Paulinho Serra: bom de
voto e ruim de governo (2)
DANIEL LIMA - 30/11/2023
Uma entrevista que fiz com o então vereador Paulinho Serra, publicada em agosto de 2011, revela o quanto o mais tarde e agora há 83 meses prefeito Paulinho Serra entraram em conflito. Isso mesmo: nesse confronto entre o Paulinho Serra do passado como legislador e o Executivo Paulinho Serra do futuro que virou presente, o resultado é desastroso.
O Paulinho Serra do passado fez duras críticas ao então prefeito Aidan Ravin e não perdoou o PT do então possível e confirmado candidato de oposição Carlos Grana, vencedor da disputa do ano seguinte. Paulinho Serra só concorreu à Prefeitura em 2016.
Decidi trazer para esta série sem data para se encerrar o que Paulinho Serra vereador disse e o que Paulinho Serra prefeito realizou. Os dois Paulinhos não se bicam. Mais que isso: quando se olham no espelho de retrospectivas, possivelmente viram o rosto.
Se o Paulinho Serra do presente fosse o Paulinho Serra do passado em remissão crítica, a dúvida que surgiria é até que ponto o Paulinho Serra vereador teria dificuldades em fugir da realidade que Paulinho Serra prefeito apresentaria a um inventário crítico.
Certamente o Paulinho Serra vereador teria dito ao Paulinho Serra prefeito o mesmo que Paulinho Serra vereador disse sobre o prefeito Aidan Ravin e o petista Carlos Grana.
Acompanhem atentamente, agora, as questões principais daquela entrevista. Foram excluídas indagações e respostas sem pertinência com o agregado conflitivo que envolveu o vereador Paulinho Serra e o prefeito Paulinho Serra. Situações sem importância no contexto atual. Acompanhem:
CAPITALSOCIAL -- Que avaliação faz da Administração de Aidan Ravin sob o aspecto de governança, ou seja, da relação com os quadros da Prefeitura e o Legislativo?
PAULINHO SERRA – Estou em segunda legislatura na Câmara de Vereadores de Santo André. Tive a oportunidade de ser vereador tanto em um governo do PT quanto na atual gestão do Aidan. Vi que, infelizmente, são poucas as diferenças no trato com o Poder Legislativo. Ambos têm no Parlamento espécie de apenso ao seu governo. Projetos relevantes são encaminhados de afogadilho, sem debate necessário. Governabilidade virou sinônimo de distribuição de cargos. No que tange especialmente ao atual governo, o quadro se agrava pela ausência de quadros técnicos de maior envergadura no primeiro escalão da Administração. Os poucos bons quadros que lá estão ficam contaminados com a excessiva disputa interna por maior espaço de mando. Some-se a isso a ausência de um programa governamental, uma agenda para ser debatida com a Câmara e com a cidade.
REALIDADE PÓS-SETE ANOS – É impressionante como o prefeito Paulinho Serra esqueceu o que disse o vereador Paulinho Serra e também quanto o prefeito Paulinho Serra decidiu mimetizar o então prefeito Aidan Ravin. É possível que em noites de pesadelos, nas quais tem acertos de contas com a própria consciência, Paulinho Serra prefeito repita tudo o que disse o vereador Paulinho Serra em 2011 apontando o dedo de culpabilidades ao próprio Paulinho Serra que acordaria em desespero.
CAPITALSOCIAL -- Que avaliação faz da Administração de Aidan Ravin sob o aspecto de governabilidade, ou seja, da relação com a sociedade como um todo?
PAULINHO SERRA – O governo Aidan é um governo de improviso. Atua somente para apresentar respostas quando é criticado. Não conseguiu pautar um debate na sociedade andreense, talvez por conta da questão de seu ingresso no Executivo ter ocorrido de forma inesperada. Em determinados assuntos, como na ação social, mais parece um grêmio estudantil, com festas e campanhas de arrecadação de agasalhos. Penso ser pouco para uma cidade com passivo social imenso. O governo não conseguiu imprimir uma marca talvez porque não tenha plano claro de atuação. E isso dificulta debate mais amplo com a sociedade civil organizada que, por não enxergar onde a administração quer chegar, só consegue conversar sobre os problemas inerentes à atuação específica.
REALIDADE PÓS-SETE ANOS – O que difere o Paulinho Serra prefeito do que acusou o vereador Paulinho Serra sobre a gestão de Aidan Ravin é que o prefeito Paulinho Serra fez algumas encenações teatrais de suposta organização com o suporte da sociedade que há muito tempo deixou de ser civil para se tornar servil. Nada de efetivo foi implantado no campo criticado por Paulinho Serra. O que carregaria de vantagem se deu no campo social. Se Aidan Ravin tratava, como dizia o vereador Paulinho Serra, de campanha de agasalhos, o prefeito Paulinho Serra transformou em política pública o chamado programa Moeda Verde, com o qual levou sua mulher, Carolina Serra, a obter votação recorde ao Legislativo Estadual. Paulinho Serra tem o mérito de ter exposto como nenhum outro prefeito o legado da desindustrialização de Santo André ao longo de décadas, mas o fez principalmente sob dois aspectos: o favorecimento estratégico à eleição da própria mulher e o desprezo à redução sustentada das desigualdades sociais.
CAPITALSOCIAL -- O senhor aprovaria ou desaprovaria a Administração de Aidan Ravin depois de 30 meses de governo?
PAULINHO SERRA – Não posso aprovar um governo água com açúcar. Acho que Santo André merece mais. A Administração Pública deve ser a condutora do processo de desenvolvimento local. Só que para isso é fundamental visão estratégica e planejamento. Com improvisos a cidade só tem a perder. Outro problema do atual governo foi o de ter frustrado a expectativa de virada de página, de mudança nas fórmulas administrativas. Essa foi uma bela jogada de marketing usada na campanha eleitoral, mas não passou disso. Em verdade, o atual governo é mais do mesmo.
REALIDADE PÓS-SETE ANOS – Após 83 meses de dois mandatos, a trajetória do prefeito Paulinho Serra se encaixa perfeitamente às críticas do então vereador Paulinho Serra, fosse possível enquadrar no mesmo compartimento o passado e o futuro com os mesmos personagens. Na área mais sensível e delicada de Santo André, 164ª colocada no Ranking Paulista de PIB Por Habitante, o prefeito Paulinho Serra é extraordinariamente nulo, quando não nocivo. Trocou soluções ou lançamento de projetos factíveis de mudanças por premiações suspeitíssimas e de encomenda para fazer o marketing de Aidan Ravin um departamentozinho inexpressivo na história administrativa de Santo André.
CAPITALSOCIAL -- O senhor faz parte do agrupamento que teme escândalos financeiros no Paço Municipal nesse período pré-eleitoral?
PAULINHO SERRA – Tenho orgulho em dizer que faço parte de um grupo de políticos de uma nova safra que não tolera a malversação do dinheiro público, em qualquer período do mandato. Além disso, tenho o dever ético de dizer que o vale-tudo eleitoral, que também inclui a difusão de escândalos de época para atingir determinado candidato, não fará parte da minha agenda de campanha. Não vou entrar em baixaria, mas também não tolerarei o uso indevido da máquina pública. Para os eventuais escândalos ou condutas vedadas aos agentes públicos, a Justiça será acionada e decidirá diante de cada caso concreto.
REALIDADE PÓS-SETE ANOS – Não faltaram escândalos na Prefeitura de Santo André do prefeito Paulinho Serra, assim como não faltaram na Prefeitura de Santo André com o prefeito Aidan Ravin. A diferença é que há todo um sistema de proteção aos crimes cometidos e apurados, mas que seguem impunes. O caso mais emblemático porque substancioso de provas envolve a Fundação do ABC durante o período de pandemia, apurado pela Controladoria Geral da União e, anteriormente, por auditoria independente. Há obscuridades como a concessão do Semasa, de transparência zero. Tudo que a Administração de Paulinho Serra leva ao Legislativo é contaminado pela pressa e pela pressão da maioria comandada pelo Paço Municipal.
CAPITALSOCIAL -- O senhor adotaria o sistema de distribuição de recursos para os vereadores aplicarem de acordo com seus interesses específicos, retomaria o orçamento participativo do Partido dos Trabalhadores ou tem alternativa para a participação da sociedade nos destinos dos recursos financeiros públicos?
PAULINHO SERRA – Com relação à proposta orçamentária que será encaminhada à Câmara Municipal anualmente, acho fundamental ouvir a população e a sociedade civil organizada. E tenho a premissa de participação popular nos meus mandatos de vereador. Sou um dos parlamentares que mais realizou audiências públicas. Ouvir a população, em especial sobre o orçamento municipal, pode se dar de diferentes formas que não só com reuniões nos bairros. Ignorar os avanços tecnológicos, abrindo canais de participação por meio eletrônico, seria um equívoco. Realizar pesquisas qualitativas e quantitativas também é excelente instrumento para medir o anseio da população quanto às prioridades para aplicação dos recursos públicos. Muito embora o programa de governo do PSDB não esteja finalizado, defenderei que conste a criação de um fórum permanente em que a sociedade civil tenha assento para debater os principais programas governamentais. E esse fórum também será um espaço privilegiado para debatermos a peça orçamentária que será enviada à Câmara Municipal. Assim, a Câmara Municipal também exercerá importante papel no desfecho da peça orçamentária. Afinal, lá estão os legítimos representantes da população, cabendo ao parlamento a decisão final acerca do orçamento público. E essa participação poderá se dar, sim, por meio de emendas específicas, desde que não descaracterize o programa escolhido pela população nas eleições.
REALIDADE PÓS-SETE ANOS – Ficção, ficção e ficção. Tudo que Paulinho Serra disse na entrevista como vereador foi devidamente carimbado, envelopado e despachado para bem longe, sempre sob a influência do grupo que o controla num projeto de poder que transformou o Paço Municipal num condomínio partidário e empresarial. A sociedade de Santo André jamais foi tão servil a uma gestão pública, entre outras razões porque opor-se é um risco imenso num ambiente de imperialismo político-econômico.
CAPITALSOCIAL -- O senhor considera o supersecretário Nilson Bonome o que muitos dizem ser, ou seja, uma espécie de primeiro-ministro? Como prefeito incorporaria alguém com tanto poder ou suposto poder no quadro executivo?
PAULINHO SERRA – Caso Santo André me dê à honra de servi-la como prefeito, tenha certeza que a última palavra para os assuntos relativos à Administração será a minha. Não se pode mais admitir essa cultura de eminências pardas que se construiu em Santo André. Foi assim no final da gestão do Celso Daniel, durante todo o governo do João Avamileno e agora na gestão do Aidan. É inadmissível a ocupação por uma mesma pessoa de duas, três secretarias vitais para a Administração por uma mesma pessoa. O final dessa história nós já conhecemos: a briga pelo poder acaba em escândalos e em instabilidade política para o governo. E o pior exemplo que tivemos foi justamente quando o prefeito João Avamileno quis romper com o seu dito homem-forte. Todos os secretários foram embora, abandonando a cidade, o que demonstra que o compromisso era outro que não com o prefeito e muito menos com a população. Acho fundamental que um prefeito delegue funções e tarefas a secretários e assessores. Descentralização de poder é fundamental, mas o rumo e a decisão final sempre caberão àquele a quem a povo depositou confiança por meio dos votos.
REALIDADE PÓS-SETE ANOS – Nesse ponto, a gestão de Paulinho Serra difere da gestão de Aidan Ravin. Ao invés de um secretário superpoderoso, como Nilson Bonome, o prefeito Paulinho Serra caprichou na descentralização centralizada de poder. Explico: o sistema de consórcio de gestão da Prefeitura de Santo André convergiu para um controle coletivo de figuras carimbadas da política da cidade, mas também de eminências pardas que optarão sempre por fugir dos holofotes. Paulinho Serra descentralizou tanto o poder que os eleitores lhe conferiu a ponto de virar ele próprio parte da massaroca de poderes que se encontram sempre tendo como objetivo a proteção do grupo que está no poder.
CAPITALSOCIAL -- A Santo André que o senhor vive hoje é a mesma Santo André de seus pais? O senhor acha que, de maneira geral, a Santo André de hoje oferece mais oportunidades de mobilidade social do que a Santo André do passado, de industrialização fértil?
PAULINHO SERRA – Como andreense de nascimento e coração, tenho verdadeira paixão por nossa cidade. Aliás, essa paixão vem desde 1921, quando os meus avôs aqui chegaram, passando por meus pais e que atualmente vivo com intensidade. Obviamente Santo André mudou com o mundo, e efetivamente não é a mesma de meus pais. No aspecto urbanístico é notório que, devido à falta de planejamento e visão estratégica, crescemos desordenadamente, acarretando problemas habitacionais e estruturais. No que se refere à economia, passamos por processo grave de desaceleração econômica com a perda de geradores de emprego e renda, o que levou a uma reavaliação de nossa vocação econômica. No entanto, mesmo reconhecendo que o setor de serviços veio para ficar, não podemos ignorar que ainda se mostra essencialmente dependente da atividade industrial que ainda possuímos. A Santo André de hoje mostra precários sinais de recuperação porque o Poder Público pouco atua nesse sentido. Entendo que com políticas públicas coordenadas poderíamos colher mais dividendos sociais do momento econômico abundante que o País atravessa.
REALIDADE PÓS-SETE ANOS – Os problemas econômicos de Santo André apontados pelo então vereador Paulinho Serra só se agravaram com Paulinho Serra prefeito. Nada que seja de difícil explicação: a cada nova temporada que Santo André aceita passivamente a quebra da dinâmica econômica e social que parece não ter paradeiro quando vista na extensão cronológica, mais a recuperação torna-se desafiadora. Afinal, os concorrentes, ou seja, os demais municípios competitivos, ganham terreno. Santo André caiu na tabela de PIB per capita com a chegada de Paulinho Serra assim como caíra antes, quando Paulinho Serra era vereador. O Desenvolvimento Econômico de Santo André jamais passou pela porta de prioridades do prefeito Paulinho Serra. Alguns fogos de artifício se comprovaram tergiversadores.
CAPITALSOCIAL -- O senhor distingue a diferença entre antes, durante e depois da Administração de Celso Daniel?
PAULINHO SERRA – Celso Daniel foi um dos melhores prefeitos que Santo André já teve. Embora aqui ou ali tivéssemos algumas discordâncias, inegável a existência de um plano estratégico que ele ofereceu para a cidade e para a região. Tenho nele alguns exemplos, em especial a dedicação por estudar os problemas da cidade e buscar saídas criativas para solucioná-los. Após a sua morte, Santo André ficou sem rumo. O PT enveredou-se por disputas internas, somente com vistas a ocupar a máquina pública e financiar o seu projeto de poder. Abandonaram as ideias do Celso, vide o projeto Cidade Pirelli e o Eixo Tamanduathey. Também descartaram o belo projeto chamado “Santo André Cidade Futuro”, que discutia a cidade na perspectiva das próximas décadas. Com uma bela jogada de marketing, o atual prefeito prometeu virar a página, ganhando a eleição pelos problemas mencionados. Ocorre que essa assertiva não passou de jogada de marketing. A cidade permanece sem rumo claro. Resgatar os bons projetos deixados por antecessores, mesmo que de partidos distintos, é o que diferencia um bom administrador público daqueles que ocupam a máquina estatal para satisfazer o ego ou beneficiar o seu partido.
REALIDADE PÓS-SETE ANOS – O prefeito Paulinho Serra esqueceu completamente o vereador Paulinho Serra que admirava o prefeito Celso Daniel. Raramente pós-posse Paulinho Serra fez menções ao melhor prefeito de que Santo André já contou. Paulinho Serra prefeito nem foi capaz de se motivar e motivar a todos ao seu redor sobre os legados de Celso Daniel, resgatando os rumos perdidos desde o assassinato. Os projetos resgatados por Paulinho Serra foram supérfluos ante as necessidades reformistas de Santo André. A reativação do Teatro Carlos Gomes, do Teatro Conchita de Moraes, uma garibada em Paranapiacaba, essas coisas têm valores relativos poucos transformadores. Sobretudo quando não acompanhadas de políticas culturais que tornem a ocupação dos espaços reconstruídos permanentemente disputados e ocupados pela população.
CAPITALSOCIAL -- Santo André é uma cidade dividida entre liberais e trabalhistas de centro-esquerda. Os números eleitorais tanto para o controle do Paço Municipal quanto para o governo do Estado e a Presidência da República são denunciatórios dessa divisão. Teremos no ano que vem mais uma disputa acirradíssima para prefeito?
PAULINHO SERRA -- Penso que teremos uma disputa acirrada menos por fatores ideológicos e mais por candidaturas que se apresentam. Há muitos anos Santo André não tem uma eleição com três candidatos competitivos, que representam importantes forças políticas no Estado ou na cidade. De um lado a minha candidatura, que unifica o PSDB, o mesmo partido que, nessa cidade, deu a vitória ao Serra na eleição presidencial e ajudou a eleger o governador Alckmin. Do outro lado o Grana, do PT, que é um partido com grande número de filiados e terá muitos recursos financeiros à disposição. Por fim, o atual prefeito que, muito embora faça mandato medíocre, tem a seu favor a possibilidade de concorrer à reeleição com a caneta na mão, o que, sem dúvida, desequilibra a igualdade de condições. E, sendo uma eleição que se debata propostas, sem baixarias, quem ganha é o eleitor que tem uma melhor oportunidade de escolha a partir dos programas de governo que serão apresentados.
REALIDADE PÓS-SETE ANOS – Paulinho Serra acabou naufragando nas intenções de candidatar-se a prefeito no ano seguinte, 2012, e o vencedor acabou sendo o petista Carlos Grana, do qual foi secretário e em seguida adversário eleitoral, derrotado em 2016. Mal sabia o vereador Paulinho Serra ao rotular Aidan Ravin de medíocre que medíocre também seria o prefeito Paulinho Serra à frente da Prefeitura de Santo André, só que por tempo mais elástico, de oito anos a se completarem. Aidan perdeu a reeleição para Carlos Grana e a máquina petista daquele 2012 de crescimento mais tarde confirmado como insustentável do PIB Nacional sob o governo de Dilma Rousseff. A mesma Dilma Rousseff que com políticas públicas intervencionistas levou o Brasil à maior recessão da história, com perda nacional do PIB de quase 8%, um terço do total evaporado do ABC Paulista. O suficiente para que, em outubro de 2016, Paulinho Serra superasse Carlos Grana no segundo turno, quando já contava com suporte escondido de petistas bem informados sobre o destino dos candidatos do partido no Estado de São Paulo.
CAPITALSOCIAL -- O senhor entende que o Rodoanel Sul, que tangencia a Província do Grande ABC, é mais um complicador do já baixo dinamismo econômico regional, ou acredita que a obra será sempre benéfica a empreendedores interessados em se manter ou se instalar na região?
PAULINHO SERRA – Afirmo categoricamente que Santo André não se preparou para colher os excepcionais frutos que o Rodoanel Sul pode render a nossa economia. Mesmo assim a obra é extremamente benéfica para a esquina do Grande ABC. Teremos, portanto, muito trabalho para correr atrás do tempo perdido. Os últimos governos municipais mostraram-se inertes, como que por si só a obra fosse resolver nossos problemas estruturais. A expansão do viário, por exemplo, é fundamental para recepcionarmos os benefícios do Rodoanel. Precisamos pensar grande porque Santo André pode mais. Não obstante, precisamos tratar melhor os investimentos que se interessem pela cidade. Hoje os obstáculos patrocinados pela Administração tendem a afugentar empreendedores. Não consigo vislumbrar uma cidade mais justa sem crescimento econômico e também não vislumbro crescimento sem muito trabalho, dedicação e, principalmente, uma gestão com visão e planejamento estratégico.
REALIDADE PÓS-SETE ANOS – As declarações do vereador Paulinho Serra jamais tiveram conexão com os atos do prefeito Paulinho Serra a partir da posse em janeiro de 2017. O trecho sul do Rodoanel, ao contrário do que disse o vereador Paulinho Serra, se transformou num presente de grego para a economia da região. E o prefeito Paulinho Serra jamais moveu uma palha de interesse em mexer no vespeiro de uma obra que agravou o esvaziamento industrial da região, como temos provado com números irretorquíveis. E o necessário planejamento estratégico de Santo André jamais sequer foi ensaiado. A cidade perdeu ao longo dos anos praticamente todas as cadeias de produção industrial. Só restou a cadeia Petroquímica. A Doença Holandesa de Santo André, ou seja, a dependência econômica exagerada de um determinado setor, é uma ameaça constante, além de distorcer o comportamento geral da economia municipal.
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