do estoque registrado em dezembro do ano passado. Muito mais (mais de 10 vezes, para ser preciso) que Santo André, a terceira colocada regional, com 0,43% de saldo positivo, com 180 novos trabalhadores. Rio Grande da Serra está em segundo lugar com saldo positivo de 2,42% de estoque, com 27 novas carteiras assinadas. É possível que o leitor se confunda com números absolutos e números relativos. Os marqueteiros sabem disso muito bem e usam de esperteza para propagar, por exemplo, que Santo André lidera a contratação de trabalhadores formais nesta temporada. Pura enrolação. Comparar bases desiguais de estoque e de saldo de contratações é malandragem mais que semântica. É estelionato informativo mesmo. Deveria haver uma Lei de Proteção Estatística. A administração de Paulinho Serra não escaparia de punição. É useira e vezeira em avaliações marotas do mercado de trabalho.  

PIB Público de Santo André

atrapalha o PIB produtivo 

 DANIEL LIMA - 09/10/2019

 

O desempenho econômico de Santo André nos últimos anos com o prefeito Paulinho Serra não será diferente dos resultados acumulados nos 14 anos anteriores, a partir de 2002. Isso não é uma previsão qualquer. É diagnóstico praticamente sem margem de erro. O PIB de atividades públicas de Santo André atrapalha o PIB de atividades produtivas. A projeção de repetir o passado está fundamentada no presente mais que escancaradamente apático da gestão do tucano no campo econômico. Seria pior, claro, se Paulinho Serra não recuasse do aumento cavalar do IPTU no ano passado, vencido pela pressão popular e obediente ao bom senso. A confirmação do avanço do Poder Público no PIB Geral de Santo André é questão de tempo. Pouco tempo. Basta esperar pelo desembarque da safra de dados de 2017, em dezembro deste ano, e dos anos subsequentes, sempre em dezembro de cada temporada. Santo André é uma calamidade em desenvolvimento econômico desde muito tempo: ritmo dos últimos 14 anos já medidos do PIB da Administração Pública, que é em resumo o custo do Estado, no caso do Município, é o dobro do PIB Geral, que poderia ser definido como produtivo. Afinal, envolve tudo que está fora da interferência direta da gestão pública. Depois de São Caetano, cujos dados revelamos ontem, são raros os casos no G-22, o Clube dos 20 Municípios Mais Importantes do Estado (fora a Capital e com a inclusão de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), estrutura econômica tão sofrível quanto a de Santo André. Tanto que no ranking do PIB Geral da Região Metropolitana de São Paulo deste século (ano-base de 2002 até o limite de 2016) Santo André ocupa a 31ª colocação entre 39 municípios. Um desastre. Nos 14 anos já medidos o PIB da Administração Pública em Santo André, resultado direto de salários e impostos, cresceu em termos reais mais que o dobro do PIB Geral, que engloba atividades econômicas da livre iniciativa. O crescimento real do PIB da Administração Pública em Santo André avançou 65,32% em quase uma década e meia, o que resultou em crescimento médio anual de 4,66%. Muito mais que os 2,32% de crescimento médio anual do PIB Geral. 

 

Paulinho Serra é o campeão

regional em gastança salarial 

 DANIEL LIMA - 21/10/2019

 

O prefeito Paulinho Serra completou os dois primeiros anos de administração de Santo André em dezembro do ano passado ostentando um título regional nada honroso e do qual dificilmente se livrará nos dois anos seguintes a serem estatisticamente confirmados: a gastança com o funcionalismo público em forma de crescimento médio de salários é espécie de ofensa aos trabalhadores das demais atividades econômicas que sofreram e sofrem com o congelamento econômico após um duro período de recessão nacional. Enquanto os servidores municipais de Santo André acumularam nas duas temporadas crescimento de 22,75% em termos nominais, sem considerar a inflação, a média salarial dos trabalhadores da indústria de transformação não passou de 1,72%. A inflação do período foi de 9,40%, segundo o IPCA do IBGE. (...). Santo André não consegue se livrar de insistente rebaixamento em ranking que leve em conta a geração de riqueza. (...). Somente se Paulinho Serra abrir a caixa-preta com o perfil de gastos com o funcionalismo público seria possível uma análise mais profunda que exporia todos os ângulos. Sem essa transparência, é possível inferir que os novos contratados que substituíram aposentados, pensionistas e comissionados, passaram a ter tratamento seletivo. Além disso, é provável que servidores então já contratados por prefeitos antecessores receberam reajustes salariais incompatíveis com a realidade econômica nacional e, principalmente, de uma Santo André estagnada economicamente neste século. O aumento da média salarial dos servidores públicos de Santo André, de 22,75% no período de 12 meses, é bastante superior ao do segundo colocado no ranking regional, no caso São Caetano, que elevou os vencimentos em 16,70%. (...). Mauá e Ribeirão Pires também aumentaram o salário médio dos servidores municipais além de um dígito e acima da inflação do período. Em Ribeirão Pires foram 15,60%, enquanto em Mauá o aumento chegou a 12,04%. Diadema (8,65%), São Bernardo (4,98%) e Rio Grande da Serra (2,70%) elevaram os vencimentos abaixo da inflação de 9,4%. 

 

Santo André precisa de 15 anos

para recuperar quatro últimos 

 DANIEL LIMA - 31/10/2019

 

Pergunte ao prefeito Paulinho Serra e assessores se, ao se depararem com o título desta análise, tiveram alguma percepção do que se tratava. É claro que não. Desenvolvimento Econômico é papo indigesto para o prefeito de Santo André e também aos demais titulares de Paços Municipais. Eles cuidam mesmo é do varejo, de zeladoria, que são importantes mas não mudam o mundo regional. Distante disso, aliás. A resposta direta e reta à formulação do título é a seguinte: a desindustrialização em Santo André (e na região como um todo) segue firme e forte em várias faces. No emprego industrial é uma calamidade. Santo André precisará de 15 anos (no ritmo desta temporada) para recuperar os empregos do setor destruídos nos últimos quatro anos, entre janeiro de 2015 e dezembro de 2018. (...). Vamos às contas então? Contas que me levaram a chegar a uma década e meia de suposta reposição do estoque de empregos industriais que Santo André ostentava em dezembro de 2014. Ou seja, antes dos dois tombos sequenciais do PIB nacional, seguidos de dois soluços que impediram a vergonhosa marca de tetra-rebaixamento da medida definidora de criação de riquezas. Em dezembro de 2014 o parque industrial (seria parque de horrores industrial?) de Santo André contava com 33.439 trabalhadores com carteira assinada. O universo de Santo André representava 14,00% do efetivo de trabalhadores do setor na região. Quatro anos depois, dezembro de 2018, o estoque foi rebaixado a 24.216 trabalhadores, correspondente a 13,42% do estoque regional. Uma quebra de 9.223 carteiras assinadas. Média de 2.306 demissões por temporada. Nesta temporada de 2019, a reação de Santo André no emprego industrial formal é tímida. Mais que tímida: é frouxa. Foram criados, entre admissões e demissões, 46 postos de trabalho. Média de 5,11 a cada um dos nove meses já mensurados. Seguindo esse ritmo, Santo André acumulará ao final deste ano um saldo positivo de 613 postos de trabalho na indústria de transformação. Multiplique por 15 anos e teremos zerado o saldo negativo dos quatro anos anteriores. Ou seja: no ritmo atual, teríamos recomposto o estoque de emprego industrial apenas em 2034. 

Paulinho transforma Clube

dos Prefeitos em fim de feira 

 DANIEL LIMA - 06/11/2019

 

Populismo, oportunismo e tudo que rime nesse sentido, cujo significado seja precariedade de decisões que em nada contribuem para a recuperação econômica e social do Grande ABC, estão na ação do prefeito Paulinho Serra para reunificar o Clube dos Prefeitos. Como se sabe, Paulinho Serra é prefeito dos prefeitos há quase um ano. Praticamente nada fez no âmbito que mais interessa a região – o desenvolvimento econômico. E agora contrata fanfarra midiática para comemorar a volta de Diadema à entidade, após o retorno de São Caetano. Tudo isso é embromação pura. O Clube dos Prefeitos piora a cada temporada. Na exata velocidade da corrosão econômica do Grande ABC. Uma similaridade altamente destrutiva. Vou mais longe, inclusive para justificar e explicar o título desta análise, mais uma que faço ao longo da história sobre o Clube dos Prefeitos. O retorno de Diadema, como se não bastasse a anterioridade nesse sentido de São Caetano, é a prova provada de que a regionalidade vive estágio de fim de feira.. A manchetíssima (manchete das manchetes de primeira página) de hoje do Diário do Grande ABC e a reportagem da página interna comprovam a precarização monumental dos conceitos de regionalidade, embora o sentido da reportagem seja o oposto, de salvação da lavoura.  

 

Fuabc: auditoria expõe lista de

problemas e potenciais fraudes 

 DANIEL LIMA - 28/07/2020

 

A Central de Convênios da Fundação do ABC é o reduto milionário da área de saúde da região. Nessa parceria institucional entre as prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano, a Central de Convênios é o caixa-forte. Mais que isso: cobiçadíssimo. O orçamento desta temporada da Fundação do ABC é de quase R$ 3 bilhões. Mais da metade passa pela Central de Convênios. Seria mais apropriado que a nomenclatura da Central de Convênios fosse outra. Talvez não o seja porque despertaria desconfiança que agora parece irrefreável. Central de Compras é a genética do departamento controlado na atual gestão tripartite da Fundação do ABC pela Prefeitura de Santo André. Tanto uma coisa leva à outra, ou seja, Central de Convênios à Central de Compras, que é preciso muita atenção para não trocar a denominação. (...).  Os homens do comando do Paço Municipal de Santo André que estão na Central de Convênios são extensões política e administrativa do secretário de Saúde de Santo André, Marcio Chaves. E do prefeito Paulinho Serra. Essa é a parcela do latifúndio de poder distribuído a Santo André na composição de forças da Fundação do ABC. São Caetano ocupa a presidência e São Bernardo a vice-presidência.  (...). A Russell Bedford, auditoria independente contratada pela própria Fundação do ABC para desvendar os segredos da Central de Convênios, exibe um relatório instigante. Dinheiro público utilizado numa amostragem da auditoria durante um breve período de combate ao Coronavírus virou farra de boi. De dúvidas, questionamentos, imprecisões e riscos e possíveis fraudes. Quem entende um mínimo de contabilidade e de medidas técnico-processuais burocráticas colocaria a Central de Convênios na marca do pênalti de ilegalidades comprometedoras. Foi o que a Russel Bedford concluiu, embora não tenha se utilizado de linguagem analítica contundente. Mas o que consta do relatório apresentado à direção da Fundação do ABC não é uma receita de bolo para festa infantil. É um indigesto prato nordestino. Aqueles apimentadíssimos. Que podem provocar distúrbios múltiplos. Além de diarreia.  Compete a forças policiais traduzir as informações auditadas em massa de análise criminal. O relatório da Russel Bedford é devastador. Reúne 14 enunciados técnicos que colocam a gestão da Central de Convênios no enquadramento duvidoso de que seja uma, duas ou três coisas separadamente ou não condenatórias.   

 

Demissões e muitas dúvidas

marcam a venda do Semasa 

 DANIEL LIMA - 03/08/2020

 

Sim, o que temos é uma coleção de dúvidas jamais levantadas, mas que precisam ser esclarecidas. Isso não é uma acusação e muito menos uma especulação; apenas uma curiosidade que pode, agora sim, se transformar em intervenção de órgãos competentes. Quem tem de responder a tudo é o prefeito de Santo André, Paulinho Serra, e o superintendente da autarquia, o engenheiro Ricardo da Silva Kondratovich.  O tucano que comanda Santo André teve a coragem de acabar com a farra do Semasa, um trambolho metido em sistemática corrupção, inclusive no mercado imobiliário. Mas a história da transferência à Sabesp não está bem contada. E precisa ser bem contada. Sem conto da Carochinha.  Para começar, há centenas de trabalhadores do Semasa pendurados na folha de pagamentos da autarquia municipal, mas que prestam serviços de água e esgoto à Sabesp, conforme contrato firmado entre as partes. Tudo isso se dá desde que tanto uma coisa quanto outra, ou seja, água e esgoto, foram transferidos para aquela empresa sob controle estatal e que conta inclusive com ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque.  Estou muito à vontade para abordar a questão. Não poderão me confundir com uma ponta de interesse recalcitrante em defesa do estatismo do setor. Todos sabem que sou liberal-social, portanto, muito mais que favorável àquela empreitada do prefeito de Santo André. Pena que tenha faltado transparência nas negociações e também houvesse uma pressa louca de chegar aos finalmentes, sabendo-se como se sabia que o Congresso Nacional estava em vias (como se deu) de aprovar nova legislação.  

 

MP coloca Fundação do ABC

no organograma de crimes 

 DANIEL LIMA - 09/09/2020

 

A Fundação do ABC, riquíssimo conglomerado de saúde administrado pelas prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano, está na rota de investigações da Polícia Federal, na esteira do escândalo que estourou na semana passada em Mogi das Cruzes. Finalmente surge no horizonte uma luminosidade que retiraria a Fundação do ABC da zona de completo breu institucional.  Nada mais apropriado para estes tempos de vírus chinês, que colocam o Grande ABC entre os piores endereços de letalidade no mundo. Aqui morre muita gente. Mais que a média do Estado e do País. Mais que a média da maioria quase absoluto de endereços fundo afora.  Tudo isso e muito mais diante da complacência generalizada de autoridades públicas e da sociedade desorganizada. As ilhotas de inconformismo se calam diante de pressões de todas as espécies. Inclusive físicas.  Há uma relação muito íntima, um concubinato institucional, entre a Fundação do ABC e pelo menos um dos vereadores, entre os quatro (e os três empresários) presos pela Polícia Federal na última sexta-feira em Mogi das Cruzes. (...). A chamada Central de Convênios é administrada por mandachuvinhas indicados pela gestão do prefeito de Santo André. Um departamento praticamente autônomo na estrutura corporativa da Fundação do ABC. Um gueto que levou a instituição a constar da genealogia do crime organizado. A identidade da Fundação do ABC está registrada no organograma da denúncia do Ministério Público Estadual de Mogi das Cruzes.  

 

Morando amadurece no cargo;

Paulinho segue manipulando 

 DANIEL LIMA - 08/10/2020

 

Orlando Morando amadureceu no cargo de prefeito de São Bernardo ao longo de quase quatro anos completos. O prefeito Paulinho Serra viu o tempo passar em Santo André sem perder o tom de deboche próprio de quem ainda não compreendeu o tamanho da responsabilidade de dirigir o Município que mais se empobreceu ao longo de 40 anos no Estado de São Paulo.  Esses são o ponto e o contraponto principais do balanço da atual safra de prefeitos do Grande ABC desde janeiro de 2017. Orlando Morando é o melhor entre eles, com nota seis de zero a 10. Paulinho Serra encaixa-se na média geral dos demais. Que não passa de nota três. Com muito boa vontade.  O resultado dessa avaliação não é obra de achismo, partidarismo ou de empatia. É claro que carrega subjetividades, mas a carga de fatualidades vinculadas a um plano de avaliação é maior. Tanto que para chegar às conclusões a que cheguei, optei por construir um painel de controle crítico com sete dispositivos, como anunciei ontem. (...) . O que torna um prefeito diferenciado e, portanto, mais suscetível à História, vai muito além do grosso de obras miúdas. São investimentos estruturais em logística ou em redes de atendimento à saúde e à educação que coloquem os indicadores mais próximos do ideal em confronto com rankings internacionais, por exemplo, que traçam o destino de um prefeito qualquer e de um grande prefeito.  No caso dos municípios do Grande ABC, a cada nova temporada se torna mais improvável a instalação de infraestrutura social e econômica que se desdobre em reviravolta no processo de empobrecimento e de quebra de mobilidade social.   

 

Gestão do Estádio Bruno Daniel

rebaixa Aidan e Paulinho Serra 

 DANIEL LIMA - 12/10/2020

 

O ex-prefeito Aidan Ravin e o atual prefeito Paulinho Serra têm mais semelhanças no trato do Estádio Bruno Daniel do que imaginam torcedores e contribuintes em geral.  Esse tradicional bem público utilizado principalmente pelo Santo André sofreu no passado e sofre no presente com decisões dos chefes do Executivo. Uma situação constrangedora, porque o futebol do Santo André é o maior patrimônio cultural do Município. O mapa de importância imagética da cidade de Santo André no Brasil está estreitamente relacionado ao futebol mais que cinquentenário do Santo André.  Aidan Ravin derrubou o setor de cadeiras numeradas e plastificadas cobertas e deixou para o sucessor, Carlos Grana, a substituição dos escombros por uma arquibancada de cimento duro descoberta. De diferença arquitetônica acachapante. De contraste gigantesco em conforto. De lamentáveis efeitos sociológicos.  Paulinho Serra fez da pandemia do vírus chinês o marketing da visibilidade político-administrativa de um hospital de campanha. A desativação, três meses depois, deixou o gramado em petição de miséria e um saldo de medidas obscuras na área médica e financeira.  Não há balanço confiável do que foram os três meses do hospital provisório plantado no gramado do Bruno Daniel. Resta saber até que ponto há pontos que ligam aquela iniciativa às provas de uma auditoria independente contratada pela Fundação do ABC, que administra a saúde de Santo André, sobre esquisitices na compra de produtos e serviços.  A Fundação do ABC repassa valores federais do SUS às prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano. Quando especialistas em contas públicas dizem que há mais que indícios de indecências gerenciais, o mais sensato é desconfiar muito.  Esses são apenas alguns aspectos do rebaixamento administrativo a que se submeteram os dois prefeitos. Eles estão separados no tempo de comando do Paço Municipal pelos quatro anos do petista Carlos Grana.   

 

Já passou da hora de mudar

o hino oficial de Santo André 

 DANIEL LIMA - 30/10/2020

 

O prefeito Paulinho Serra, a dois meses do fim do primeiro mandato, que pode ser único, entra na lista de coveiros dos chefes de Executivo de Santo André na área de Desenvolvimento Econômico. Com exceção de Celso Daniel nos anos 1996-2001, a maioria dos titulares do Paço Municipal seguiu a mesma rota de descaso com o setor industrial. Se Paulinho Serra resolvesse criar uma trilha sonora para a atuação no setor, a marcha fúnebre seria apropriadíssima. E incontestável. Mudar o hino oficial de Santo André, que remete a “viveiro industrial”, é providência cívica. Estão ensinando equivocadamente meninos e meninas de escolas públicas e privadas quando a ordem é cantar o hino da cidade. Quem perde o equivalente a 15 fábricas da antiga Pirelli, ou 65 de cada 100 empregos industriais desde janeiro de 1987, não pode arvorar-se reduto da indústria de transformação. Somente 11 de cada 100 empregos com carteira assinada nas empresas de Santo André estão diretamente ligados ao setor industrial. Nos anos 1980 passavam de 60%.  Possivelmente não haveria exagero algum caso instalasse Paulinho Serra na primeira fila, de liderança, no ranking de prefeitos de Santo André que se mostraram insidiosos em relação à depauperação econômica por conta da desindustrialização em forma de Valor Adicionado e de empregos com carteira assinada.  (...). A mudança do Hino Oficial de Santo André é necessidade histórica ditada pelas transformações econômicas. Nos anos 1950, quando foi concebido, a situação era bem diferente. Santo André transbordava crescimento.  A mentira cabeluda que se acentua a cada ano de inépcia no campo de Desenvolvimento Econômico dos prefeitos de plantão exige a atualização da letra sem ferir o hino.  Nos últimos 34 anos e oito meses (ou 416 meses, a partir de janeiro de 1987), Santo André perdeu 65 de cada 100 empregos industriais com carteira assinada. Eram 64.491 e sobraram 22.580, até agosto último. Queda de 64,99%. Não há nada parecido na região, no Estado de São Paulo e no Brasil 

 

Paulinho Serra apanha feio

do vírus chinês. Surpresa? 

 DANIEL LIMA - 07/01/2021

 

As manchetes dos jornais de papel e digital não deixam dúvida sobre a manchetíssima deste texto. Embora façam tudo o que é possível para atenuar a inoperância do novo prefeito dos prefeitos do Grande ABC, porque prefeito do Clube dos Prefeitos, as reportagens não deixam de transpirar incômodo ao autodenominado gestor público que tem muito a fazer para justificar tamanha pretensão.  Paulinho Serra prometeu nos últimos dias do ano passado que priorizaria no Clube dos Prefeitos a luta contra o vírus chinês. Até agora o que fez foi contratar um especialista em questões constitucionais para comandar a instituição. Seria algo como requisitar um motorista de ônibus para pilotar uma aeronave. E o que dizem as manchetes de hoje da mídia regional? Que a Prefeitura de São Caetano, à cargo de um prefeito interino, Tite Campanella, anunciou a compra de 180 mil doses de Coronavac, a vacina do governador João Doria, para um enfrentamento que tem sido cruel porque é goleada a cada dia que se passa, independentemente de quem ocupa a chefia do Executivo.   São Caetano é o principal endereço nacional e um dos líderes do ranking mundial de fracasso na luta contra o Coronavírus. Fosse São Caetano o Brasil, teríamos hoje contabilizados 421 mil óbitos. (...). Só o fato noticiado de que São Caetano está se virando por conta própria, sem dar a menor pelota a qualquer coisa que lembre o Clube dos Prefeitos do prefeito Paulinho Serra,  já diz o que acontece desde sempre naquela instituição e no Grande ABC como um todo: somos um arquipélago de sete ilhas que raramente se fortalecem mutuamente, exceto, como se sabe, e mesmo assim com rupturas circunstanciais, na farra do dinheiro do SUS da Fundação do ABC, a única regionalidade de que deu certo no Grande ABC – uma regionalidade que dá certo porque tudo se acerta.  (...) Vamos voltar ao que mais interessa agora. E o que interessa é o que falta para o Grande ABC, 10 meses depois do primeiro óbito por conta do vírus chinês.  Não se aprendeu a lição de que o combate precisa ser centralizadamente organizado a partir de uma força-tarefa doutrinada pelos ditames da ciência sem contaminação política.  Aliás, é imprescindível que a ciência esteja vacinada contra a invasão da política. Quando um trompetista desastrado em busca de voto sufoca o solista da eficiência técnica, a orquestra de resultados é tomada por um pandemônio de sons que levam a uma cacofonia ensurdecedora.   

 

Paulinho Serra faz tudo e muito

mais para não virar ex-prefeito 

 DANIEL LIMA - 26/01/2021

 

O pior desafio reservado ao prefeito de plantão é ser ex-prefeito. Já escrevi sobre isso. Trata-se da Síndrome de Prefeito. Resumidamente, é a impossibilidade histórica de prefeito no Grande ABC ser alguma coisa supostamente mais importante. Deputado estadual e deputado federal são apêndices de poder. O bom mesmo é ser senador da República, governador do Estado, ou até mesmo vice-governador do Estado.  Paulinho Serra quer alguma coisa assim. Por isso está traindo os 47% dos eleitores de Santo André que o reelegeram. Ele quer o poder continuado a qualquer custo. E a operação já começou. Uma estratégia em que o peso do individualismo e grupal vale mais que que o conjunto da população.  Para chegar aonde pretender chegar, Paulinho Serra fez acordo a torto e a direito com várias falanges partidárias. Quem ingressou para valer na gestão de Santo André é o presidente do PSD, Gilberto Kassab, ex-prefeito da Capital.  Kassab está escalando vários protegidos em Santo André. José Police Neto, ex-vereador de São Paulo, é o principal deles. Virou primeiro-ministro de Paulinho Serra. Tudo em nome da visibilidade e da viabilidade eleitoral de Paulinho Serra rumo especialmente à vice-governança de um Geraldo Alckmin, que pretende voltar a governar o Estado de São Paulo.  Há outras opções em vista, claro. O que vale mesmo é assegurar que Paulinho Serra e o grupo de interesses sigam em frente na política. Desta forma não ficarão órfãos ao fim do segundo mandato iniciado neste mês. (...). E quem o torna fantoche travestido de liderança em nome de grupos agregados é o novo superintendente de Planejamento e Assuntos Estratégicos, o supersecretário, espécie de primeiro-ministro, José Police Neto.  Não conheço o enviado de Gilberto Kassab, mas basta acompanhar entrevistas para compreender o tamanho da enrascada em que se meteu Paulinho Serra. Resta saber se o bônus superará o ônus de uma concorrência implícita, embora também possa ser observada como parceria.  Police Neto está atropelando Paulinho Serra. Diria que em loquacidade que o caracteriza supera largamente o titular do Executivo. Paulinho Serra é ruim de oratória. Police Neto é uma metralhadora de argumentos, muitos dos quais furadíssimos. (...). Haverá uma onda de proselitismos políticos que tentarão fazer de Paulinho Serra o suprassumo do Poder Executivo em Santo André. Essa onda na verdade é uma segunda onda. A primeira, patética, durou os quatro primeiros anos pós-vitória sobre o esmerilhado PT de Carlos Grana em 2016, bombardeado pela Operação Lava Jato.  Uma recente matéria publicada no Diário do Grande ABC de 14 de janeiro último sob o título “Sto. André será referência, avalia Police”, é, ao contrário da intenção contida na manchete de página, uma condenação ao primeiro mandato de Paulinho Serra. E quem produz a condenação é exatamente Police Neto. Claro que sem intenção, acreditam todos aqueles que o consideram homem de grupo, embora não falte quem o aponte como homem de grupo desde que o grupo o ouça como senhor das sentenças mais importantes.   

 

MP veta Cicote e acaba com a

guerrilha na Fundação do ABC 

 DANIEL LIMA - 26/03/2021

 

Almir Cicote não pediu demissão voluntária do comando da Central de Convênios da Fundação do ABC, como alardeou ontem aos quatro cantos. O ex-vereador de Santo André, indicado pelo prefeito Paulinho Serra para comandar o caixa-forte da Fuabc, foi vetado pelo Ministério Público. Cicote, na avalição da Promotoria de Justiça de Fundações, não tem qualificações técnicas para ocupar um cargo de tamanha importância na área de saúde.  A decisão do Ministério Público Estadual em Santo André acaba pelo menos temporariamente com a guerra de guerrilhas na Central de Convênios por conta de uma premissa que já não tem mais valor de face: o Diretor-Geral daquele departamento não conta mais com a mesma força político-administrativa da presidência. A hierarquia precisa ser respeitada.  Se em outros tempos a farra do boi da equalização de poderes entre as prefeituras de Santo André, São Bernardo e São Caetano era a regra geral, independentemente da valoração organizacional dos cargos, com o MP na parada, supervisionando tudo, as regras são outras. Ou seja: as regras serão obedecidas.  Almir Cicote caiu do andaime da impetuosidade com que ocupou o cargo na Central de Convênios por dois motivos que se cruzam: o ambiente de turbulência que levou à corporação, atuando com voluntarismo típico de quem se sentia intocável, indicado que fora pelo prefeito Paulinho Serra, e o respeito ao regramento estabelecido pela Promotoria de Justiça de Fundações em Santo André.  

 

Acompanhem as 40 respostas

omitidas por Paulinho Serra  

 DANIEL LIMA - 03/06/2021

 

Como era esperado, o prefeito Paulinho Serra fugiu da Entrevista Especial formulada por CapitalSocial no dia 12 de maio. Passaram-se 20 dias e o titular do Paço de Santo André confirmou a perspectiva de que não teria coragem e argumentos para responder às questões.  Cada Entrevista Especial de CapitalSocial é uma oportunidade de prestação de contas --- no caso dos gestores públicos. São de fato e para valer questões incômodas. Sobremodo para políticos com ideia fixa em passos ambiciosos, como é o caso do prefeito de Santo André, reeleito em novembro do ano passado.  Paulinho Serra tem sonhos supostamente ameaçados pelo jornalismo independente. É preciso manter a sociedade alheia à realidade. Move-se, nesse sentido, em direção a moinhos de vento da mídia mais permissiva quando se trata de levar cidadania a sério.  Paulinho Serra tem predileção incondicional pelo jornalismo de conveniências e de relações públicas. CapitalSocial fez as perguntas a Paulinho Serra tendo a premissa de que o tucano não as responderia. Daí a elaboração de questões com contextualização segura, de modo a, como se verá em seguida, ser respondidas pela própria publicação.   

 

Paulinho Serra reintroduz

promessas e lorotas na região 

 DANIEL LIMA - 16/06/2021

 

Os leitores vão entender o que quero dizer na manchetíssima de hoje se tiverem paciência de conhecer o passado recente. Não resisti à lembrança de que criei o Observatório de Promessas e Lorotas do Grande ABC, envolvendo os prefeitos de plantão. E que, após um mandato inteiro de cada um deles, decidi desativar a experiência. A frustração não permitia repetição. As promessas e as lorotas abundaram a tal ponto que nada se produziu para valer. Agora vem Paulinho Serra, prefeito de Santo André, como um pacotão saudado pela mídia acrítica e pelos milicianos de redes sociais. O tal de Plano de Metas do tucano de Santo André envolve 467 projetos e 79 metas. Além de atrasado no tempo, porque anunciado após 54 meses de gestão, é o extrato do abuso à credibilidade pública. Trata-se de uma extravagância sob o comando operacional não do prefeito, mas do superprefeito da Administração de Santo André, a cargo de um enviado especial do ex-prefeito da Capital e ex-ministro de Lula da Silva.  Gilberto Kassab é o nome do mandachuva por trás da gestão de Paulinho Serra. Seu principal preposto na cidade é o ex-vereador da Capital, José Police Neto, titular da Unidade de Planejamento e Assuntos Estratégicos. A previsão de investimento até o fim do segundo mandato de Paulinho Serra é de R$ 3 bilhões. Acredite se quiser.  

 

Santo André de Paulinho Serra

lidera Custo ABC em quatro anos 

 DANIEL LIMA - 09/07/2021

 

Os quatro primeiros anos de Paulinho Serra à frente da Prefeitura de Santo André significaram a elevação do Custo Santo André, agravado com a paralisia da geração de riqueza. O resultado do primeiro mandato, o pior da região no período, está exposto nos dados oficiais da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.  Paulinho Serra é a personificação do Estado (em forma municipal) pantagruélico. O Desenvolvimento Econômico é uma heresia quando o PIB Público avançou muito acima do PIB Privado.  O balanço de letalidades provocadas pelo Coronavírus é um dos desdobramentos do empobrecimento de Santo André e da região. No ranking de mortes por 100 mil habitantes, Santo André está entre os piores endereços do País. Só perde, na região, para a recordista São Caetano.  Outros indicadores exaustivamente analisados por CapitalSocial ao longo de 31 anos (contando-se as duas décadas da revista LivreMercado) só comprovam a longevidade da crise econômica e social de uma região inerte à reestruturação cada vez mais inadiável.  (...). O desequilíbrio de Santo André é o mais grave entre os cinco principais municípios de uma região que tem como uma das marcas registradas de desalento o chamado Custo ABC. Santo André fomentou um Custo ABC sobressalente no primeiro mandato de Paulinho Serra. (...).  A carga tributária de Santo André, resultado de arrecadação de impostos municipais, aumentou muito acima da inflação do período de janeiro de 2017 (quando Paulinho Serra assumiu o primeiro mandato) até dezembro de 2020 (quando encerrou o mandato). Nada semelhante ocorreu no Grande ABC dos principais municípios.  Contra uma inflação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 20,18% no período, Santo André elevou as receitas próprias em 30,09%. Uma diferença e tanto que, entretanto, poderia ser diluída se no outro lado de uma extensa métrica que diagnostica desenvolvimento econômico houvesse aumento da produção de riqueza em forma de Valor Adicionado, preliminar do PIB.  Mas nesse quesito Santo André não chegou a alcançar o índice inflacionário do período, com aumento nominal de 19,18%. Ou seja: abaixo dos 20,18% do IPCA.   

Mostramos tudo da pesquisa

que diviniza Paulinho Serra 

 DANIEL LIMA - 12/07/2021

 

A pesquisa que o Diário do Grande ABC encomendou ao desconhecido e controverso Instituto Badra para medir o tamanho do prestígio dos atuais prefeitos da região é uma moeda de marketing de desprezo à cognição da sociedade. Temos duas faces de interesses nem sempre capturáveis e que se chocam quando desvendados. Os engenheiros de alquimias político-eleitorais acreditam piamente que existem filas quilométricas de jumentos na região.  A cara da moeda é de clareza escancarada de propósitos seletivos. A coroa é de obscuridade generalizada em detrimento da sociedade como um todo.   O resultado geral não poderia ser mais trágico. Afinal, quando a esmola do marketing é abusiva demais, até o santo da ingenuidade desconfia. O resultado do Instituto Badra induz que o prefeito Paulinho Serra é o suprassumo dos titulares de paços municipais em todo o Brasil, com estupendos 82,2% de aprovação e apenas 14,6% de reprovação.  Orlando Morando chega a 70% de aprovação e 25,2% de reprovação, José de Filippi Júnior registra 60-32, Tite Campanella 59,8 -31,8, Clovis Volpi 55,9-36,5, Claudinho da Geladeira 51,9-37,3 e Marcelo Oliveira 44,3-45,9. (...). Os dados revelados sem cerimônia como se o Grande ABC fosse detentor de uma safra de extraordinários prefeitos e a qualidade de vida um show de bola estão completamente fora da órbita quando comparados sob as mesmas condições a qualquer esfera de poder nestes tempos de crise econômica, crise sanitária e crise política. (...). A unanimidade em torno de Paulinho Serra é tão estrambólica que não está fora da ordem acreditar em duas possibilidades: a sociedade andreense é um caudal de estupidez ou a sociedade andreense é uma cordilheira de imbecis.  Como se sabe, não é uma coisa nem outra.  (...). Colocar Paulinho Serra no pedestal da competência não é o único objetivo da pesquisa de um instituto de baixíssima credibilidade. O sufocamento de Orlando Morando, prefeito de São Bernardo e desafeto do jornal, é a peça principal da mesma engrenagem.  (...).  Paulinho Serra só tem algo que Orlando Morando não tem: um apetite enorme de submeter a própria personalidade ao escrutínio permanente de um entorno nefasto. Vale tudo pelo poder.   

 

Chineses podem sequestrar a

genialidade de Paulinho Serra 

 DANIEL LIMA - 27/09/2021

 

O prefeito Paulinho Serra precisa redobrar a segurança. Tucano em vias de se bandear às pretensões eleitorais da coalizão formada por Geraldo Alckmin, Gilberto Kassab e Paulo Skaf, Paulinho Serra corre o risco de ser sequestrado por chineses que o querem em substituição ao presidente-ditador Xi Jinping que, dizem as más línguas, já deu o que tinha de dar com a revolução socialista em forma de capitalismo de Estado.   O que causa o interesse dos chineses é a promessa de que o PIB de Santo André vai crescer 10% no ano em que for inaugurada a Nova Ceasa ABC, uma miniatura da Ceagesp da Capital. O mais recomendável mesmo, diante da improvável aventura chinesa, é que usem uma camisa de força em Paulinho Serra. Ele endoidou de vez.  O que significa em termos numérico-históricos o que o prefeito de Santo André sugeriu no discurso para lá de enganador diante de uma plateia mirrada? Dez por cento numa cacetada apenas é mais que 12 vezes mais que o crescimento médio do PIB Geral de Santo André neste século, contando-se a partir de 2000 e chegando a 2018. Isso mesmo: 12 vezes mais, pois a média anual no período é de 0,83%.  Para encurtar a distância entre o que Paulino Serra anunciou ao projetar o futuro da Nova Ceasa ABC e a realidade dos fatos, basta dizer que o adicional de PIB que Santo André usufruiria com a concessão do empreendimento é praticamente o tamanho do PIB Geral de Ribeirão Pires. Ou 18% do PIB de Serviços de Santo André. Ou metade do PIB Industrial de Santo André.  Burro é o prefeito de Ribeirão Pires, Clovis Volpi, que deixou Paulinho Serra lhe retirar o pão da boca de dobrar o PIB num passe de mágica, ou de mercadorias hortifrutigranjeiras.   

 

Paulinho Serra mira 2022 com

promessas para 2053. Entenda 

 DANIEL LIMA - 21/10/2021

 

Paulinho Serra anuncia ramificações de uma macroproposta técnica para a Santo André do Ano 2053. O que está nos jornais de hoje não é resultado direto das digitais e tampouco de cognições do prefeito, mas é legitimo lhe dar esse potencial ativo da mesma forma que deva lhe ser atribuída toda a carga de passivo que as medidas carregam de frustração. Nenhum gestor público ou gestor de qualquer atividade é obrigado a acertar tudo. Só não pode errar todas. Trata-se de iniciativa de baixa calibragem resolutiva no curto prazo, de tortuosa projeção de resultados no médio prazo e absolutamente indecifrável em meados do século quando, mesmo com noves fora de eventual nova bala de chumbo, não estarei mais por aqui para avaliar.  (...). Paulinho Serra está de olho mesmo em 2022, ano que vem, quando disputas eleitorais estadual e federal vão determinar qual o futuro a que se dedicará quando deixar o cargo que ocupa há cinco anos, como prefeito reeleito. O superprefeito José Police Neto, responsável pela proposição e condução do Plano 2053, é experiente ex-vereador de São Paulo. Police Neto também é especulado como possível ensaio de candidato à sucessão de Paulinho Serra. Tudo dentro do acordo com forças políticas externas. ...). Qualquer tentativa de retirar o lacre de injunções político-eleitorais do Plano 2053 seria patética. Faz parte do jogo do amanhã de votos entrelaçar forças mesmo que durante algum tempo antagônicas. Nenhuma novidade do circo de horrores da política. É assim que funciona o mecanismo em todo o mundo, com decibéis mais exacerbados aqui e ali, claro. (...). O Plano 500 Anos é pouco consistente e mais suscetível à desconfiança, mas essa não é uma definição decisiva. Está sujeita preliminarmente a revisionismo. Não é porque está permeado de eleitoralismo que temos algo desclassificável. Santo André é uma terra tão entregue às sacolejadas do improviso administrativo desde que Celso Daniel foi embora que qualquer coisa que se acene à sociedade é espécie de bálsamo. O prefeito Paulinho Serra e o superprefeito José Police Neto devem saber disso. Tanto quanto o presidente Jair Bolsonaro sabe quanto ganha e quanto perde ao enfrentar a Grande Mídia sedenta daquilo que não é necessariamente a melhor informação, nem a mais isenta, muito menos disposto ao contraditório. É claro que o oportunismo eleitoral é tão patente que a medida se dá somente após cinco anos de oito de mandato de Paulinho Serra e, sem esquecer, com enxertos de forças externas.  

 

Santo André e São Caetano

entre rebaixados pelo vírus 

 DANIEL LIMA - 02/03/2022

 

Santo André e São Caetano constam da lista dos quatro municípios mais duramente impactados com o total de mortes para cada grupo de 100 mil habitantes pelo Coronavírus e variantes. Tanto que se a epidemia se encerasse hoje, estariam entre os quatro piores do G-22, o Clube dos Maiores Municípios do Estado de São Paulo, fora a Capital.  O resultado está consolidado em pesquisa com base nos dados oficiais do governo do Estado de São Paulo, sob a curadoria da Fundação Seade. Não tem choro nem vela de subjetividades. São números reais, de instituição que controla o placar no Estado. O critério de rebaixamento segue as principais competições de futebol no Brasil, divididas em 20 equipes na Série A e na Série B. Os quatro primeiros sobem e os quatro últimos descem.  É claro que estamos utilizando uma metáfora. Oficialmente não há competição alguma desse tipo. Queremos apenas dar a dimensão exata do quanto os dois municípios do Grande ABC batem cabeça no combate ao Coronavírus.  Os demais, exceto Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, também têm dificuldade de se safar dos danos letais do vírus.   

 

Paulinho vai fazer gol de placa

ou vai dar furada monumental? 

 DANIEL LIMA - 04/03/2022

 

O prefeito Paulinho Serra tem oportunidade de ouro para consagrar-se no futebol, mesmo sendo perna de pau como este que escreve. O prefeito de Santo André está entre um gol de placa e um furada monumental debaixo da trave do Inacreditável Futebol Clube.  Tudo depende apenas dele, embora a magnitude do projeto exija participação de inúmeros agentes. Se errar, Paulinho Serra vai pagar caro quando a história do Esporte Clube Santo André for contada a partir deste 2022.  Se acertar, poderá comemorar um gol de placa.  Prometo aos leitores que não vou perder o rumo nem o prumo, mas é preciso, para entender essa bagaça, pegar o timão de conceitos básicos para que o prefeito entenda o que o colocaria numa encruzilhada.  Aliás, só existiria mesmo encruzilhada se o prefeito desprezasse o básico.   Tomara que seus assessores para assuntos ligados ao futebol profissional não o atrapalhem. Essa assessoria especial de Paulinho Serra é coisa recente.  Para ser mais preciso, surgiu a partir de analises que fiz nesta revista digital sobre o interesse (mais que isso, a necessidade) de o Santo André deixar o formato de clube associativo e virar clube-empresa nos preceitos da legislação da SAF, Sociedade Anônima do Futebol, recentemente aprovada.  Afinal, o que é o básico dos básicos? A parcela monolítica do básico dos básicos é que não incremente o pavão em direção a dificuldades que possam levar o trem do futebol profissional da cidade ao descarrilamento.  E como o trem do futebol é um dos vagões mais importantes, senão o mais importante, da identidade de Santo André, identidade no sentido abrangente, não se deve brincar com o assunto.  Precisamos sair do que chamaria da Era da Maria Fumaça no futebol profissional para a Era do Trem Bala. E sem a livre-iniciativa experiente na indústria da bola é impossível chegar a tanto.  Aliás, a indústria da bola por mais competente que seja, e é em muitos aspectos, ainda não é no conjunto da obra que imagino e a demanda por uma sociedade mais interativa exige. E não é porque converge todos os sentidos em direção aos negócios da bola, com a bola no centro de tudo, quando a bola no centro de tudo poderia ser consequência natural.   Ver apenas a bola como a maioria dos clubes associativos e empresariais veem é algo como acreditar que uma laranja só é da metade para cima, ou da metade para baixo.  Ou que o presidente da República manda para valer quando se tem um Congresso ávido por barganhas e um Supremo Tribunal Federal ávido por poder.   Aliás, tudo isso forma um caldo de cultura que explica, sem legenda, porque podres poderes e poderes podres são expressões que se confundem tanto que a semelhança na distribuição de letras e adereços filosóficos não é um jogo de cena nem coincidência, é consequência pura.   

 

Celso Daniel supera todos os

sucessores, garantem números 

 DANIEL LIMA - 08/03/2022

 

O período em que o petista Celso Daniel (1997-2001) esteve à frente da Prefeitura de Santo André pós-Plano Real foi economicamente o melhor de um Município que insiste em perder o rumo do Desenvolvimento Econômico neste século, depois de sofrer duramente com a desindustrialização nas duas últimas décadas do século passado. Só para se ter uma ideia: o atual prefeito, Paulinho Serra, em quatro anos de mandato, só conseguiu 26% do índice médio anual de cinco temporadas em que Celso Daniel comandou Santo André.   Todos os prefeitos desse período de 24 anos (João Avamileno, Aidan Ravin, Carlos Grana e Paulinho Serra) tiveram comportamento muito abaixo da média anual registrada por Celso Daniel. Infinitamente abaixo.  Mais que isso: o também petista Carlos Grana foi pior ainda: os quatro anos de gestão de Santo André acumularam perda da geração de riqueza. Medir o tamanho da competência de administrar Santo André ou qualquer Município no campo estritamente econômico é uma tarefa mais complexa e mesmo suscetível à vulnerabilidade do que quando se trata de um País, por exemplo. O PIB (Produto Interno Bruto) é uma métrica conhecida e respeitada, embora condicionada por especialista como o indicador menos indicado, exceto todos os demais.  Por isso, tornou-se um desafio partir para o ataque da ousadia. Afinal, a quem dar méritos ou não quando se trata de aquilatar o desempenho econômico de Santo André desde a implementação do Plano Real, em 1994?  Criamos uma metodologia que possivelmente não sofrerá grandes reparos. Ao invés do uso do PIB, perdido no tempo e inacessível antes dos anos 2000, adotamos o Valor Adicionado. Afinal, o Valor Adicionado é o parente mais próximo do PIB.  Dessa forma, é até melhor a adoção do Valor Adicionado, que em resumo significa o que se agregou de riqueza em forma de salários e produtos e serviços em geral a determinado endereço. Depois de laçar a resposta em forma de uma âncora sobre a qual girariam os demais números, tudo se tornou menos nebuloso para definir dados que determinariam o comportamento dos prefeitos de Santo André em um quarto de século, ou as duas primeiras décadas deste século mais os quatro últimos anos do século passado.   

 

Paulinho Serra comemora

demais o que é muito pouco 

 DANIEL LIMA - 14/03/2022

 

Uma das diferenças que mantenho há muito tempo do prefeito Paulinho Serra é que ele faz muito marketing e eu faço jornalismo. Cada um na sua. Basta respeitar. Mas o respeito no sentido mais amplo do significado não pode incorporar a cara e o corpo de omissão. A sociedade consumidora de informação precisa ser respeitada.  Paulinho Serra é um festeiro. E isso custa muito caro para o futuro de Santo André. Ele esquece que o “gigantesco viveiro industrial” do Hino Oficial de Santo André foi para o brejo há muito tempo.  Prova são os empregos formais do setor de serviços que o prefeito comemora. Caindo pelas tabelas no ranking dos maiores municípios do Estado, Santo André segue sem rumo e sem prumo econômico. Os dados são insofismáveis.  Está nos jornais de hoje que o tucano comemora o saldo líquido de pouco mais de 500 empregos formais do setor de serviços em janeiro.  Paulinho Serra sempre perde a oportunidade de relativizar as supostas boas notícias. O setor de serviços de Santo André é predominantemente de salários baixos. Muito abaixo do setor industrial, que segue a registrar declínio em números absolutos e relativos, além de remuneração média.  É difícil conciliar o que chamaria de conceito de Desenvolvimento Econômico quando entre as pautas em exibição está o valor do emprego no sentido mais amplo possível.  Santo André é a capital do emprego de serviços do Grande ABC. Seria muito bom se o emprego de serviços em Santo André e na região como um todo não fosse de baixa qualidade.  (...). Em dezembro de 2020 (os dados mais atualizados), o emprego de serviços em Santo André representava 57,07% do total do estoque com carteira assinada. Ou seja: de cada 100 empregos formais, 57 estavam nos serviços prevalecentemente de baixa remuneração.  Quem acreditava que São Caetano estaria na liderança desse ranking está enganado. Em São Caetano, de cada 100 empregos formais, 49,86% são de serviços. Pouco mais que os 44,35% de São Bernardo, os 33,84% de Mauá, os 27,37% de Ribeirão Pires, os 27,39% de Rio Grande da Serra e os 23,48% de Diadema.  A substituição gradativa e mortal de empregos industriais por empregos de serviços ajuda a explicar a quebra da mobilidade social no Grande ABC.  (...). As declarações de Paulinho Serra e do secretário de Desenvolvimento Econômico de Santo André nas páginas do Diário do Grande ABC de hoje são um atentado ao bom senso.   

 

Paulinho Serra cria Secretaria

de Premiações e Indicadores 

 DANIEL LIMA - 28/03/2022

 

À falta de soluções ou encaminhamentos de soluções provisórias ou consistentes no campo do Desenvolvimento Econômico da cidade mais desindustrializada do Estado nos últimos 40 anos, o prefeito Paulinho Serra inova.  Cuidado com a interpretação do significado de “inova”. Não é o que você estaria pensando. Esse texto carrega a ironia dos indignados.  Ou você acha que em resposta a tudo o que ocorreu com Santo André desde muito tempo é possível não carregar no peito além do dístico da cidade uma carga pesada de inconformismo? Paulinho Serra criou sem que ninguém atentasse o que chamaria de Secretaria de Premiações e Indicadores. O compartimento burocrático não consta do organograma oficial. Por essas e outras deve ser atentamente observado. É uma secretaria invisível aos olhos puros e ingênuos.  É claro que, de acordo com os projetos políticos do prefeito de Santo André, é mais interessante criar a Secretaria de Premiações e Indicadores do que ceder à lógica de contratar uma consultoria especializada em competitividade econômica para formular planejamento estratégico cada vez mais urgente. (...).  Trata-se a Secretaria de Premiações e Indicadores de uma farsa incensada pela mídia chapa-branca. O desfecho, em forma de resultados práticos para a sociedade, não passaria de um sopro de vela de aniversário sem força suficiente para que que a fumacinha sobrevenha à chama ainda resiliente. É preciso assoprar mais para ter algum efeito -- mesmo que efêmero. (...).  A ordem emanada do prefeito e dos assessores diretos, secretários e entorno político, é industrializar a produção de prêmios e indicadores, filtrando-os de acordo com determinadas especificidades de interesse do grupo. 



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